Vale (VALE3) quer descarbonizar operação de siderurgia; entenda ‘novo passo ESG’

A Vale (VALE3) assinou um Memorando de Entendimento para desenvolver soluções de descarbonização para a siderurgia com a Nippon Steel.

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Segundo o comunicado da Vale na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o memorando visa buscar soluções siderúrgicas com foco no processo de produção carbono neutro de aço.

“A Vale e a Nippon Steel pretendem estudar e explorar em conjunto soluções de uso de metálicoscomo direct reduced iron (DRI) e o ferro gusa produzido pela tecnologia Tecnored e também uso de briquetes verdes da Vale no processo de fabricação de ferro e outros produtos de menor pegada de carbono, como pelotas”, diz o comunicado da Vale.

A iniciativa com viés ESG deve contribuir para que a Vale consiga reduzir em 15% das emissões líquidas de Escopo 3 até o ano de 2035, conforme meta firmada pela companhia.

A mineradora também quer reduzir suas emissões absolutas de Escopo 1 e 2 em 33% até 2030 e alcançar neutralidade até 2050, “em linha com o Acordo de Paris, liderando o caminho em direção à mineração sustentável”.

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Atualmente a Nippon é a maior produtora integrada de aço do Japão e uma das principais do mundo. A companhia é detentora de seis siderúrgicas em solo japonês e fabrica uma gama de produtos de aço de valor agregado em mais de 15 países.

Os focos da companhia são: produtos de aço de alta qualidade para automóveis; recursos e energia; e engenharia civil, construção e ferrovias.

Segundo o informe da Vale, a Nippon Steel realiza pesquisa e desenvolvimento em três grandes centros e seis laboratórios em siderúrgicas, todos no Japão.

O que esperar do balanço da Vale?

A companhia divulgou recentemente sua prévia operacional com queda de 6% na produção de minério de ferro.

A Vale também informou que a comercialização do minério foi de 53,6 milhões de toneladas no 1T22, baixa de 9,6% ante o mesmo período de 2021 e -35,5% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

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No relatório de produção da Vale, a companhia destaca que o fraco desempenho comparativo anual é resultado de uma combinação de fatores, como:

  • as fortes chuvas que atingiram Minas Gerais em janeiro deste ano
  • a interrupção de quatro dias da Estrada de Ferro de Carajás por causa das chuvas de março
  • atrasos de licenciamento na Serra Norte
  • a piora da relação entre estéril e minério no mina S11D, em Canaã dos Carajás, no Pará

Segundo a Inter Research, em 2022 a Vale deve seguir com recordes de receitas, margens, geração de caixa e remuneração aos seus acionistas, “apesar dos desafios por parte de uma China mais acomodada”.

Em relatório, a unidade de research do Banco Inter (BIDI4) destaca que estão cautelosos em relação à atividade chinesa. Se a desaceleração observada nos últimos números continuar nos próximos meses, os resultados da Vale podem ser impactados.

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“[Estamos cautelosos] em especial com o que vimos em real estate e na produção siderúrgica no país, o que, se continuado, poderia levar a uma correção dos preços do minério de ferro do atual patamar que estamos vendo agora, de US$ 135″.

Cotação de VALE3

No acumulado dos últimos 30 dias, as ações da Vale, negociadas sob o ticker VALE3, caem 17% com a pressão no preço do minério de ferro em Dalian.

Apesar disso, o saldo é positivo no acumulado de 2022, com alta de 1,38% em relação ao primeiro pregão do ano. Em uma janela de 12 meses, todavia, os papéis ordinários da Vale caem 27%.

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Eduardo Vargas

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