Varejo paulista deve crescer 5% com vendas no Natal, diz pesquisa

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que o comércio varejista deva crescer 5% no mês do Natal. Se a previsão estiver correta, o varejo vai atingir R$ 91 bilhões em vendas em dezembro, R$ 4,2 bilhões a mais do que em 2020.

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Para a FecomercioSP, o principal fator que vai influenciar esses números será o pagamento do décimo terceiro salário e seu impacto maior nas compras de Natal, considerado decisivo pela entidade já que será 57,5% maior que em relação ao registrado no fim de 2020. Também devem interferir nesse índice a maior oferta de crédito, as lojas funcionando normalmente e a maior circulação de consumidores sem restrições devido à pandemia de covid-19.

Segundo a análise da FecomercioSP, com a injeção do 13º salário seguindo os padrões pré-pandemia, R$ 9,5 bilhões do valor recebido devem ser destinados ao consumo nesta época do ano. São R$ 3,1 bilhões a mais na economia, o que significa uma elevação de 47% em relação ao ano anterior, respondendo por 74% do acréscimo mensal previsto de R$ 4,2 bilhões em relação a dezembro de 2020.

“Dois fatores justificam a maior injeção do décimo salário. Em primeiro lugar, a expressiva expansão do contingente de trabalhadores com carteira assinada e, em segundo, o fato de que os aposentados e pensionistas, além de parcela significativa de empregados do setor privado, no ano passado, receberam a totalidade do pagamento até a metade do ano, a fim de atenuar a queda de renda provocada pela paralisação de vários segmentos produtivos e a elevação do desemprego”, analisa a FecomercioSP.

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A entidade destacou ainda que mesmo com a expectativa positiva, há fatores que podem influenciar negativamente essa perspectiva, como a forte elevação em curso do nível de endividamento das famílias que, ao lado da inflação e do desemprego altos, provocam redução da massa de renda.

Entre as atividades do varejo, o segmento de vestuário é o que deve ter o melhor movimento de vendas no mês, com crescimento estimado de 28%, ante dezembro de 2020, quando mostrou uma retração de 22%, o pior desempenho entre todas na ocasião. Os supermercados (-2%), as farmácias e perfumarias (-3%) e as lojas de móveis e decoração (-5%) devem ser os destaques negativos deste ano.

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Nem a Black Friday salvou o que a inflação tirou das varejistas

As ações de varejistas como Via (VIIA3)Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) estão na lanterna do Ibovespa quando se olha para o desempenho dos últimos 12 meses. Isso porque essas empresas estão entre as principais afetadas pelo quadro macroeconômico do País, com destaque para a influência do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em dois dígitos.

Na última quinta-feira (25), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial do Brasil. O indicador apresentou alta de 1,17% em novembro. Com esse percentual, a alta dos preços acumulada em 12 meses chega a 10,73%.

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Uma inflação na casa dos dígitos, somada a uma taxa de juros alta e um percentual de desemprego em 14%, conflui para o pior cenário para as varejistas: diminuição do poder de compra do consumidor.

Para Étore Sánchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o cenário de 2022 também não deve ser promissor. A expectativa do economista é de que os juros atinjam um pico de 13,25% no próximo ano, numa tentativa de o Banco Central (BC) aplacar todas aquelas inflações mencionadas mais acima.

Com isso, o custo de crédito aumenta, os consumidores ficam mais pressionados para o consumo e a dívida das varejistas cresce junto com os juros.

(Com informações da Agência Brasil)

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Bruno Galvão

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