Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3): fusão vai desbloquear valor e impulsionar ações em 40%

O Itaú BBA atualizou as suas estimativas para Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3), avaliando que a fusão entre as duas empresas tende a desbloquear valor em termos de sinergias.

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“Vemos um potencial significativo para desbloquear valor com o acordo em termos de sinergias, mas o potencial de valorização é tão alto nos preços atuais que nem precisamos considerar as sinergias para ver um P/E de 11,3x para 2025”, diz o BBA. 

Com base nessa análise, os especialistas estabeleceram um preço-alvo ambicioso para o final de 2024 de R$ 74 por ação para a Arezzo (ARZZ3) e R$ 9 por ação para o Grupo Soma (SOMA3), representando um potencial de valorização de 37% e 40%, respectivamente.

No relatório, o BBA destacou as preocupações dos investidores após o anúncio da fusão, impulsionadas por três fatores principais. Em primeiro lugar, há a preocupação sobre a complexidade da integração M&A, fundamentada em experiências passadas no setor de varejo. Além disso, existe um ceticismo dos investidores em relação ao potencial de venda cruzada entre as marcas envolvidas na fusão. Por fim, o recente momento de lucro negativo no 1T24 também gera incerteza.

Contudo, o BBA tem classificação de outperform, equivalente à compra, para as duas empresas do varejo.

Arezzo e Soma: como o BBA enxerga a nova empresa?

Segundo o BBA, a incorporação do Grupo Soma pela Arezzo posicionará a ‘Nova Empresa’ como um dos nomes mais líquidos e de alta qualidade na cobertura de varejo da casa, o que provavelmente atrairá novos compradores marginais para a história e pode acelerar a reavaliação da ação.

O banco, por fim, expressa uma visão otimista em relação à fusão, acreditando que o cenário mais positivo poderia resultar na adição de R$ 81 milhões à estimativa ajustada de resultado líquido, que atualmente é de R$ 892 milhões para 2025.

Além disso, entre os gatilhos positivos para os papéis, estão as possíveis sinergias fiscais e a expectativa de melhoria na dinâmica de vendas das franquias. O banco também espera uma melhoria na lucratividade e uma aceleração do desempenho de outras marcas de vestuário masculino, como é o caso da Foxton.

“Embora esperemos que 2024 seja mais fraco do que os anos anteriores para ambas as empresas, o momentum de lucro é provável que mostre uma melhoria sequencial já no 2T24, favorecido por comps melhores do que no 1T24″, comenta o BBA. 

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Arezzo e Grupo Soma: fusão é aprovada pelo Cade

A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade) aprovou a operação de fusão entre a Arezzo e o Grupo Soma , anunciada no mês passado. O acordo envolve um faturamento avaliado em R$ 12 milhões.

fusão entre Arezzo e Grupo Soma foi aprovada em rito sumário, isto é, a análise feita pelo órgão nos casos em que, pela simplicidade da operação, são considerados de menor potencial ofensivo à concorrência.

Caso o tribunal do Cade não destaque o ato de concentração para análise ou não haja interposição de recurso de terceiros interessados, no prazo de 15 dias, as decisões da Superintendência-Geral terão caráter terminativo e as operações estarão aprovadas em definitivo.

A Superintendência do Cade afirma que, considerando que as estimativas de market share das empresas nos mercados horizontalmente sobrepostos situam-se abaixo de 20% e que as estimativas de participação e mercado nos mercados verticalmente integrados situam-se abaixo de 30%, a operação não deve acarretar prejuízos ao ambiente concorrencial.

Na negociação, foi considerada uma cláusula de não concorrência, impedindo, portanto, que o “bloco Birman” e os acionistas de referência do Grupo Soma possam participar de qualquer forma como consultores, sócios ou investidores de quaisquer atividades no comércio de varejo, atacado e industrialização, além de demais concorrentes ao grupo.

Eles também ficam impedidos de estabelecer qualquer tipo de relacionamento comercial com os clientes da empresa resultante, visando prestar, direta ou indiretamente, serviços a tais clientes que sejam, de qualquer forma, relacionados às atividades concorrentes.

Ainda de acordo com o contrato de fusão entre Arezzo e Grupo Soma, o compromisso vale por todo o período até o 2º aniversário da data em que se deixar de ser acionista da empresa resultante, ou pelo prazo de cinco anos contatos da celebração do acordo de acionistas, o que ocorrer por último, salvo se com autorização específica e por escrito do conselho de administração da empresa resultante.

Cotação das ações da Arezzo e Soma

Na tarde desta sexta-feira (12), as ações da Arezzo caem cerca de 1,04%, cotadas em R$ 53,39, enquanto o Grupo Soma tem queda de 1,40%, com os papéis cotados em R$ 6,35.

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Vinícius Alves

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