Com alta do petróleo, Petrobras (PETR4) diz que mantém ‘preços competitivos’

O diretor de exploração e produção da Petrobras (PETR4), Fernando Borges, admitiu na sexta-feira (14) que a estatal tem sido mais rápida ao repassar para os preços finais dos combustíveis no país de acordo com as quedas do petróleo no mercado internacional.

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Segundo Borges, essa diferença de tratamento no repasse das flutuações externas é “benéfica para a sociedade” e se mantém dentro dos limites da política de preços da Petrobras, definida em 2016.

“A gente (Petrobras) passar amiúde a redução e demorar um pouco mais para passar a subida…, (com isso) nós estamos beneficiando a sociedade brasileira”, afirmou, em evento online da agência especializada Epbr.

Após a fala, a estatal reforçou, em comunicado ao mercado, que tem “compromisso com preços competitivos e em equilíbrio com o mercado” e que evita o repasse imediato das volatilidades externas e do câmbio aos preços.

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As declarações vêm em um momento de alta dos preços do petróleo, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu reduzir sua produção diária com a alegação de que a economia mundial corre o risco de entrar em recessão.

Segundo informações do jornal Estadão, a direção da Petrobras tem sido pressionada pelo governo a segurar aumentos de preços até o fim das eleições – em um movimento que poderia beneficiar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição.

Petrobras (PETR4): queda de preços dos combustíveis já dura quatro meses

Os preços da gasolina e do diesel tem caído nos postos de combustível desde o fim de junho, puxados pelo corte de tributos e, depois, por reduções nos preços da companhia. Foram quatro descontos seguidos para a gasolina e três para o diesel. As reduções recentes anunciadas pela gestão Caio Paes de Andrade fizeram os preços nas bombas para a gasolina e o diesel despencarem 35% e 13%, respectivamente, em três meses.

Nas últimas semanas, porém, os preços da Petrobras voltaram a ficar abaixo do mercado internacional, contrariando a política de Preços de Paridade de Importação (PPI). Por isso, segundo especialistas, não haveria espaço para novas quedas nas refinarias. Na semana passada, o preço médio da gasolina nos postos recuou 0,4% e o do diesel, 0,9%, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP). Em função do feriado de Nossa Senhora Aparecida, a ANP só vai divulgar os preços médios desta semana na segunda-feira (17).

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem do diesel no mercado interno disparou para 16% em relação ao mercado internacional. Para alinhar o preço praticado nas refinarias brasileiras, a Petrobras teria de aumentar em R$ 0,97 o preço do litro do combustível. Já a gasolina vendida pela estatal, informa a Abicom, está 12% abaixo da paridade internacional e teria de ser elevada em R$ 0,43 por litro para ficar em linha com o mercado internacional.

Fernando Borges minimizou os cálculos da Abicom ao dizer que a Petrobras parte de outras premissas. “Volume e escala contam muito. A Abicom tem a visão dela de defasagem, e nós temos visão distinta porque nossa escala é distinta.” Segundo o executivo, a companhia acompanha a dinâmica de defasagem de seus preços na comparação com o PPI e, na média, estaria muito próxima do valor de mercado.

A defasagem dos preços da Petrobras também é calculada por outras fontes de mercado, como o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), que vê diferença de 6,72%, para a gasolina, e de 12,40% para o diesel nas refinarias em relação aos praticados no mercado internacional.

Com Estadão Conteúdo

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Beatriz Boyadjian

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