Azul (AZUL4) decola com 4T22 e arrendamento; BB-BI vê valorização de 65% para as ações

A Azul (AZUL4) apresentou nesta segunda-feira (6) o balanço do quarto trimestre de 2022, cujos resultados foram bem recebidos pelo mercado. Embora tenha amargado um prejuízo na ordem de R$ 610,5 milhões, o anúncio da renegociação com seus arrendadores levou os analistas a enxergarem a aérea com mais otimismo. As ações subiram 38% no Ibovespa hoje.

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“Em nossa visão, o anúncio de reestruturação de passivos junto aos lessors (arrendadores) é o inicio de um novo ciclo de crescimento e de estrutura de capital para a Azul”, destaca Renato Hallgren, analista do BB Investimentos.

A casa acredita que a partir deste ano a estratégia da Azul, que aposta em uma frota diversificada, deverá ganhar tração com a recuperação dos voos corporativos e internacionais, “contribuindo para maior geração de caixa operacional”.

Diante do otimismo, o BB-BI elevou a recomendação de neutra para compra das ações da AZUL4 com preço-alvo para final de 2023 em R$ 16,5 — upside de 65% em relação aos R$ 9,99 do fechamento de hoje.

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Santander: “gestão de arrendamento responsável”

Os analistas do Santander (SANB11) pontuam que novo acordo da Azul com os arrendares representa mais de 90% de suas obrigações de locação de aeronaves.

“Daqui para frente, os pagamentos de arrendamento serão reduzidos para eliminar diferimentos e outros efeitos. Fechando, assim, a lacuna de caixa projetada para 2023 e os próximos anos”, pontuam os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem.

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A alavancagem da Azul manteve-se estável (em 5,7x), com uma geração de caixa de R$ 300 milhões, considerando contribuição de R$ 800 milhões em variação de capital de giro. Outro ponto frisado pelos analistas foi o fato de a Azul ter conseguido aumentar o repasse da alta dos combustíveis, sustentando os resultados mesmo com a alta nos custos durante o período.

Ainda que otimista, o Santander manteve a sua recomendação neutra para as ações da Azul, com preço-alvo em R$ 13,70 — upside de 37%.

Goldman: “Buscaremos detalhes sobre as condições do acordo”

Já o Goldman Sachs destaca que a Azul apresentou um crescimento de capacidade e receita por assento, fato que contribuiu com o acrescimento de 19% na receita da companhia. Contudo, assim como para outras casas, o contratos com arrendadores foi o ponto alto da companhia.

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“Como resultado dessas negociações, a Azul destacou que sua expectativa original de queima de caixa em 2023 (aproximadamente R$ 3 bilhões) agora será eliminada. A empresa também frisou que espera uma geração de caixa positiva em 2024 e além”, escrevem Bruno Amorim, Joao Frizo e Guilherme Martins.

O Goldman Sachs tem recomendação neutra para compra da Azul, com preço-alvo em R$ 16,40, e os analistas pontuam que esses acordos ainda estão sujeitos a condições e aprovações corporativas.

“Buscaremos mais detalhes sobre as condições do acordo, mas notamos que deve ser positivo para a Azul, pois acreditamos que o risco de crédito tem sido um tema importante para o setor aéreo.”

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Janize Colaço

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