Balanços da semana

B2W (BTOW3) e Lojas Americanas (LAME4) buscam ganhos de marca e projeção internacional

Um negócio totalmente integrado, com potencial maior de crescimento, garantindo melhor experiência para o consumidor e, no futuro, visibilidade internacional. Com esses objetivos no horizonte, diretores de B2W (BTOW3) e Lojas Americanas (LAME4) detalharam em teleconferência, nesta quinta-feira (29), a nova estrutura da companhia após a fusão das operações, que levará à criação de uma nova empresa chamada americanas sa (grafada em minúsculas).

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O CEO do Universo Americanas, Miguel Gutierrez, salientou que a pandemia de coronavírus mudou hábitos de consumo e acelerou mudanças em diferentes âmbitos. Neste contexto, a fusão das operações é vista como a melhor alternativa para a empresa seguir crescendo em um mercado competitivo, onde diferentes players, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VVAR3) já possuem operações integradas.

“É tempo de somar. A combinação nos permitirá criar uma plataforma mais poderosa e nos coloca em uma posição mais favorável para capturar oportunidades futuras”, salientou.

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A intenção integrar as empresas havia sido comunicada ao mercado ainda em fevereiro, em fato relevante. Mas foi somente nesta quinta-feira, após aprovação dos conselhos de administração, que a companhia oficializou que a B2W incorporará a Lojas Americanas, levando à criação da americanas sa. A proposta será avaliada e votada em assembleias gerais das duas companhias em 10 de junho.

Integração entre B2W e Lojas Americanas terá duas etapas

A união será organizada em duas etapas, lembrou o diretor de Relações com Investidores das Lojas Americanas Fabien Picavet. A primeira, a ser concluída em 40 dias, consiste na B2W absorver todos os ativos da Americanas, incluindo lojas físicas, canais digitais, fintech e logística, dando origem a uma nova operação.

“Estamos convictos de que esse é o passo certo. Somando, vamos ter mais poder de fogo para melhorar experiência do cliente”, apontou Picavet.

Com a sinergia entre as marcas, a companhia avalia que conseguirá conectar melhor clientes, fornecedores, vendedores. Além disso, espera fortalecer a marca, o desenvolvimento interno de tecnologias e obter ganho de escala nas operações.

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Companhia surgida da fusão, a americanas sa será listada no segmento Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Com isso, o ticker BTWO3 passará a ser AMER3. A companhia acredita que a nova estrutura trará os seguintes ganhos:

  • maximizar a experiência dos clientes
  • maior rapidez e eficiência na gestão dos estoques
  • utilização do data analytics proprietário
  • impulsionará agilidade e inovação
  • eliminar relações com partes relacionadas
  • gerar uma poderosa plataforma de M&A

Cada acionista da Lojas Americanas receberá 0,18 ação de AMER3 na mudança. Além disso, as ações ordinárias e preferenciais da Americanas negociadas hoje manterão a relação de troca para AMER. Isso significa que, se uma pessoa tem 100 ações de LAME3 ou LAME4, ela seguirá com elas e mais 18 ações de AMER3.

Segundo Picavet, o desenho foi embasado em metodologias tradicionais neste tipo de transação, como fluxos de caixa descontado e referências a valores de mercado.

Americanas inc será listada nos Estados Unidos

Em um segundo momento, a nova estrutura será complementada pela criação da americanas inc, que atuará como controladora e estará listada no mercado acionário dos Estados Unidos. Esse negócio ainda está sendo desenhado, em um processo que pode deve levar em torno de um ano para ser construído. É analisada a possibilidade de listagem na NYSE ou na Nasdaq.

“O foco é concluir a etapa um primeiro”, ponderou Raoni Lapagesse, diretor da B2W Digital. A companhia enxerga os seguintes ganhos com a listagem nos Estados Unidos:

  • Acesso a mais investidores
  • Participação em novos índices de ações
  • Aumento das fontes de financiamento
  • Redução do custo de capital
  • Fomento do engajamento dos acionistas de longo prazo
  • Aumento da visibilidade com novos analistas ‘sell side’
  • Padrão SOX de governança e compliance

Para investidores brasileiros que não estejam aptos a negociar nas bolsas americanas, a companhia analisa a possibilidade de compensá-los com American Depositary Receipts (ADRs).

Levando em consideração números de B2W e Lojas Americanas, a americanas sa nascerá com um gross merchandise volume (GMV) de R$ 40 bilhões, 46 milhões de clientes no Brasil e 4,6 bilhões de visitas nos seus canais digitais. O Ebitda das operações totalizou R$ 3,3 bilhões em 2020.

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Fernando Soares

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