Americanas (AMER3): Sergio Rial abre o jogo sobre presidência relâmpago e descoberta de rombo bilionário

Sergio Rial abriu o jogo sobre o período de nove dias em que atuou como presidente da Americanas (AMER3), quando descobriu o rombo contábil de cerca de R$ 20 bilhões na companhia. Nesta terça (17), o ex-CEO da varejista ressaltou que “jamais transigiria” a sua biografia.

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Em um texto publicado no LinkedIn, o ex-Santander Brasil (SANB11) explicou que uma das suas primeiras tarefas na varejista foi entrevistar os executivos remanescentes junto com Andre Covre, ex-CFO da companhia. Assim, a dupla identificou o rombo na Americanas e levantou as informações divulgadas no fato relevante da última quarta (11) “com transparência e fidedignidade”.

Quaisquer especulações ou teorias distintas disso são leviandades. Eu jamais transigiria com a minha biografia.

“Portanto, com a conclusão do diagnóstico inicial, surgiu a necessidade premente de correção de rota. E essa correção partiu da transparência e do apoio incondicional que recebi do conselho de administração e dos acionistas de referência [3G Capital]”, prosseguiu Sergio Rial.

O executivo disse que essa experiência trouxe um aprendizado de que “ser líder não é ser corajoso, mas ser responsável e ético; não é ser herói ou heroína, mas ter a resiliência para defender a verdade e fazer o que é certo”.

Com a descoberta das inconsistências contábeis da Americanas, Rial e Covre pediram demissão da companhia. Essa decisão também surpreendeu o mercado, tendo em vista o pouco tempo em que a dupla estava na liderança do negócio.

No posicionamento, Rial afirmou que viu a necessidade de abrir espaço para uma reestruturação da empresa a partir de um ponto “totalmente distinto” do que ele esperava encontrar.

“É preciso saber o momento de se posicionar dentro de um novo contexto que se apresenta. Foi o que fiz, sem me descomprometer em ajudar no que estivesse ao meu alcance. Vou, portanto, neste momento, continuar a contribuir com minhas capacitações, experiência, seriedade e transparência, seguindo sempre as premissas que nortearam toda minha trajetória profissional e pessoal”, destacou.

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Americanas: veja o posicionamento de Rial na íntegra

Tenho feito várias reflexões sobre a minha rápida passagem pela liderança das Americanas, algumas das quais compartilho com vocês.

A liderança das Americanas, projetava diversos desafios inerentes a uma empresa de varejo chegando aos seus 100 anos. Na pauta de objetivos estava um projeto de crescimento onde consumidor, tecnologia, marketing, entre outras competências se entrelaçavam. Foi esse o meu propósito, a minha motivação ao aceitar a posição que os acionistas me confiaram: agregar minha experiência profissional e reoxigenar o legado em prol do desenvolvimento da companhia.

Nesses breves nove dias como presidente, os desafios e os ensinamentos, contudo, foram outros, mas extremamente importantes.

Coube-me, como executivo-líder, primeiro entrevistar executivos remanescente, questionar e entender quaisquer preocupações e novas perspectivas. Nessas conversas, informações e dúvidas foram compartilhadas e com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamentos conjuntamente com o novo CFO, Andre Covre, chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade! Quaisquer especulações ou teorias distintas disso são leviandades. Eu jamais transigiria com a minha biografia.

Portanto, com a conclusão do diagnóstico inicial, surgiu a necessidade premente de correção de rota. E essa correção partiu da transparência e do apoio incondicional que recebi do CA e dos acionistas de referência. Aqui, minha segunda reflexão: ser líder não é ser corajoso, mas ser responsável e ético; não é ser herói ou heroína, mas ter a resiliência para defender a verdade e fazer o que é certo.

Quanto à minha saída, ela decorre do entendimento da necessidade de abrir espaço para que a empresa pudesse se reestruturar de um ponto de partida totalmente distinto do que eu esperava encontrar. É preciso saber o momento de se posicionar dentro de um novo contexto que se apresenta. Foi o que fiz, sem me descomprometer em ajudar no que estivesse ao meu alcance. Essa é a minha terceira reflexão. Vou, portanto, neste momento, continuar a contribuir com minhas capacitações, experiência, seriedade e transparência, seguindo sempre as premissas que nortearam toda minha trajetória profissional e pessoal.

São lições profundas de governança, autenticidade e coerência que esses nove dias escreveram na minha história.

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Americanas: Últimos capítulos da novela

A novela sobre o rombo bilionário na Americanas (AMER3) ganhou novos capítulos nas últimas horas. Segundo informações divulgadas nesta terça (17), instituições financeiras recusaram ações da varejista como forma de pagamento das dívidas. Além disso, BTG Pactual (BPAC11) e Bank of America (BofA) acionaram seus times jurídicos e levaram o caso à Justiça.

Na segunda (16), a varejista contratou o banco Rothschild & Co para assumir a renegociação das suas dívidas bilionárias no Brasil e no exterior.

Procurada pelo Suno Notícias, a Americanas ressaltou que está trabalhando para solucionar o problema e que, assim que descobriu as inconsistências contábeis, divulgou o caso e se comprometeu a resolvê-lo.

“A Americanas passa a ter a Rothschild & Co no Brasil e internacionalmente, representando a empresa na construção de um diálogo franco e aberto, preservando o peso que a empresa tem, tanto com sua função social, como na participação da economia do país”, destacou a empresa em nota enviada à reportagem.

De acordo com os dados do Status Invest, as ações da Americanas fecharam o pregão de segunda em queda de 38,41%, ao preço de R$ 1,94. Neste mês, os papéis já se desvalorizaram 78,52%.

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Erick Matheus Nery

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