Ações da GameStop disparam 83% na semana e pressionam vendidos; entenda

As ações da GameStop (NYSE: GME) têm sido alvo de polêmica nas últimas semanas. Os papéis da varejista de videogames tiveram seu volume negociado na Bolsa de Valores de Nova York estimulado por um forte movimento de investidores vendidos (short sellers) e daytraders após uma mudança na direção da empresa. Resultado: os compradores estão ganhando — somente nesta semana, as ações subiram 83%.

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Em novembro de 2020, o ex-CEO da Chewy, Ryan Cohen, escreveu uma carta pública ao Conselho da GameStop recomendando-o a realizar uma revisão estratégica, o que impulsionaria a companhia a lugares mais lucrativos, prometendo transformar a GameStop na “Amazon da indústria de videogames”.

Na última semana, para a alegria dos investidores da empresa, Cohen se juntou ao Conselho da GameStop. Com isso, as ações da companhia saíram de US$ 10,47, em 30 de outubro, para US$ 65,01, com uma valorização absoluta de mais de 520% no período.

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Desempenho das ações da GameStop nos últimos 12 meses: 1.404%.

O movimento foi impulsionado por uma forte onda de otimismo dos “comprados”, o que chamou a atenção dos desacreditados na companhia em Wall Street. Segundo o FactSet, atualmente a empresa tem mais de 138% de suas ações vendidas a descoberto, a maior proporção em todo o mercado norte-americano.

Em termos comparativos, na última sexta-feira (22), quando as ações subiram mais de 51% em um pregão, 194 milhões de ações da empresa mudaram de mãos, número oito vezes maior do que o volume médio diário do último mês, de 23,8 milhões.

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Vendidos contra a GameStop

Outro aspecto que chamou atenção dos players de Wall Street foi a massiva compra de ações da GameStop por Cohen em agosto do ano passado — portanto, antes de assumir uma posição no Conselho. Ele comprou cerca de 9 milhões de ações da varejista, com um preço médio de US$ 8,40 por papel, já multiplicando por sete vezes o investimento inicial.

Nesta semana, a casa short seller ativista Citron Research tem debatido publicamente sobre as ações da empresa, dizendo que os compradores nesse patamar de preço são como “otários em jogos de azar”, no Twitter. Ao tentar fazer uma transmissão ao vivo para explicar as razões desta posição, a Citron informou que estava sendo hackeada e que as ações cairiam para US$ 20 “por conta e risco dos investidores”.

Entretanto, o movimento foi exatamente o oposto. As ações não pararam de subir, o que pressionou boa parte dos vendidos no papel a se desfazerem de suas posições. Quando um investidor vende uma ação a descoberto, se ela for a zero o ganho é de 100%, mas se ela continuar se valorizando, a perda pode ser infinita.

Além deste contexto, chama atenção o comportamento dos compradores da GameStop. Na maioria dos casos, se tratam de daytraders ou investidores em conjunto que, sem base nos fundamentos da empresa, mas sim pelo simples fato do forte fluxo, procuram não deixar o preço cair.

Alguns deles se comunicam através de redes sociais ou fóruns de sites, como o Reddit. Um usuário foi flagrado dizendo que dependia da valorização — ou manutenção — da cotação das ações para pagar seus empréstimos estudantis.

Usuários “combinam” o investimento em massa nas ações da GameStop.

Atualmente, o valor de mercado da GameStop está na casa de US$ 4 bilhões. Em uma situação similar ao da Blockbuster antes de quebrar, a companhia registrou um prejuízo líquido de US$ 679,6 milhões nos últimos 12 meses. A varejista, fundada em 1984, procura renovar suas operações em meio a uma nova realidade do mundo tecnológico e de consumo de conteúdo.

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Jader Lazarini

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