Ações da Via (VIIA3), Magazine Luiza (MGLU3) e varejistas fecham em alta nesta quinta no Ibovespa; saiba por quê

As ações de Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) figuraram no campo positivo do Ibovespa nesta quinta-feira (29) no Ibovespa, com os investidores repercutindo uma nova queda do IGP-M em junho e na espera da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que trará suas novas metas de inflação.

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No fechamento os papéis da Via avançaram 3,24%, cotados a R$ 2,23, enquanto os ativos do Magazine Luiza também subiram 2,99%, a R$ 3,45. As ações ordinárias de Lojas Renner (LREN3) avançaram 2,20%, a R$ 21,39, assim como as da Petz (PETZ3), que avançavam 6,28%, cotadas a R$ 6,60.

Cotação VIIA3

Gráfico gerado em: 29/06/2023
5 Dias

“Basicamente, essas empresas sobem hoje com a expectativa de manutenção da meta de inflação pelo CMN, além do dado de inflação do IGP-M, o que melhoram os juros, fazendo eles caírem e a Bolsa subir”, aponta Cristiane Fensterseifer, analista de investimentos do site Investe10.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também “apelidado” de inflação do aluguel, registrou queda de 1,93% em junho, segundo informações passadas pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) nesta quinta-feira (29).

Assim, o IGP-M acumula o 3º mês seguido de deflação, ou seja, de queda do índice. Foram registradas baixas de 1,84% em maio e de 0,95% em abril. No ano de 2023, o índice caiu 4,46% até agora.

Em meio a essas novas baixas do IGP-M, o índice alcançou o menor valor da série histórica no acumulado de 1 ano, após recuar 6,86% em 12 meses. Considerando o acumulado de 12 meses, o IGP-M vem registrando deflação desde o mês de abril, algo que não ocorria desde 2018.

Nesta quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne para definir qual será a meta de inflação para 2026, além da confirmação dos alvos para 2024 e 2025, e se essa meta a ser perseguida será via regime de ano-calendário (janeiro a dezembro) ou contínuo.

Segundo Gustavo Cruz, analista da RB Investimentos, o CMN não deve mexer nas metas de inflação, como indicado pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em entrevista.

“Com isso, volta aquela busca por ativos de maior risco, que trabalham com a curva de juros menor. Se você não tem o CMN cedendo a alguma pressão do presidente Lula para que se suba a meta de inflação, você tem uma credibilidade maior, dá uma sensação de maior segurança para o Banco Central, e com isso, o mercado incorpora bem as perspectivas de juros futuros”, apontou.

Possível follow-on da Via

Segundo informações do Estadão/Broadcast divulgadas na última sexta-feira (23), com a mudança recente de comando na Via e a saída de executivos no alto escalão, a nova gestão agora volta o foco para o corte de despesas, o esforço para gerar caixa e resultados.

É dentro dessa equação que entrou no radar da companhia a possibilidade de ir ao mercado com uma oferta subsequente da Via, como uma forma de ajudar a reequilibrar as contas do negócio até o fim do ano.

Em maio, segundo a reportagem, a Via concluiu a rolagem de R$ 1,1 bilhão em debêntures por dois anos, ou seja, junho de 2025. “Tirou a pressão de curto prazo”, disse uma fonte próxima às negociações. As novas debêntures pagam juro de 4,1% somado à remuneração do CDI. No fim do ano passado, a companhia já recebeu uma “ajuda” (termo usado por partes envolvidas na negociação) do Bradesco para equilibrar o orçamento.

Com uma renovação de parceria com o banco por mais 15 anos para os cartões co-branded na Casas Bahia, a companhia recebeu, em novembro de 2022, R$ 1,75 bilhão de “signing bônus” e antecipação de parte das comissões. Todos os movimentos acontecem em meio à revelação de uma fraude contábil na Americanas (AMER3), que deixou um buraco de cerca de R$ 15 bilhões nos cinco maiores bancos do País e todas as varejistas fragilizadas.

A Via, como um dos maiores nomes do setor de bens duráveis brasileiras, seria, portanto, grande demais para entrar em uma lista de problemas para essas instituições. Ao contrário de alguns dos concorrentes, a Via não tem problemas operacionais, mas sim de endividamento – por isso a necessidade de reequilibrar as contas, argumenta uma fonte.

Nessa estratégia da Via, a prioridade é reduzir gastos, incluindo investimentos, e focar na melhorar a eficiência e em negócios que dão dinheiro. Desde fevereiro, a empresa passa por uma reformulação completa de sua diretoria, substituindo executivos com foco em crescimento por nomes que o novo chefe do Conselho de Administração, Renato Carvalho, vê como profissionais com foco em contenção de despesas.

Ao todo, seis altos executivos deixaram seus cargos na Via: o CEO, Roberto Fulcherberguer; o CFO, Orivaldo Padilha; Helisson Lemos, responsável pela área de marketplace; Andre Calabro, chefe do banQi; Helio Muniz, chefe de comunicação e ESG; e Ilca Sierra, chefe de marketing.

Ainda dentro da perspectiva de cortes, a companhia tem feito outras demissões – as mais recentes envolveram diretores do banQi, que nessa reformulação devem perder relevância na estratégia da varejista. A área, que já havia perdido seu CEO, Calabro, agora deve deixar de fornecer empréstimo pessoal.

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Via fechou o 1T23 com prejuízo de R$ 297 milhões

Via fechou mais um trimestre com um prejuízo milionário nas mãos. A operação da “mãe” da Casas Bahia começou o ano com um número negativo de R$ 297 milhões. Na 1T22, a varejista tinha anotado lucro de R$ 18 milhões.

De acordo com o balanço da Via do 1T23, os principais números desse período foram:

  • Receita líquida da Via: R$ 7,354 bilhões, queda de 0,6% ante 1T22;
  • Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado: R$ 675 milhões, alta de 0,2% ante 1T22;
  • Resultado líquido: prejuízo de R$ 297 milhões; no 1T22, empresa registrou lucro líquido de 18 milhões.

“O prejuízo líquido foi de R$ 297 milhões e margem líquida de – 4,0% no trimestre, com recuo de
4,2 p.p frente ao 1T22. Os ajustes não recorrentes relacionados à atualização dos processos trabalhistas
(legado) foram de R$ 80 milhões no trimestre refletindo num prejuízo líquido operacional de R$ 217
milhões”, ressaltou a companhia no informe ao mercado.

resultado financeiro da Via foi negativo em R$ 827 milhões, 5,4 pontos porcentuais maior como porcentual da receita líquida, em razão, principalmente, do aumento da taxa Selic e maior desconto de recebíveis de cartão de crédito.

A margem bruta foi de 32,1%, com alta de 1,4 p.p. e a margem Ebitda ficou em 9,2%, alta de 0,1p.p. A empresa credita os ganhos de rentabilidade, entre outros fatores, ao aumento da participação do carnê na venda da loja e à maior produtividade de vendas por vendedor.

Via apresentou dívida líquida ajustada de R$ 500 milhões e patrimônio líquido de R$ 5 bilhões, com índices de alavancagem em patamares inferiores aos covenants financeiros. A Via terminou o trimestre com posição de caixa, incluindo recebíveis de cartão, de R$ 3,5 bilhões.

Com informações de Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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