Grana na conta

Ações da Alpargatas (ALPA4) despencam quase 15%; O que está acontecendo?

As ações da Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, desabaram mais de quase 15% nesta sexta-feira (4), após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2022 (3T22), que ficaram abaixo das expectativas do mercado.

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Por volta das 16h30, as ações da Alpargatas registraram forte queda de 14,6%. Os balanços do 3T22 foram divulgados ontem (3), após o fechamento do mercado.

Os balanços trimestrais da Alpargatas ficaram abaixo das projeções do mercado tanto no Brasil, quanto nos EUA e China. O resultado foi pressionado pelas operações internacionais, mesmo com o preço e um portfólio de produtos sólidos, segundo a XP.

O lucro líquido consolidado da dona da Havaianas foi de cerca de R$ 45 milhões no 3T22, 38% menor que as expectativas da XP, com o aumento das despesas tributárias e com um Ebitda levemente inferior ao que se esperava.

Já a receita líquida consolidada da Alpargatas cresceu 10% no 3T22, em relação ao mesmo período do ano passado, em meio a adoção de uma estratégia de RGM, que visa gerenciar o crescimento das receitas da empresa no Brasil e aumentar o volume na Europa, Oriente Médio e África.

A adesão dessa estratégia fez com que se compensasse o volume mais baixo no Brasil, que caiu 6% na comparação anual.

Além disso, em meio ao cenário de restrição contra a Covid na China, as vendas da Alpargatas no país tiveram uma perda anual de 24%. Nos EUA, as vendas recuaram 41%.

Resultado da Alpargatas no 3T22

O resultado da Alpargatas no 3T22 trouxe um Ebitda consolidado de R$ 184 milhões, com queda de 4% abaixo em relação ao mesmo período de 2021. Nas operações internacionais, o Ebitda foi negativo.

Segundo os analistas do Bradesco BBI, embora os resultados da Alpargatas tenham sido um pouco inferiores às expectativas do mercado, os números do balanço se mostraram relativamente fracos.

Os analistas do Bradesco BBI também apontam os resultados como fracos, apesar de apenas um pouco abaixo do esperado no nível operacional.

Os negócios da Alpargatas no Brasil tiveram uma boa performance, recuperando as margens brutas, mas a baixa no volume gera elasticidade nos preços, podendo ter alcançado o seu “limite” para o momento.

Apesar de uma alta no volume nos negócios internacionais ter sido um fator de equilíbrio, os problemas na cadeia de suprimentos ocasionaram na perda de vendas.

Os analistas do Bradesco destacaram que “Apesar da pressão inflacionária persistente sobre o balanço, esperamos que os custos das matérias-primas, especialmente

aqueles associados ao petróleo (butadieno e estireno), diminuam um pouco nos próximos trimestres, mas não vemos isso como um divisor de águas para a Alpargatas”.

Já na análise do JPMorgan, os resultados da Alpargatas no 3T22 registraram tendências semelhantes às que ocorreram no 2T22. As operações mais sólidas da Havaianas no Brasil equilibram o balanço da empresa, em meio ao contexto desafiador no mercado externo.

A recomendação da Alpargatas pelo Bradesco BBI se manteve de compra, mas o preço-alvo foi reduzido de R$ 31 para R$ 30.

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João Vitor Jacintho

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