BC da China mantém taxas de juros de referência inalteradas

O Banco do Povo da China (PBoC) manteve as taxas de juros de referência inalteradas nesta sexta-feira (20), após um corte de 10 pontos-base no mês passado. A taxa básica de juros para empréstimos (LPR) de 1 ano permaneceu em 3%, e a taxa de 5 anos ficou em 3,5%.

A manutenção dos juros de referência pelo BC chinês era amplamente esperada pelos analistas. Nesta semana, o americano Federal Reserve (Fed), o Banco do Japão (BoJ) e o Banco da Inglaterra (BoE) também deixaram seu juros básicos intocados em meio às incertezas da política tarifária do governo de Donald Trump, em um ambiente de riscos geopolíticos elevados.

Nesta quinta-feira (19), a Casa Branca disse Trump decidirá sobre a eventual entrada de Washington na guerra de Israel contra o Irã nas “próximas duas semanas”.

Nesse cenário, as bolsas asiáticas operaram sem direção definida. Liderando ganhos na região, o índice sul-coreano Kospi subiu 1,48% em Seul, a 3.021,84 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 1,26% em Hong Kong, a 23.530,48 pontos, e o Taiex registrou modesta alta de 0,19% em Taiwan, a 22.045,74 pontos.

Os mercados do Japão e da China, por outro lado, ficaram no vermelho. O Nikkei caiu 0,22% em Tóquio, a 38.403,23 pontos. O principal índice chonês, o Xangai Composto teve perda marginal de 0,07%, a 3.359,90 pontos, enquanto o Shenzhen Composto recuou 0,60%, a 1.969,04 pontos. Na Oceania, a bolsa australiana acumulou perdas pelo quarto pregão consecutivo hoje: o S&P/ASX 200 caiu 0,21% em Sydney, a 8.505,50 pontos.

Japão projeta reduzir emissão de títulos

 O Ministério das Finanças do Japão planeja reduzir a emissão de títulos do governo japonês (JGBs, pela sigla em inglês) de longo prazo, depois de um forte avanço nos rendimentos dos papéis ter alarmado os mercados. O plano é cortar as ofertas de títulos de 20 anos em 200 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 1,37 bilhão) a cada leilão e as de JGBs de 30 e 40 anos em 100 bilhões de ienes, também a cada leilão, até março de 2026. A proposta é que as reduções comecem em julho.

Para equilibrar os volumes emitidos, o ministério disse que também planeja aumentar a emissão de JGBs de 2 anos e outros papéis de prazo mais curto. O plano de emissão de dívida super longa do ministério está em evidência desde que seus rendimentos atingiram máximas em vários anos recentemente, refletindo a fraca demanda de investidores e preocupações sobre o custo de pagamento da enorme dívida do governo.

A sustentabilidade fiscal é um desafio de longa data para o Japão, que possui uma dívida federal duas vezes maior que o tamanho de sua economia. Em maio, o retorno dos JGBs de 40 anos saltou para 3,675%, atingindo o maior nível desde 2007, quando o ministério começou a emitir a esse tipo de papel. Já o rendimento do JGB 30 anos alcançou o patamar inédito de 3,185%.

O Ministro das Finanças, Katsunobu Kato, tem alertado que o aumento dos rendimentos poderá impulsionar os custos com pagamentos de juros e intensificar a pressão fiscal, embora tenha ressaltado que não houve problemas nas vendas de JGBs a investidores.

Com Estadão Conteúdo

Redação Suno Notícias

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