XP deve ter BDRs negociados na B3 ainda em setembro, com 48% do capital circulando

Após a cisão do Itaú (ITUB4) na XP, a corretora terá 48% do seu capital em circulação no mercado, ante 27% anteriores, quando o banco possuía participação. Com o movimento, a empresa de investimentos deve ser negociada na Bolsa brasileira já em setembro por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDR), segundo o jornal Valor Econômico.

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Atualmente as ações da companhia são listadas na Nasdaq, bolsa de tecnologia americana. A cisão ganhou as manchetes há meses quando ambas as companhias chegaram a levar a briga à publicidade, esboçando a divergência de visão em propagandas de TV.

Com a saída do banco, haverá uma reorganização societária que envolve a XP Part – que agora deve ser incorporada ao CNPJ da XP.

Essa mudança deve ocasionar um novo acordo de acionistas, em que os oriundos do Itaú terão ações classe A nos Estados Unidos ou BDRs na Bolsa brasileira.

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Com a operação, há alta probabilidade de realização de lucro, considerando que a corretora multiplicou seu valor de mercado em quase dez vezes desde a entrada do Itaú no capital social – beirando os R$ 120 bilhões atualmente.

Em relatório, a XP Investimentos disse que a visão é positiva para o Itaú devido ao destravamento de valor. A corretora vê o banco sendo negociado a 1,5x P/VP (preço sobre valor patrimonial) em 2021 ex-XP, o que implica em desconto de:

  • Aproximadamente 33% ao histórico de 5 anos
  • 20% ao Santander Brasil
  • 4% ao Bradesco

A corretora mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 28,0 por ação.

Mudança societária amplia leque de estratégias da XP

Com a cisão, uma série de direitos do Itaú em relação à XP cai por terra, além das restrições impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) quando a entrada do banco ocorreu.

Um dos pontos principais dessa mudança é a proibição de que a XP fechasse novos acordos de exclusividade com agentes autônomos, salvo em casos que os escritórios de sua rede fossem assediados pela concorrência.

O detalhe se torna importante à medida que houve evasão de alguns dos escritórios da XP, indo para o concorrente, o BTG Pactual (BPAC11) – a exemplo do EQI e do Acqua-Vero.

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Eduardo Vargas

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