Veja as análises dos destaques dos balanços da semana

Mais de 50 grandes empresas divulgaram seus balanços do terceiro trimestre de 2019 nesta semana. Sendo assim, o Suno Notícias separou alguns destaques dos últimos dias e contou com a ajuda de analistas para comentarem sobre cada resultado.

Entre os balanços divulgados durante a semana, a BRF reverteu prejuízo de R$ 860 milhões do terceiro trimestre do ano passado e reportou lucro líquido de R$ 446 milhões no trimestre encerrado em setembro.

BRF

“Mesmo o resultado da companhia tendo apresentado uma reversão do prejuízo que ela teve no terceiro trimestre de 2018, alguns pontos chamaram a atenção. Um deles é a dúvida de que a companhia vai continuar mantendo a performance que ela apresentou neste trimestre de 2019, principalmente pelo custo do grão, do milho, que no mercado internacional é influenciado pela guerra comercial que afeta as commodities”, analisou Sandra Peres, analista Sell Side da Terra Investimentos.

O Ebitda ajustado da BRF chegou a R$ 1,609 bilhão, um avanço de 178,1%. O resultado inclui ganho líquido de R$ 467 milhões referentes a ações tributárias. Caso esse ganho não seja levado em conta, o Ebitda ajustado é de R$ 1,142 bilhão.

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“Mesmo com números melhores, também é preciso ficar de olho na questão da dívida da empresa. Temos que ver a parte operacional que ainda custa muito para a empresa, principalmente com o cenário internacional atual”, disse Peres.

A receita líquida da empresa foi de R$ 8,459 milhões, um crescimento de 8,4%. Somente no Brasil, a receita líquida cresceu 6,3%, somando R$ 4,382 bilhões.

“Os resultados do terceiro trimestre de 2019  demonstram a recuperação, evolução e consolidação dos fundamentos do nosso negócio. Em nosso segmento Brasil, apresentamos retomada de volumes e crescemos cerca de 8% em relação ao segundo trimestre de 2019 (2T19), praticamente atingindo o mesmo patamar do ano passado”, informou a BRF.

Nos mercado internacionais, principalmente na Ásia, a empresa salientou que houve um crescimento de 5% no volume em comparação ao mesmo trimestre de 2018.

“No mercado internacional é interessante olhar a questão da China, com o fenômeno da peste suína. Se de repente ainda existir o agravamento, há a possibilidade de uma melhora no volume de exportação e venda de frangos lá fora, mas por enquanto não tem como mensurar o quanto isso iria impactar nos resultados de médio a longo prazo”, concluiu a analista.

Banco Inter

O Banco Inter (BIDI4), assim como outras mais de 60 companhias que divulgaram seus respectivos balanços, apresentou seu resultado trimestral nesta semana registrando um lucro líquido de R$ 11,8 milhões entre julho e setembro deste ano. No acumulado do ano ate setembro, o banco digital registrou R$ 56,8 milhões em 2019, um crescimento de 19,6% em comparação ao mesmo periodo do ano passado.

“O mercado reagiu mal ao balanço divulgado no dia 6. Desde então a ação está em queda expressiva. O que pode ter ocorrido, obviamente que não sabemos o motivo de fato, mas alguns pontos negativos é que houve queda do lucro tanto em comparação ao trimestre anterior quanto ao mesmo período do ano passado”, pontuou João Arthur, especialista da Suno Research.

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O resultado operacional no terceiro trimestre de 2019 foi de R$ 12,813 milhões, em alta em relação ao trimestre anterior, quando tinha sido de R$ 5,806 milhões. No terceiro trimestre de 2018 esse resultado tinha sido de R$ 31,757 milhões.

“O Banco Inter tem um perfil de startup, é um banco que cresce muito, não é como Itaú, Bradesco ou Santader, que já possuem um grau de maturidade operacional. O Banco Inter ainda cresce muito, e nesta questão foi muito bem neste trimestre, atingindo 3.3 milhões de contas digitais, um crescimento de 211%”, apontou Arthur.

O especialista da Suno afirmou que na parte do crescimento o banco segue muito acelerado. Entretanto, para ele, “o lucro ainda vem abaixo do esperado do potencial do Banco Inter”.

O resultado não operacional do terceiro trimestre alcançou R$ -2,856 milhões. No trimestre anterior esse resultado tinha sido positivo de R$ 38,845 milhões. Entre julho e setembro de 2018 esse resultado tinha sido negativo de R$ 6,078 milhões.

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Sobre o custo de captação, o especialista disse que “a redução do custo de captação foi uma boa noticia”. Isso porque conforme ele reduz o custo de captação, ele aumenta sua rentabilidade e o custo de captação do Inter caiu 11.6%.

A instituição financeira afirmou que ao longo do terceiro trimestre de 2019, a empresa mostrou que é capaz de manter um crescimento expressivo na base de clientes “mesmo mantendo um custo de aquisição modesto e referência de mercado”.

Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4) foi um dos primeiros a divulgar resultado nesta semana de balanços. A instituição registrou lucro líquido de R$ 7,156 bilhões (R$ 0,73 por ação) no terceiro trimestre de 2019. No mesmo período do ano passado, o lucro foi de R$ 6,454 (R$ 0,66 por ação).

“Podemos afirmar que o Itaú apresentou um balanço forte. O Itaú teve um crescimento de 10,7% no lucro líquido recorrente, manteve sua rentabilidade sobre patrimônio líquido em um grau de estabilidade, em relação ao segundo trimestre deste ano, e teve um crescimento relevante em comparação ao mesmo período do ano passado”, afirmou o especialista da Suno.

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No acumulado do ano até setembro, o lucro líquido recorrente do Itaú Unibanco subiu 9,4%. “No geral, o Itaú apresentou um balanço bom e isso se traduziu na valorização das ações”, disse Arthur.

A receita total foi de R$ 45,258 milhões entre julho e setembro. No mesmo período do ano passado, o valor foi de R$ 43,183 milhões. Além disso, as despesas totais aumentaram de R$ 19,864 milhões para R$ 25,558.

“Destacamos o aumento do ritmo de crescimento das carteiras de crédito de pessoas físicas e de micro, pequenas e médias empresas e também a retomada do crescimento da carteira de crédito de grandes empresas após quatro trimestres. Essa evolução do crédito impulsionou o aumento de R$ 742 milhões na margem financeira com clientes”, informou o Banco Itaú no comunicado do balanço.

A carteira de crédito do banco somou R$ 229,7 bilhões entre julho e setembro. O valor indica alta de 14,9% quando comparado ao mesmo período do ano passado.

“É esperado que a carteira de crédito tenha uma expansão ainda mais forte conforme a economia tome uma maior tração”, concluiu Arthur.

O patrimônio líquido do Itaú foi de R$ 125,719 bilhões, uma alta de 0,5% em relação ao mesmo período de 2018. Mais balanços serão divulgados na semana que tem início na segunda-feira (11). Fique ligado no Suno Notícias para ficar por dentro dos principais resultados.

Juliano Passaro

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