Ibovespa começa a semana em queda, com reação negativa a aumentos de impostos
O Ibovespa abriu a semana mantendo a tendência de queda nesta segunda-feira (9), e fechou em 135.699,38 pontos, queda de 0,30% em relação ao resultado de sexta-feira (6), com giro financeiro de R$ 20,1 bilhões. No mês, o Ibovespa cede 0,97% e, no ano, avança 12,82%.
A oscilação negativa foi bem maior, chegando à mínima de 134.118,64 pontos, o que representaria uma queda de 1,46%. O mercado reagiu negativamente às propostas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o reforço de receitas e o cumprimento do arcabouço fiscal.
Agentes do mercado acreditam que as tentativas de ajuste fiscal do governo continuam a vir, essencialmente, do aumento da arrecadação, e não pela contenção de despesas. Haddad informou que o governo deve publicar uma MP com tributação de ativos hoje isentos, como Letras de Crédito Agrícolas (LCAs) e Imobiliário (LCIs), entre outras medidas.
A possibilidade de taxação dos dividendos de fundos imobiliários (FIIs) e fundos do agronegócio (Fiagros) foi citada pelo jornal Valor Econômico, mas não chegou a ser confirmada.
“Ainda é muito difícil fazer conta em cima do que está sendo discutido com relação às mudanças propostas sobre tributação. Como é MP, só passa a valer em 2026, e não é a primeira vez que se tenta fazer isso com LCA e LCI — até aqui, sem sucesso. Há apoio a subsídios, lobby em setores importantes para a economia, como o agrícola e o imobiliário. Parece uma cortina de fumaça ao que é essencial na resolução do problema fiscal de longo prazo, que passa pelo corte de gastos”, analista Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos.
Ibovespa: confira as principais altas e baixas do dia
O dia foi majoritariamente negativo para as principais ações do Ibovespa, mas a virada da principal delas, a Vale (VALE3, +0,59%), na máxima do dia no encerramento, contribuiu para a mitigação de perdas do índice da B3. Outros nomes do setor metálico se destacaram, em especial Gerdau (GGBR4, +6,41%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, +5,21%).
Os papéis da Gerdau se descolaram do sentimento em geral negativo na sessão, após o UBS BB ter elevado a recomendação de Gerdau, de neutra para compra, e aumentar o preço-alvo. Na avaliação do banco, o aumento das tarifas de importação de aço para 50% nos EUA é um divisor de águas para a tese de valorização das ações, pela produção da empresa em suas plantas norte-americanas.
Por outro lado, a Petrobras fechou duplamente em baixa (PETR3, 1,05%; PETR4, 1,55%). Entre os grandes bancos, as perdas da sessão ficaram entre 0,52% (Itaú Unibanco, ITUB4) e 0,75% (Bradesco, BBDC4), à exceção de Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11), que fecharam pouco acima da estabilidade (+0,09% e +0,07%, respectivamente).
Bolsas de Nova York têm fechamento em alta
As bolsas de Nova York perderam força nas últimas horas do pregão e encerraram suas sessões sem direção definida, após a notícia de que a reunião entre autoridades comerciais dos Estados Unidos e da China, em Londres, terminou nesta segunda-feira sem definições, com retomada na terça-feira (10). O secretário norte-americano do Tesouro, Scott Bessent, que participou do encontro, disse que foi uma “boa reunião”.
Confira os fechamentos do dia em Nova York:
- Dow Jones: 42.761,76 (0,00%)
- S&P 500: 6.005,88 (+0,09%)
- Nasdaq: 19.591,24 (+0,31%)
As ações da Tesla deram sequência à recuperação de sexta-feira e fecharam o dia com alta de 4,55%. A montadora de veículos elétricos encerrou a semana passada com uma perda de quase 15% – sua pior semana desde outubro de 2023 -, o que incluiu um tombo de 14% na quinta-feira, em meio à troca de acusações entre o CEO Elon Musk e o presidente dos EUA, Donald Trump.
Os investidores estão atentos ao lançamento do serviço de táxis autônomos da Tesla, que deve ocorrer na quinta-feira (12). Analistas do Baird rebaixaram a recomendação das ações da empresa de “outperform” (equivalente a compra) para “neutro”.
Com Estadão Conteúdo
