Vale (VALE3): Presidente diz que ‘não quer sair agora’

O presidenta da Vale (VALE3), Eduardo Bartolomeo, declarou que “não gostaria de sair agora, com um projeto incompleto”, em entrevista ao Broadcast.

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O atual contrato do presidente da Vale vai até 2024 e, com essa sinalização, Eduardo Bartolomeo reafirma seu interesse em seguir dentro da mineradora multimacional.

O executivo assumiu o comando da companhia em 2019, pouco tempo após a tragédia de Brumadinho, que afastara o antigo CEO da Vale, Fabio Schvartsman.

Segundo as declarações dadas ao Broadcast, Bartolomeo quer manter a marca de sua gestão e concluir os ajustes que promove desde que assumiu seu posto.

Atualmente, o executivo é alvo de rumores. Isso, por conta de uma eventual nova indicação do Conselho de Administração para que um outro nome ocupe seu cargo – tal como ocorreu em meados de 2011, quando Roger Agnelli deixou a empresa após dez anos.

Ao ser questionado sobre isso, Bartolomeu declarou: “No último call, comentei que nunca estive tão otimista. A companhia mudou em 2020. Eu fui eleito por um bloco de controle. E fui renovado numa corporação. Hoje existe um conselho, que tem oito conselheiros independentes – a regra é no mínimo sete. E o Conselho, sim, ele toma as decisões”.

O CEO destaca que o Conselho tem de avaliar que tipo de skills [habilidades profissionais e pessoais] a pessoa tem de ter para tocar a Vale, e daí ela cruzará com as suas competências e decidir se ele fica ou não.

“É um processo meio feijão com arroz. Se, por um acaso, o Conselho entender que não, que essa pessoa que precisa é diferente….. aí entre essa fofocada toda”, afirmou ao Broadcast.

Mas, segundo Bartolomeu, a “fofocada” não atrapalhou.

“Primeiro que confio muito na governança da companhia. Confio demais na qualidade dos conselheiros. Sempre tive suporte integral do Conselho. Ninguém vende dez negócios, ninguém fecha negócio de Moçambique, ninguém fecha Nova Caledônia sem suporte do Conselho”, disse.

“Então, se você está confortável com quem está acima de você porque conhece o seu trabalho e se você sabe que tem regras… A governança da companhia hoje protege a coisa certa. Ela garante que a coisa certa seja feita. Não estou dizendo que a governança anterior não fazia. Mas é muito mais fácil você decidir, entre quatro pessoas [como quando a companhia tinha blocos de controle], tirar alguém, do que você pegar 13 pessoas que têm obrigação fiduciária de proteger a companhia”, concluiu.

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‘Me fio na responsabilidade dessas pessoas’, diz CEO da Vale

Questionado sobre o processo que dá início logo após o fim de seu contrato, o CEO da Vale observou que quando a pessoa é eleita para o Conselho “ela está representando os 200 mil acionistas, incluindo a BlackRock, que não está lá [com um conselheiro], a Capital, que não está lá”.

“No boletim de votação, eles se posicionam como independentes. Eu me fio na responsabilidade fiduciária dessas pessoas, que elas vão garantir que a governança seja executada. Que pode até ser tipo assim: ‘a gente precisa de uma outra pessoa aqui'”. disse.

“Então, eu vou embora tranquilo, pois foi feito de forma limpa. Falando sério, essa companhia nunca esteve tão próxima de dar resultado excepcional. Seria de fato, na minha concepção, uma perda de uma oportunidade de concluir um projeto que eu comecei sob um ponto de vista muito, muito agressivo (acidente de Brumadinho), completou.

Por fim, o presidente da mineradora ainda declarou que “as pessoas dentro da Vale reconhecem muito claramente as coisas”.

“Talvez fora da Vale não reconheçam. Essa companhia em 2019… A gente não sabia se sobreviveria. Então, é muito fácil, né? A gente pegou essa companhia em 2019, então trouxemos ela até 2023. Agora ela está com certeza nessa posição de uma vitória. (…) Fundamentalmente, eu não gostaria de sair agora, com um projeto incompleto”.

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Eduardo Vargas

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