Em Davos, CEO da Telefônica (VIVT3) pede por desregulamentação na Europa para mais competitividade tecnológica

Não são apenas as mudanças climáticas que estão em debate em Davos. Em discurso no Fórum Econômico Mundial na Suíça, o CEO da Telefônica (VIVT3) mudou o foco da discussão para a regulamentação tecnológica na Europa.

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O apelo do Chairman e CEO global da Telefônica, José María Álvarez-Pallete, aconteceu durante um painel de discussões sobre questões regulatórias da economia digital na Europa, nesta terça-feira (16).

Segundo Pallette, é preciso que havia uma desregulamentação para que as empresas europeias do setor de tecnologia e comunicação consigam competir.

“A única coisa que pedimos é que nos desregulamentem e nos deixem competir”, afirmou o CEO da Telefônica.

Durante o painel, o executivo afirmou que é preciso haver uma reformulação das políticas de competição do mercado que estão em vigor no continente. Para Pallette, os órgãos regulatórios estão atuando com “regras analógicas do século passado”, sem levar e conta que atualmente estamos inseridos em uma nova economia digital e com condições desiguais.

Sobre o posicionamento do executivo, o professor da FIA Business School, Luís Guedes, afirma que as grandes empresas de telecom deveriam ser jogadores importantes no campo do desenvolvimento e disseminação de novas tecnologias de comunicação. Entretanto, o professor salienta que as dificuldades inerentes ao modelo que elas próprias desenvolveram e o olhar desconfiado dos reguladores dificulta a implementação de mudanças.

“A preocupação da Telefónica, expressa por meio da fala do seu CEO em Davos, indica que a empresa aspira reforçar sua identidade europeia”, aponta Guedes.

Posicionamento da Telefônica: empresas europeias estão ficando para trás?

Em painel do Fórum Econômico de Davos, Álvarez-Pallette trouxe um dado que preocupa o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC): “Das 50 maiores empresas de TIC do mundo por mercado capitalização, apenas cinco são europeias”, afirmou.

Questionando os incentivos nas áreas e modelos que impulsionam a transformação e podem colocar as empresas na competição de fato, o presidente da Telefônica ressalta que as empresas europeias de tecnologia e telecomunicações estão ficando para trás.

Segundo a Telefônica, cerca de 50 bilhões de euros (R$ 268 bilhões na cotação atual) estão sendo investidos na modernização das redes para responder à crescente demanda de serviços digitais, além do desenvolvimento e aprimoramento de produtos e serviços.

Nesse aspecto, o professor da FIA Business aponta que a perspectiva exposta por Álvarez-Pallette quer promover um “novo olhar dos reguladores europeus sobre a competitividade e a busca por desenvolver soluções que além de eficientes sejam culturalmente alinhadas”, fazendo referência aos custos sino-americanos que não são tão condizentes com a realidade europeia.

Ainda no encontro, o CEO reforçou que é urgente uma nova regulação que esteja de mãos dadas com a inovação.

“Em uma época em que o ciclo de inovações está em processo de aceleração, com a convergência entre inteligência artificial, computação quântica, a próxima geração de redes e blockchain, que criará uma explosão de inovação ainda mais intensa do que há 20 anos atrás, nós criamos algo muito valioso, mas não estamos tirando vantagem disso”, afirmou o executivo.

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Fórum Econômico Mundial 2024

O Fórum Econômico Mundial acontece em Davos, na Suíça, entre os dias 15 a 19 de janeiro. O tópico mais quente das discussões são as mudanças climáticas, principalmente após ter sido confirmado que 2023 foi o ano mais quente da história.

Em Davos, o Brasil é representado pelos ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, Nísia Trindade, da Saúde, e Marina Silva, do Meio Ambiente.

No lado empresarial, entre os executivos estão: CEO da Microsoft (MSFT34), Satya Nadella; CEO da OpenAI, Sam Altman; CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon e mais.

Além disso, mais de 60 chefes de estado estão reunidos na Suíça, como o presidente de Israel, Isaac Herzog, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky e presidente da França Emmanuel Macron.

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Camila Paim

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