10 ações para investir em maio: BTG destaca Localiza (RENT3) e Cosan (CSAN3) em carteira recomendada
O BTG divulgou nesta sexta-feira (2) sua carteira recomendada de ações para maio de 2025, destacando mudanças importantes em relação ao mês anterior. A estratégia, assinada pelo time de Research traz ajustes pontuais com o objetivo de reduzir risco em meio à manutenção das taxas reais de longo prazo em níveis elevados e incertezas macroeconômicas globais.

Entre as principais alterações, o BTG retirou Suzano (SUZB3), WEG (WEGE3), Nubank (ROXO34) e Mercado Livre (MELI34), e adicionou Cosan (CSAN3), Caixa Seguridade (CXSE3), Banco do Brasil (BBAS3) e Localiza (RENT3). A recomendação mantém a exposição a serviços básicos e reforça a presença do setor financeiro, que agora representa 30% da carteira.
“Estamos reduzindo nossa exposição a exportadores, retirando a Suzano e reduzindo a Petrobras (de 15% para 10%), pois acreditamos que a tensão estrutural entre a China e os EUA permanecerá”, afirmam os analistas.
A volta da Localiza é justificada pelo bom desempenho recente, aliado a fundamentos sólidos, como a resiliência da demanda por aluguel de carros e um mercado de seminovos mais favorável. Segundo o BTG, a empresa negocia a 13x P/L para 2025, e a perspectiva é positiva para o curto prazo.
Já a entrada da Cosan é classificada como a tese mais arriscada do mês. A companhia vem passando por uma reestruturação de gestão que, segundo o relatório, “tem demonstrado um forte senso de urgência para corrigir o balanço”. O BTG enxerga um “alto risco e alto retorno”, com potencial de valorização baseado na desalavancagem e no fechamento do desconto de holding.
Ações brasileiras têm desempenho superior no ano
A decisão de manter uma postura mais cautelosa ocorre em um contexto de valorização do mercado acionário brasileiro em relação a outras economias. O Ibovespa encerrou abril com alta de 3,7% em reais (e 4,4% em dólares), acumulando valorização de 22% em dólares no ano — acima do desempenho do S&P 500, que recuou 5% no mesmo período.
O relatório aponta que o Brasil é um “vencedor relativo em um ambiente difícil para todos”, beneficiando-se da menor exposição à guerra comercial entre China e EUA. “O país comercializa apenas 32% de seu PIB e faz principalmente com a China. Além disso, algumas das commodities que vende podem até se beneficiar da disputa comercial entre a China e os EUA”, diz o documento.
Outro fator que sustenta o bom momento é a expectativa de fim do ciclo de aperto monetário no Brasil. Com os mercados já precificando estabilidade ou leve queda das taxas a partir do segundo semestre, parte do desempenho das ações este ano reflete essa perspectiva.
A valorização, no entanto, reduziu o excesso de prêmio de risco: “O prêmio para manter ações caiu para 3%, em linha com sua média histórica e muito abaixo dos prêmios elevados que vimos há alguns meses”, observam os analistas.
Mais espaço para dividendos e valuation atrativo
Outro destaque da nova composição é a inclusão da Caixa Seguridade, que substitui o Nubank após alta de 21% em abril. O BTG aposta na previsibilidade dos resultados e nos dividendos da seguradora, com yield estimado em 8%. A ação também pode se beneficiar do aumento da liquidez após o recente follow-on.
“Dada a natureza mais previsível de seus resultados […] juntamente com o ‘contrato’ refinado e estendido com seu banco controlador, a Caixa, a CXSE3 merece um valuation premium em relação a seu principal par, BBSE3”, afirmam os estrategistas.
O Banco do Brasil (BBAS3) retorna à carteira em substituição ao Mercado Livre (MELI34). Apesar da expectativa de um primeiro trimestre fraco, o BTG destaca o valuation extremamente descontado do papel — negociado a 4x P/L para 2025 — e um dividend yield estimado de 10%, fatores que sustentam a recomendação.
Completam a carteira de maio do BTG: Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4), Equatorial (EQTL3), Copel (CPLE6), Eneva (ENEV3) e Cury (CURY3). A alocação permanece equilibrada, com foco em ações de qualidade e dividendos consistentes, ao mesmo tempo em que busca proteção em um ambiente de juros elevados e crescimento global modesto.