Vai ter recessão? Analistas indicam 5 ações para proteger sua carteira de investimentos

Ao que tudo indica, o mundo está caminhando em direção a uma recessão econômica, diz a maioria de economistas e analistas de mercado. Uma das principais economias do mundo e a principal entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos já despontam com “sintomas clássicos” – ainda que não determinantes – de uma recessão.

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Isoladamente, recessão significa retroceder ou retrocesso. Quando aplicado à economia, o termo representa um declínio econômico significativo.

Uma recessão econômica indica a queda do Produto Interno Bruto (PIB) por dois trimestres consecutivos em um determinado país, o que já é realidade nos EUA. Períodos de queda da renda real, consumo e produção, aumento do desemprego e alta da inflação também sugerem esse quadro.

Além da contração do PIB americano, indicadores econômicos na Europa também evidenciam o cenário de desaceleração da economia mundial. Investidores começam a se planejar para passar pelo período com seus investimentos protegidos.

O Suno Notícias separou uma lista com cinco ações para investir (dentro de duas estratégias diferentes) em momentos de volatilidade, como o de recessão econômica.

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5 ações para manter na carteira durante o período de recessão econômica

Foco em dividendos

O analista da Lumi Research, Leonardo Oliveira, afirma que há diferentes estratégias para seguir em momentos de recessão econômica. Ele prefere uma carteira com boas pagadoras de dividendos, uma vez que, no longo prazo, os pagamentos aos acionistas continuariam fortes.

“As melhores opções incluem as empresas dos setores de banco, energia e alimento como melhores exemplos. Normalmente, ações pagadoras de dividendos são uma boa estratégia: mesmo com a Bolsa em queda, as empresas continuam pagando dividendos, caso os fundamentos não sejam perdidos”, diz.

O top 5 escolhido por Leonardo teria:

A primeira, em especial, pagou aproximadamente R$ 2,2 bilhões em proventos, referentes ao segundo trimestre de 2022. Mesmo após uma valorização de 37% nas ações em 2022, analistas seguem recomendando as ações do Banco do Brasil em relatórios e carteiras de dividendos, estimando um aumento dos proventos nos próximos trimestres.

Em revisão recente, por exemplo, a XP Investimentos estimou que os dividendos do Banco do Brasil devem representar um dividend yield (DY) de 10% em 2023 e 8,5% até o fim de 2022.

Além disso, mesmo que se trate de uma estatal e as eleições estejam perto de ocorrer, analistas veem potencial de retorno para os papéis BBAS3.

“Embora as eleições presidenciais estejam próximas e isso possa trazer mais volatilidade, reiteramos nossa recomendação de compra nas ações do Banco do Brasil”, disse o BTG Pactual.

A Warren também mantém as ações do Banco do Brasil em sua carteira de dividendos recomendada para setembro, com alocação de 15% – além da alocação de 10% em BBAS3 na sua carteira de top picks.

A outra sugestão são as ações da Copel, empresa conhecida por remunerar acionistas com dividendos robustos. Após divulgar seu balanço do segundo trimestre de 2022, o CEO da empresa afirmou, em teleconferência, que existe a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários no terceiro trimestre. A empresa afirmou que ainda está estudando oportunidades para atuar no mercado de geração distribuída de energia.

Leonardo Oliveira argumenta que, mesmo com setores listados no Ibovespa sendo mais “defensivos”, como o de energia elétrica e bancos, ele acredita que “devemos pensar em produtos indispensáveis em nossas vidas – com ou sem recessão, vamos continuar consumindo.”

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Foco em rentabilidade

Dalton Vieira, analista chefe da DVinvest, afirma que algumas das ações que mais prosperaram em momentos de volatilidade foram as atreladas às commodities. Como exemplo, o analista afirma que, durante a pandemia, os papéis que mais subiram foram:

“De maneira geral, na lista, se resumir só os seis primeiros ativos, estamos falando de quatro ações que são ligadas a commodities, porque estamos num cenário positivo, um ciclo favorável, ciclo de prazo mais longo, para as commodities”, explicou o analista.

Ele lembra que o setor possui ativos que podem ser favorecidos, no longo prazo, mesmo num processo de baixo crescimento econômico ou de mais volatilidade.

“O setor elétrico sempre vai ser um setor defensivo em momentos de crise, mas de maneira geral as empresas de commodities podem entregar um retorno maior”, disse.

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Um exemplo usado por ele é a própria Petrobras (PETR4), que nos últimos 12 meses está alcançando sua máxima histórica, enquanto o Ibovespa opera no negativo, principalmente de maio de 2021 até agora.

Dalton indica uma carteira focada em rentabilidade de ações antes de uma de dividendos: ao verificar os dados históricos das recessões anteriores nos Estados Unidos, de 1948 até agora, constatou-se uma mediana, da mínima para a máxima, na faixa de 24% no S&P 500, um dos principais índices acionários do país.

“Essa queda já aconteceu na S&P 500, e já ocorreu um processo de recuperação praticamente nos últimos dois meses para cá”, disse. “O principal retorno que existe em termos de rentabilidade da ação se dá nos primeiros 12 meses após a recessão e a mínima da queda.”

Portanto, ele prefere não focar nos dividendos, já que “historicamente, tanto na bolsa americana quanto na nossa, os momentos que geram mais rentabilidade, com mais retorno para o capital, são os pós-crise”, explicou.

A estratégia do investidor de “sair da bolsa” no período pode levar a grandes perdas de oportunidade, uma vez que terão pregões de alta com grande impacto.

“De 2000 para cá, a bolsa de valores subiu na faixa de 535%. Se eu fiquei de fora dos 20 melhores pregões da bolsa nesse período, de 22 anos, eu tive uma rentabilidade de 23%, e esses melhores pregões acontecem justamente no início da recuperação após uma crise”, afirmou Dalton.

Ele ressalta, entretanto, que é necessário um certo cuidado. É indicado “estar dentro” da bolsa, tentando alcançar uma parcela do capital para gerar um impacto maior lá na frente, em termos de rentabilidade da carteira de investimentos.

A abordagem de se entrar com tudo no momento também não adianta: Dalton aconselha uma entrada mais gradual, com alocações progressivas. Desta forma, a estratégia de se proteger da recessão enquanto há rentabilidade é mantida.

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Victória Anhesini

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