Juros futuros sobem levemente após cinco quedas seguidas, mas inflação ainda joga a favor do corte

Em uma sessão marcada por oscilações contidas, tanto de alta quanto de baixa, os juros futuros encerraram o pregão desta segunda-feira, 27, em ligeira elevação. Agentes avaliam que o movimento praticamente lateral ante os ajustes frente a mais uma redução consistente das expectativas inflacionárias pode refletir ajustes técnicos, após uma sequência de cinco quedas dos DIs na última semana. A leitura, no entanto, é que a conjuntura de descompressão dos preços e da atividade segue propícia a declínio das taxas futuras.

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Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 subiu de 13,817% no ajuste de sexta-feira a 13,835%. O DI para janeiro de 2028 marcou 13,105%, vindo de 13,087% no ajuste antecedente. O DI para janeiro de 2029 passou de 13,036% no ajuste anterior a 13,045%. O DI para janeiro de 2031 oscilou de 13,314% no ajuste a 13,310%.

Economista-chefe da Mirae Asset, Marianna Costa afirma que o comportamento dos DIs na sessão desta segunda ainda ecoou a última sexta-feira, quando foram publicados a prévia da inflação oficial de outubro e, nos Estados Unidos, o CPI de setembro, ambos abaixo do esperado.

“O CPI chancela que o Fed vai cortar os juros esta quarta, o que tem impacto importante sobre a moeda, e o IPCA-15 tem um viés um pouco mais benigno. O mercado não capturou a totalidade desses números porque tinha um certo tom de cautela na sexta”, diz Marianna, tendo em vista as dúvidas sobre qual seria o desenrolar das tensões entre Estados Unidos e China, nesta segunda com desfecho positivo com as indicações de que os presidentes Donald Trump e Xi Jinping podem fechar um acordo ainda esta semana.

Para a economista, o sinal de avanço nas tratativas comerciais entre Washington e Pequim e, em menor medida, o encontro entre os presidentes Lula e Trump, que trouxe otimismo sobre uma resolução para o tarifaço, também explicam o fechamento da curva no início do dia, mas não necessariamente a movimentação na segunda etapa da sessão. “Ao longo do dia acredito que teve um ajuste técnico, porque a curva fechou, mas não tivemos novas notícias”.

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No campo dos indicadores, as expectativas inflacionárias trazidas pelo Boletim Focus de hoje tiveram nova rodada de melhora, na medida em que os agentes incorporam o recente reajuste negativo da gasolina nas refinarias e o resultado inferior ao esperado do IPCA-15 deste mês. A projeção para a alta do IPCA neste ano diminuiu de 4,70% a 4,56% – já bastante próxima ao limite superior da meta, de 4,5% -, enquanto a projeção para 2027 caiu 0,07 ponto, a 4,20%. Para 2027 e 2028, o consenso de mercado recuou de 3,83% a 3,82% e de 3,60% a 3,54%, respectivamente.

A economista-chefe da Mirae ressalta a evolução das expectativas suavizadas para o IPCA 12 meses à frente, que são horizonte relevante para a política monetária e também cederam na edição atual do Focus, de 4,12% a 4,06%. “Esses são argumentos para o fechamento da curva no início do dia”, disse.

Desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 17 de setembro, a previsão do mercado para a inflação de 2027 teve declínio de 0,08 ponto porcentual, observa a equipe econômica da BuysideBrazil em relatório. Já a mediana para o ano seguinte ficou 0,22 ponto menor. “As quedas mais acentuadas nas projeções para 2027 e, particularmente, 2028 sugerem que a política monetária está funcionando de forma eficaz”, avalia a consultoria.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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