Via (VIIA3), Magazine Luiza (MGLU3) e mais varejistas sobem no Ibovespa; aéreas também decolam. Por quê?

As ações da Via (VIIA3) e de outras varejistas fecharam em alta nesta sexta-feira (9), pós-feriado, refletindo novamente a expectativa para o corte de juros nos próximos meses, além de novas atualizações econômicas no mercado externo. As companhias aéreas também tiveram desempenho positivo na Bolsa.

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No fechamento, as ações ordinárias da Via subiram 3,21%, a R$ 2,57; as da Marisa (AMAR3) avançaram 6,94%, a R$ 0,77, assim como as de Magazine Luiza (MGLU3), com alta de 2,32%, a R$ 3,97.

Cotação VIIA3

Gráfico gerado em: 09/06/2023
1 Dia

“Novamente, as altas de papéis ligados a economia doméstica estão relacionados a expectativa de juros mais baixos. Na China, seis bancos estatais cortaram as taxas, indicando que o Banco Central de lá também deve estimular a economia, o que sustenta algumas commodities em alta hoje”, afirmou Cristiane Fensterseifer, analista de investimentos do site Investe10.

Segundo a analista, as altas também refletem os dados de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos divulgados ontem, que vieram maiores do que o esperado, reforçando a aposta de alívio monetário por lá.

Ao todo, na última semana, o número de solicitações pelo benefício cresceu em 28 mil, chegando a 261 mil pedidos, bem acima dos 235 projetados pelo consenso de mercado.

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Aéreas também decolaram no Ibovespa

As ações da Azul (AZUL4) também fecharam em alta de 0,62%, a R$ 19,61, nesta sexta-feira, assim como os de Gol (GOLL4), que saltaram 7,28%, a R$ 10,31.

Em comunicado ao mercado divulgado na quarta-feira (7), a Gol divulgou os números prévios de tráfego do mês de maio de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022.

Unindo voos domésticos e internacionais, a companhia aérea registrou demanda RPK, ou passageiros-quilômetro transportados, total de 2,88 bilhões em maio, alta de 8,3% na base anual.

A oferta ASK, ou assentos‐quilômetros oferecidos, total no período atingiu 3,61 bilhões, aumento anualizado de 5%. Já a taxa de ocupação aumentou 2,5 pontos percentuais na mesma comparação, a 79,8%.

Analistas elevam preço-alvo para ações de aéreas

Na última terça-feira (6), os analistas do Citi elevaram o preço-alvo para as ações da Azul Gol negociadas na Bolsa de Nova York (Nyse), o que fez com que os papéis das duas empresas disparassem.

Os analistas Stephen Trent, Filipe Nielsen e Jay Singh elevaram o preço-alvo para os ADRs da Azul de US$ 17,00 para US$ 20,50 e os da Gol de US$ 6,75 para US$ 7,75. Em ambos os casos, eles reiteraram a recomendação de compra.

No relatório, a equipe do Citi ressaltou que a demanda por passagens das companhias aéreas brasileiras continua em crescimento, além da receita por assento, que permanece próxima a níveis recorde. Os analistas enxergam, ainda, que as pressões cambiais e os custos com combustíveis parecem estar diminuindo.

Ainda no relatório, o banco alertou para a alavancagem financeira das companhias, o que pode ser um gatilho importante para as ações, caso as empresas não consigam avançar nos planos de redução de dívida.

Um dia antes, a Gol havia divulgado os números prévios de tráfego do mês de maio de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022.

Unindo voos domésticos e internacionais, a companhia aérea registrou demanda RPK, ou passageiros-quilômetro transportados, total de 2,71 bilhões em maio, alta de 13,1% na base anual. 

A oferta ASK, ou assentos‐quilômetros oferecidos, total no período atingiu 3,57 bilhões, aumento anualizado de 14,9%. Já a taxa de ocupação caiu 1,2 ponto percentual na mesma comparação, a 76,1%.

Via (VIIA3) fechou o 1T23 com prejuízo de R$ 297 milhões; empresa faz emissão bilionária de debêntures

Via (VIIA3) fechou mais um trimestre com um prejuízo milionário nas mãos. Segundo informações divulgadas nesta quinta (4), a operação da “mãe” da Casas Bahia começou o ano com um número negativo de R$ 297 milhões. Na 1T22, a varejista tinha anotado lucro de R$ 18 milhões.

Além disso, a empresa informou ao mercado que fará uma emissão bilionária de debêntures.

De acordo com o balanço da Via do 1T23, os principais números desse período foram:

  • Receita líquida da Via: R$ 7,354 bilhões, queda de 0,6% ante 1T22;
  • Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado: R$ 675 milhões, alta de 0,2% ante 1T22;
  • Resultado líquido: prejuízo de R$ 297 milhões; no 1T22, empresa registrou lucro líquido de 18 milhões.

“O prejuízo líquido foi de R$ 297 milhões e margem líquida de – 4,0% no trimestre, com recuo de
4,2 p.p frente ao 1T22. Os ajustes não recorrentes relacionados à atualização dos processos trabalhistas
(legado) foram de R$ 80 milhões no trimestre refletindo num prejuízo líquido operacional de R$ 217
milhões”, ressaltou a companhia no informe ao mercado.

resultado financeiro da Via foi negativo em R$ 827 milhões, 5,4 pontos porcentuais maior como porcentual da receita líquida, em razão, principalmente, do aumento da taxa Selic e maior desconto de recebíveis de cartão de crédito.

A margem bruta foi de 32,1%, com alta de 1,4 p.p. e a margem Ebitda ficou em 9,2%, alta de 0,1p.p. A empresa credita os ganhos de rentabilidade, entre outros fatores, ao aumento da participação do carnê na venda da loja e à maior produtividade de vendas por vendedor.

A Via apresentou dívida líquida ajustada de R$ 500 milhões e patrimônio líquido de R$ 5 bilhões, com índices de alavancagem em patamares inferiores aos covenants financeiros. A Via terminou o trimestre com posição de caixa, incluindo recebíveis de cartão, de R$ 3,5 bilhões.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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