Vale (VALE3): Bolsa de Londres mantém suspensão para negociação de níquel

Os papéis da Vale (VALE3) continuam a sofrer nesta quarta-feira (9) conforme são mantidas as restrições à negociação do níquel, minério do qual a empresa é a segunda maior produtora global, e persiste a interrupção no escoamento da produção de ferro na região Norte do Brasil.

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Ontem (8), a London Metal Exchange (LME), principal mercado de compra e venda de níquel, informou que “não considera apropriado anunciar uma data para a retomada da negociação dos contratos”, que deve continuar suspensa durante toda esta semana.

Segundo a bolsa, a negociação dos contratos do níquel não deve ser retomada antes de sexta-feira (11), e a data de reabertura será informada pelo menos com um dia de antecedência, até às 14h do último dia útil antes da retomada.

Ontem (8), às 8h15 horário local (5h15 do horário de Brasília), a LME informou que suspenderia pelo mínimo de um dia a negociação do níquel após a disparada “sem precedentes” dos contratos para três meses e “as incertezas no mercado em geral”.

Nesta terça, em menos de um dia, o preço da commodity mais que dobrou e excedeu o teto de US$ 100 mil a tonelada. Em comparação, a média de preços em 2021 ficou em torno de US$ 18 mil/t.

Principal fator que fez o preço do níquel disparar é o conflito militar entre Rússia e Ucrânia, bem como a resposta do Ocidente ao conflito na forma de sanções econômicas à economia e empresas russas. A Rússia é o quinto maior produtor de níquel do mundo e casa da maior empresa do setor.

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“Em discussão próxima com o Comitê Especial, a LME tem monitorado o mercado e o efeito da situação em desenvolvimento na Rússia e Ucrânia. É evidente que isto afetou o mercado de níquel em particular, e, dados os movimentos de preço durante a madrugada, a LME tomou a decisão [de suspender a negociação] a fim de manter a ordem do mercado”, informou em comunicado.

A bolsa disse que entende o desejo dos participantes para que as negociações sejam reabertas, mas também considera o desejo do mercado por precaução em quaisquer condições.

Além da suspensão da negociação dos contratos de níquel, a LME também anunciou que iria rever os negócios fechados na data e não descartava anulá-los.

Para a volta da negociação a bolsa anunciou que irá usar uma faixa fixa de preços, até segunda ordem, e descartará as ofertas acima ou abaixo deste intervalo.

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Vale enfrenta cenário adverso hoje

Às 10h40 desta quarta, as ações da Vale, maior empresa aberta do Brasil, operam em queda de 2,49% na B3, cotadas a R$ 94,28.  Em Nova York, os ADRs da empresa cedem 3,79%.

Além da suspensão da negociação do níquel, a queda no preço do minério de ferro também traz pressão baixista nos papéis da empresa. No mercado de metais, o minério de ferro fechou em queda de 3,85% na bolsa de Dalian, cotado a US$ 128,63 a tonelada.

Outro ponto que deve ser considerado são as fortes chuvas na região norte do País que interromperam o escoamento da produção da região norte e causaram uma movimentação de terra na ferrovia Estrada de Ferro Carajás (“EFC”), no município Bom Jesus das Selvas, Maranhão.

Segundo a companhia, “o incidente não gerou vítimas e o local afetado passa por avaliação”. “As operações de mina e porto seguem operando normalmente por meio de gerenciamento de estoques”, completou.

As obras de manutenção do trecho devem ser concluídas ainda hoje e a expedição ferroviária retomada.

“Em função da tradicional sazonalidade de produção e embarques no Sistema Norte, em decorrência do período chuvoso no Norte do Brasil, o impacto na produção será mínimo e compensado ao longo do ano, sem impacto em nosso guidance de produção de 320-335Mt para o ano”, informou a Vale em comunicado ao mercado.

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Pedro Caramuru

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