Usiminas (USIM5) lidera perdas do Ibovespa após prejuízo no 3T25; veja análises
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A Usiminas (USIM5) divulgou nesta sexta-feira (24) os resultados do terceiro trimestre de 2025, registrando um prejuízo líquido de R$ 3,503 bilhões, revertendo o lucro de R$ 185 milhões obtido no mesmo período de 2024.
O resultado da Usiminas foi impactado por uma perda de R$ 2,2 bilhões por impairment de ativos, que ocorre quando parte dos bens ou investimentos da empresa perde valor e precisa ser reavaliada, e R$ 1,4 bilhão referente à avaliação de recuperabilidade de impostos diferidos. Sem esses efeitos extraordinários, o lucro líquido teria sido de R$ 108 milhões.
O mercado reagiu de forma negativa à divulgação do balanço. Por volta das 10h40, as ações da companhia caíam 1,01%, cotadas a R$ 4,92, liderando as perdas do Ibovespa.
Cotação USIM5
Resultados da Usiminas (USIM5) no 3T25
Os resultados da Usiminas mostraram um desempenho misto no trimestre. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 434 milhões, crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas ainda pressionado.
A margem Ebitda ajustada atingiu 7% entre julho e setembro, alta de 0,3 ponto percentual frente ao trimestre anterior. A receita líquida totalizou R$ 6,6 bilhões, uma queda de 3% na comparação anual, mas ligeiramente acima das estimativas do mercado.
O BTG Pactual classificou o trimestre como “fraco, mas em linha com o esperado”. “A Usiminas apresentou um Ebitda amplamente em linha, de R$ 434 milhões, mas os resultados continuam sob pressão”, disse o banco. O relatório destacou ainda que a margem do segmento de aço ficou em apenas 5%, “a mais baixa entre os pares, refletindo o ambiente desafiador”.
O Itaú BBA também avaliou o desempenho como estável, destacando que o Ebitda ajustado de R$ 434 milhões veio exatamente em linha com a estimativa de R$ 435 milhões da casa. O banco observou que a melhora nos segmentos de mineração e aço ajudou a sustentar o resultado.
Números “em linha” com o esperado
Apesar do prejuízo contábil, o desempenho operacional foi considerado consistente. O Itaú BBA apontou que o Ebitda do segmento de aço subiu 7% no trimestre, apoiado por custos menores e volumes 2% superiores. Já na mineração, o Ebitda avançou 13% no trimestre, impulsionado por preços e volumes mais altos.
O BTG observou que o fluxo de caixa livre foi o ponto positivo do trimestre, totalizando R$ 613 milhões, “acima das expectativas e sustentado por uma liberação de capital de giro de R$ 586 milhões, provavelmente não recorrente”.
Segundo o Itaú BBA, a alavancagem financeira da Usiminas (USIM5) permaneceu controlada em 0,2 vez a dívida líquida sobre o Ebitda, “sustentada por geração de caixa decente e apreciação do real sobre a dívida em dólar”.