XP deve se transformar em banco e mirar crédito após IPO

A capitalização que a XP Investimentos (XP Inc) obteve após a Oferta Pública Inicial (IPO) desta quarta-feira (11), nos EUA, deve dar fôlego financeiro aos próximos passos da empresa.

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A parte primária da oferta pública da XP Investimentos deverá destinar os recursos levantados com a operação ao caixa da corretora brasileira. Com o cofre cheio, a expectativa é que a companhia caminhe para se tornar um banco de varejo.

“A XP terá um enorme reforço em seu caixa em 2020 e, com isso, deve acelerar ainda mais os investimentos, principalmente em outras fontes de negócio”, disse uma fonte com conhecimento da empresa.

“Seria um negócio mais como banco mesmo, com crédito, cartão de credito, etc”, disse. Além do crédito, há a possibilidade da XP também oferecer seguros e todos os serviços de um banco digital.

De acordo com fontes consultadas pelo SUNO Notícias, a estratégia deverá consistir em aproveitar a ramificação e alcance dos agentes autônomos da XP para oferecer produtos de crédito aos clientes.

Essa estratégia poderá adicionar outro business ao core da empresa, que hoje fatura principalmente em serviços como corretora, com taxas na compra e venda de ações, além de percentual sobre fundos e negócios.

“A nossa empresa nunca esteve tão forte e pronta para encarar esse desafio, e tenho certeza que o IPO ajudará ainda mais a acelerar essa transformação”, disse, em carta aberta, Guilherme Benchimol, CEO e fundador da XP Inc.

Além disso, a empresa informou ainda ter como objetivo usar parte desse valor para financiar futuras aquisições e fazer outras operações com o intuito de expandir ainda mais o negócio.

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“Acho que a XP vai consolidar sua posição. utilizar o capital levantado e investir para fortalecer seu market share e procurar aumentá-lo”, disse Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura.

A XP possui 1,5 milhão de clientes e gerou US$ 890 milhões em receita até o momento neste ano.

XP deve apelar ao marketing para anabolizar crescimento

Um dos pilares do crescimento da XP até então foi o marketing voltado à imagem de disrupção em relação ao setor bancário -cheio de vícios e prejuízos ao consumidor.

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A aposta de analistas agora é que o reforço do caixa também sirva para maiores investimentos em propaganda e marketing na mesma direção, mesmo após a aquisição de percentual relevante da XP pelo Itaú Unibanco. A carta aberta do CEO, Guilherme Benchimol, divulgada aos clientes parece dar o tom do futuro próximo.

“Nos disseram que seria impossível chegar até aqui, que os grandes bancos sempre dominariam o sistema financeiro e que não passávamos de “garotos”. Sempre desafiamos esse pensamento, com responsabilidade e confiantes da nossa missão, e jamais abaixamos a cabeça”, disse Benchimol.

IPO levanta cerca de US$ 15 bilhões

Com o IPO desta quarta-feira, a XP Investimentos passou a ser avaliada em US$ 14,9 bilhões (aproximadamente R$ 62,5 bilhões). Os papéis da empresa, listados na Nasdaq, nos EUA, chegaram a subir cerca de 20% após o início da negociação.

Saiba mais: XP lança dois fundos para investir em suas ações nos EUA

A alta nas ações da corretora fecha um ciclo importante à empresa. A oferta pública da XP Investimentos, que opera sob o código “XP” na bolsa norte americana, foi chancelada há cerca de nove meses.

Em meados de março, a XP anunciou que deixaria seu IPO para o final deste ano por conta do nível de incertezas do mercado naquele momento.

A confirmação de que a oferta pública inicial seria realizada em dezembro na Nasdaq só foi feita há pouco mais de um mês. O prospecto do IPO na Nasdaq foi protocolado no dia 15 de novembro.

De acordo com o analista da SUNO Research, Alberto Amparo, o preço da XP Investimentos tem muito crescimento embutido, ou seja, para valer o que está custando, a companhia precisa entregar bastante crescimento.

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“Na precificação de US$ 25 até tava justo. Nessa precificação, de US$ 27, ainda pode valer a pena, mas a margem de segurança cai”, acrescentou Amparo. Vale destacar também que a oferta pública da XP marca o quarto maior IPO realizado nos EUA neste ano.

Vinicius Pereira

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