Dólar e IPCA em queda: por que o Focus melhorou as projeções e quais são os impactos disso?

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (14) pelo Banco Central trouxe revisões importantes nas projeções econômicas para o país. Pela sétima semana consecutiva, o mercado reduziu a expectativa para o IPCA de 2025, que passou de 5,18% para 5,17%. Ao mesmo tempo, a estimativa para o dólar também caiu, indo de R$ 5,70 para R$ 5,65.

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A melhora nas projeções é interpretada como reflexo dos efeitos do atual ciclo de política monetária, que mantém a taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. Ainda assim, economistas destacam que os indicadores seguem acima das metas estabelecidas e que o cenário macroeconômico continua exigindo cautela.

Projeções para o dólar

As projeções do mercado para o dólar hoje recuaram em todos os prazos avaliados pelo Focus. A mediana para 2025 passou de R$ 5,70 para R$ 5,65. Para 2026, caiu de R$ 5,75 para R$ 5,70. Já para 2027 e 2028, as previsões passaram de R$ 5,75 e R$ 5,80 para R$ 5,71 e R$ 5,76, respectivamente.

Segundo Volnei Eyng, CEO da Multiplike, apesar do alívio no câmbio, o dólar ainda está sensível a incertezas, como o cenário fiscal brasileiro e a imposição de tarifas de Trump. Ele afirma que “um cenário com inflação em queda e dólar mais controlado tende a melhorar a previsibilidade dos negócios e a confiança do empresário em tomar decisões de médio e longo prazo”.

Inflação vai subir?

As estimativas para a inflação hoje, medida pelo IPCA, seguem trajetória de queda. A expectativa para 2025 passou para 5,17%, mantendo o recuo observado nas últimas sete semanas. Para 2026, 2027 e 2028, as previsões ficaram estáveis em 4,50%, 4,00% e 3,80%, respectivamente.

Para Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX, “a queda da inflação para 5,17%, mesmo com a Selic mantida em 15%, reforça que o aperto monetário tem surtido efeito”. Ele observa que, apesar disso, o crédito tradicional ainda é caro, o que impulsiona a busca por alternativas mais eficientes como os FIDCs.

Jorge Kotz, CEO do Grupo X, também reforça que o ambiente segue desafiador para empresas: “Com a Selic mantida em 15%, o custo do crédito continua sendo uma barreira real para quem quer expandir ou organizar melhor a gestão financeira”.

De acordo com Fábio Murad, economista e CEO da Super-ETF Educação, “a revisão da inflação para 5,17%, ainda que positiva, segue acima da meta e indica que o ambiente macroeconômico continua desafiador”.

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Quais os impactos no mercado?

A manutenção da Selic em 15% ao ano e a queda gradual das projeções para o IPCA e o dólar influenciam diretamente as expectativas de mercado para investimentos, crédito e atividade econômica. No Focus desta semana, a previsão para o PIB de 2025 permaneceu em 2,23%, mas a estimativa para 2026 subiu de 1,86% para 1,89%.

Para Volnei Eyng, CEO da Multiplike, os dados indicam uma expectativa de que o Brasil possa entrar “num ciclo de maior estabilidade econômica, desde que as contas públicas estejam em ordem”. Segundo ele, isso impacta diretamente o apetite por novas operações e no ritmo de originação de crédito, principalmente em setores mais sensíveis ao custo de capital.

Murad destaca que, mesmo com o avanço do PIB e a redução da inflação, os investidores devem seguir atentos a ativos que combinem liquidez e rentabilidade real, especialmente enquanto a Selic permanece elevada.

O Boletim Focus também é utilizado como referência por empresas e investidores para tomar decisões de médio e longo prazo. A queda nas expectativas do IPCA e do dólar pode influenciar os preços de ativos.

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Redação Suno Notícias

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