Ata do Copom prevê retomada robusta da economia no segundo semestre

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mostrou, nesta terça-feira (10), que os indicadores mais recentes continuam mostrando uma evolução positiva para a atividade doméstica.

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O colegiado do BC voltou a apontar um cenário de recuperação robusta no segundo semestre, na medida em que os efeitos da vacinação contra a Covid-19 sejam sentidos de forma mais abrangente. A ata do Copom mostrou uma tendência “sensivelmente mais otimista”.

“O Comitê notou que a mediana das projeções de crescimento, segundo a pesquisa Focus, está sensivelmente mais otimista do que as do seu cenário básico e ponderou se as dificuldades relacionadas à dessazonalização das séries devido ao choque da pandemia explicariam essa divergência”, destacaram os diretores.

No último Focus, os economistas consultados pelo BC estimaram um crescimento do PIB de 5,30% neste ano e de 2,05% em 2022.

O BC destacou ainda que a ociosidade “como um todo” na economia tem evoluído rapidamente para retornar ao nível do fim de 2019.

Por outro lado, o Copom repetiu que a pandemia segue produzindo efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos. Esses impactos desiguais, sobretudo no mercado de trabalho, teriam consequências para a dinâmica recente e prospectiva da inflação.

O Copom aumentou a taxa básica de juros da economia (Selic) em 1 ponto porcentual, para 5,25% ao ano. Foi a quarta elevação consecutiva. Na ocasião, o BC também indicou a intenção de novo aumento da Selic no encontro de 21 e 22 de setembro.

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“A ata da reunião divulgada essa manhã não trouxe grandes novidades”, comentou Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

“A diferença para o veiculado no comunicado na última semana, foi a apresentação da discussão onde os membros buscaram explicar o diferencial entre suas projeções e as perspectivas de mercado, justificando a tempestividade na política monetária.”

A corretora mantém a previsão da Selic a 7,5% no fim do ano, com uma nova elevação de 1 ponto percentual na próxima reunião, que acontecerá nos dias 21 e 22 de setembro.

Ata do Copom aponta para pressão do risco fiscal na inflação

A ata também diz que os riscos fiscais continuam gerando uma pressão altista na inflação, o que levou o colegiado a adotar uma postura mais contracionista — ou seja, com um movimento de elevações sucessivas para levar a taxa de juros para um patamar acima do considerado neutro.

O documento aponta que o cenário básico do Copom ainda traz projeções alinhadas às metas para 2022 e 2023, mas pondera que os riscos fiscais continuam implicando um viés de alta nessas projeções.

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“Essa assimetria no balanço de riscos afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando assim uma trajetória para a política monetária mais contracionista do que a utilizada no cenário básico”, explica a ata.

O documento revela que o Copom considerou diferentes trajetórias de aperto da política monetária. O colegiado observou então que, caso não haja mudanças nos condicionantes de inflação, serão mesmo necessárias “elevações de juros subsequentes, sem interrupção, até patamar acima do neutro.

Isso é necessário para que se obtenha “projeções em torno das metas de inflação no horizonte relevante”. “Sendo assim, tornou-se apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros para patamar consistente com política monetária contracionista“, enfatizou a ata.

A comitê explicou ainda que comunicou essa sinalização sobre os próximos passos da política monetária na semana passada para manter a transparência de suas decisões.

A ata do Copom reafirmou, ainda, que essa visão para as próximas reuniões será sistematicamente reavaliada conforme ocorram mudanças nos determinantes da inflação ou no balanço de riscos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Jader Lazarini

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