Vale (VALE3) recua no Ibovespa com queda do minério e BofA acende alerta sobre dividendos; entenda

As ações da Vale (VALE3) fecharam em queda de 2,83%, cotadas a R$ 78,04, nesta terça-feira (04). Apesar das perdas da blue chip, o Ibovespa terminou o dia em alta de 0,36%, aos 101.869 pontos.

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Além da Vale, os papéis de outras mineradoras e siderúrgicas também caíram no pregão. Confira abaixo:

  • CSN Mineração (CMIN3): -2,33%
  • CSN (CSNA3): -1,52%
  • Gerdau (GGBR4): -2,44%
  • Usiminas (USIM5): -0,42%

Entre as razões para a queda da Vale e pares no Ibovespa estão os contratos futuros do minério de ferro, que voltaram a perder fôlego no mercado internacional. Principal compradora e maior produtora de aço no mundo, a China tem dado sinais de que o governo poderá interferir no preço da commodity.

Diante disso, e também pressionado por embarques mais altos e uma demanda fraca por aço apesar da temporada de construção chinesa, o minério de ferro negociado para maio na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações diurnas com baixa de 2,06%, a US$ 128,16 (881,5 iuanes) a tonelada.

BofA acende alerta para dividendos da Vale

Na última sexta (31) a Vale veio a público afirmar que não foi notificada sobre uma decisão judicial que implicou em um depósito de R$ 10,3 bilhões pela mineradora.

O pagamento deveria ter sido feito pela Vale, em conjunto com a BHP, visando garantir a execução dos programas da Fundação Renova – criada para balizar projetos de reparação de danos causados pelo rompimento de barragem em Mariana (MG).

Os analistas do Bank Of America destacam que, no ano passado, a Vale, a BHP e a Samarco iniciaram um processo de renegociação com o governo brasileiro, uma vez que as autoridades afirmaram que o montante provisionado era insuficiente para cobrir o valor total das reparações e indenizações.

Em relatório, o banco explica que as partes envolvidas chegaram a um novo valor final acordado de R$ 112 bilhões no ano passado. Até o momento, R$ 28 bilhões pagos pela Fundação Renova, enquanto US$ 3,1 bilhões foram provisionados pela Vale e outros US$ 3,3 bilhões pela BHP. Desta forma, aproximadamente R$ 60 bilhões já foram destinados ao acidente da Samarco em Mariana.

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“Há, em teoria, uma diferença de aproximadamente R$ 52 bilhões entre o valor provisionado e o novo montante acordado de R$ 112 bilhões”, destacam os analistas do banco americano. Além disso, eles pontuam que um acordo final não foi assinado e que um acerto de R$ 155 bilhões não está descartado.

Apesar disso, a instituição acredita que a assinatura do acordo seria benéfico à mineradora, visto que removeria as incertezas legais. Com isso, a Vale poderia ver progresso com seu licenciamento e, portanto, acelerar a recuperação de volumes para a divisão de minério de ferro.

“No entanto, as provisões adicionais podem impactar a remuneração aos acionistas da Vale, uma vez que poderia levar a dívida líquida expandida para o limite máximo entre US$ 10 a 20 bilhões, que é uma métrica chave para determinar o potencial de dividendos extraordinários”, pontuam os analistas.

Diante disso, o BofA manteve a recomendação neutra para as ações da Vale, com preço-alvo a US$ 15,78 a ADR.

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Janize Colaço

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