O dólar vai cair? Veja como o corte de juros nos EUA impacta o câmbio e investimentos
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O Federal Reserve (Fed) quebrou o jejum de seis reuniões consecutivas de manutenção e anunciou nesta quarta-feira (17) o primeiro corte de juros de 2025. A redução nas taxas da maior economia do mundo impacta diretamente os investimentos no Brasil e reflete também na cotação do dólar.

Na reunião desta quarta, como já era esperado pelo mercado, o Fed reduziu os juros em 25 pontos-base e levou os Fed Funds de 4,25% a 4,50% para 4% a 4,25%.
A decisão marca a primeira flexibilização desde dezembro de 2024 e aconteceu na chamada “Super Quarta”, que reuniu as reuniões do Fed e do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, simultaneamente.
Enquanto os EUA reduziram os juros, a expectativa é que o Copom mantenha a taxa Selic inalterada em 15% ao ano na reunião de hoje, que acontece após o fechamento do pregão.
Como o corte de juros do Fed impacta o dólar e os investimentos?
O corte de juros nos EUA deve provocar enfraquecimento do dólar, segundo Lucas Castilho, consultor de investimentos da Suno Consultoria. “Quando os EUA cortam, o dinheiro global fica menos caro e o dólar costuma enfraquecer”, explica.
A dinâmica tende a melhorar o apetite por risco em países emergentes, incluindo o Brasil. Com o dólar globalmente mais fraco, o real deve se valorizar, beneficiando-se da maior entrada de capital estrangeiro.
A redução dos Fed Funds deve favorecer a Bolsa de Valores e diversos setores ligados à economia doméstica. Mesmo com a Selic mantida em 15%, é possível observar alívio na curva longa de juros brasileira.
“Isso tende a baixar os juros de longo prazo primeiro, mesmo que o curto prazo siga preso à Selic”, afirma Castilho.
Quais ativos podem se beneficiar?
Setores sensíveis a juros devem reagir positivamente ao anúncio do Federal Reserve. Varejo, construção civil, educação e small caps estão entre os principais candidatos a se beneficiar do movimento.
Os FIIs de tijolo, como shoppings e escritórios, também apresentam perspectivas favoráveis com o novo cenário. A redução das taxas americanas impacta diretamente o custo de capital para esses investimentos.
Exportadoras como mineração, papel e celulose, e proteínas podem enfrentar pressão negativa pelo câmbio mais forte. “Parte compensa se commodities em dólar subirem”, destaca o consultor da Suno.
O mercado agora projeta a continuidade do ciclo de cortes. Instituições como Morgan Stanley e Deutsche Bank esperam até três reduções adicionais de 0,25 ponto cada até o final de 2025.
Como investir após o corte de juros do Fed?
Em meio a um cenário de corte de juros nos EUA e manutenção da taxa Selic no Brasil, muitos investidores podem se questionar se é necessário fazer alguma mudança no portfólio. Segundo Castilho, como em qualquer momento, a estratégia deve sempre considerar o perfil individual do investidor.
“O ponto central na decisão de alocação é o perfil de investidor“, afirma. Embora a decisão do Fed influencie resultados de curto prazo, a alocação estruturada da carteira permanece como fator principal para o longo prazo.
O consultor mantém a recomendação de diversificação entre renda fixa (pós, inflação e eventualmente pré) e renda variável (ações, FIIs e internacional). Além disso, títulos pré-fixados podem fazer sentido na composição, apesar da maior volatilidade.
Neste contexto, contar com o apoio de uma consultoria financeira pode ter um papel importante. “O profissional ajuda na elaboração de um planejamento financeiro sólido, amarrar risco por objetivo e rebalancear a carteira de acordo com o plano e cenário atual”, explica Castilho.
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Vale destacar que esta matéria não representa uma indicação de compra ou venda de ativos em dólar ou reais ou de qualquer estratégia de investimento.