Vale (VALE3): aquisição da Anglo American é estratégica, diz BBA

O Itaú BBA considera, em relatório publicado nesta quinta-feira (22), que a aquisição de 15% da Anglo American Brasil pela Vale (VALE3) é de pequena magnitude, mas estrategicamente favorável, visto que está alinhado com os esforços da empresa brasileira para melhorar a qualidade média de seu portfólio, devido à excelente qualidade do material produzido pela Minas Rio (pellet feed).

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O banco de investimentos reitera sua recomendação de desempenho superior (equivalente a compra) para as ações da Vale, com um preço-alvo de R$ 88, representando um potencial de alta de cerca de 30%.

Para os analistas, a decisão de rentabilizar o ativo Serpentina, cedido à Anglo American, parece ser estrategicamente acertada, uma vez que não era um projeto prioritário para a Vale. O impacto financeiro e a alavancagem da operação são considerados insignificantes.

A subsidiária da Anglo American, a Anglo American Brasil, opera a Minas-Rio. A Vale deve pagar US$ 157 milhões em dinheiro (ajustados por variações no capital de giro, mudanças na líquida etc) e deve contribuir com o ativo Serpentina para a base de ativos da Anglo American Brasil, segundo os estrategistas. O BBA destaca que a transação deverá ser concluída até o quarto trimestre de 2024, garantindo à Vale 15% da produção de pellet feed do Minas Rio, equivalente a cerca de 4 milhões de toneladas por ano.

A Vale menciona que o potencial de desenvolvimento da atividade Serpentina pode dobrar a produção do Minas Rio, atingindo aproximadamente 50 milhões de toneladas por ano, em comparação com a capacidade atual de 26,5 milhões de toneladas. No entanto, os analistas alertam que isso não é esperado a curto prazo, pois a Anglo ainda precisa conduzir estudos de supervisão e obter licença prévia para os investimentos necessários.

Vale (VALE3) registra queda de 35% no lucro do 4T23

A Vale (VALE3) registrou um lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,418 bilhões no último trimestre de 2023, uma queda de 35% em comparação aos US$ 3,724 bilhões do mesmo período em 2022. No acumulado do ano, o lucro da mineradora foi de US$ 7,983 bilhões, refletindo uma redução de 52,3% em relação ao ano anterior.

Convertendo para a moeda local, o lucro líquido atribuído aos acionistas totalizou R$ 39,9 bilhões ao longo de 2023, conforme relato da Vale. A mineradora contabiliza dois principais fatores que impactaram os desempenhos em cerca de US$ 2,77 bilhões no lucro líquido do último trimestre: o aumento na provisão relacionada ao rompimento da barragem da Samarco e o crescimento no lucro tributável e melhores resultados operacionais.

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O montante das provisões da empresa relacionadas ao rompimento da Barragem da Samarco em Brumadinho (MG) atingiu US$ 6,511 bilhões ao final do quarto trimestre de 2023. Apesar de ter uma influência menor no resultado, o lucro da Vale no último trimestre foi impactado pela diminuição do valor de mercado das debêntures participativas, com um impacto de US$ 216 milhões no lucro líquido trimestral, de acordo com a empresa.

No balanço, a Vale destaca que a dívida líquida expandida alcançou US$ 16,2 bilhões em 31 de dezembro de 2023, um aumento de US$ 670 milhões desde 31 de setembro até o final do ano passado. Esse aumento é atribuído principalmente ao acréscimo da provisão de US$ 1,2 referente à Fundação Renova e a uma possível conciliação global. A empresa reitera a meta de manter a dívida líquida expandida entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões.

O Ebitda ajustado das operações continuadas no período foi de US$ 6,334 bilhões, representando um aumento de 37% em comparação ao ano anterior. Por sua vez, o Ebitda ajustado proforma das operações continuadas da mineradora, excluindo despesas relacionadas às reparações e ao processo referente a Brumadinho (MG), atingiu US$ 6,7 bilhões, apresentando uma elevação de 35% em relação ao mesmo período de 2022 .

Vale (VALE3) deve pagar R$ 2,73 por ação em dividendos

Nesta quinta-feira (22), o Conselho de Administração da Vale organizou a distribuição de dividendos, totalizando R$ 2,73 por ação, conforme o balanço de 31 de dezembro de 2023, conforme indicado em comunicado relevante ao mercado.

De acordo com o documento da Vale, o pagamento está agendado para 19 de março de 2024, com data de corte sendo 11 de março.

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Murilo Melo

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