Taesa (TAEE11) terá 2022 fraco e com queda nos dividendos, projeta Ativa

Para a Ativa Investimentos, a perspectiva piorou par a Taesa (TAEE11) no ano de 2022. Os analistas da casa cortaram novamente o preço-alvo das units da elétrica pra R$ 34 e recomendaram venda para os papéis – o que é geralmente incomum em investment banking, onde os analistas preferem recomendações neutras em alguns casos negativos.

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Os dividendos da Taesa, considerados um dos principais atrativos para compra dos papéis da companhia, devem diminuir drasticamente no ano. Em 2021, o Dividend Yield da empresa foi de 13,7%, com R$ 1,8 bilhão pagos.

Ante à cotação de da companhia, trata-se do maior yield que a companhia já registrou em um só ano.

Para efeito de comparação, os proventos bilionários da Petrobras (PETR4), que marcaram recorde no ano passado, deixaram um yield de 16,5% em relação ao preço dos papéis preferenciais.

A Ativa entende que, apesar dos dividendos relativamente altos, o cenário macroeconômico atual em conjunto com a alavancagem de 4,2x deve diminuir os proventos neste ano.

“Embora, atualmente, dois terços da sua RAP operacional seja proveniente de ativos que possuem a receita anual permitida atualizada anualmente pelo IGP-M e que seu portfolio total disponha de uma RAP operacional no ciclo 21-22 de R$ 3,323,6 Bi, acreditamos que a
companhia apresentará um CAGR inferior aos pares em função de concessões que entram em seu 16o ano de operação”, diz o relatório da corretora, assinado pelo analista CNPI Ilan Arbetman.

Além disso, segundo a casa, o crescimento dos juros também deverá resultar em piora nas suas dinâmicas de custo, despesas e no resultado financeiro.

Os analistas frisam que as ações da Ativa estão caras nos patamares atuais, sendo negociadas a 12 vezes o EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional) contra 11 vezes do seu histórico nos último anos. Por fim, concorrentes do segmento tem papéis mais descontados.

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A alavancagem, da mesma forma, segue no radar como algo negativo ante a geração de caixa.

“Acreditamos que, para honrar tal compromisso, a companhia emitirá dívidas, o que ao nível de juros atual, poderá prejudicar seu resultado financeiro”, diz a Ativa.

Veja a opinião de outros analistas sobre a Taesa

Após o resultado financeiro ser divulgado, a companhia ganhou recomendação de compra do BB Investimentos, que vê espaço para alta de R$ 44,70 nas units da elétrica.

“A performance das units da Taesa em bolsa tem sido uma das melhores do setor nos últimos 12 meses, superando em grande percentual os índices que ela compõe”, diz relatório do BB Investimentos.

Já para a XP Investimentos, os bons resultados companhia se devem aos reajustes inflacionários da Receita Anual Permitida (RAP) da transmissora.

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“Temos uma avaliação positiva dos resultados da Taesa no 4T21, apesar do Ebitda ajustado ter vindo em linha com nossas estimativas e com o consenso de mercado, o desempenho de 2021 foi impressionante na comparação anual, principalmente devido aos reajustes inflacionários da RAP e a entrada em operação da Janaúba”, diz a corretora

A XP manteve sua recomendação neutra para as units TAEE11, com preço-alvo de R$ 39. O Safra, da mesma forma, manteve recomendação neutra.

“Temos uma recomendação neutra para a Taesa. A empresa negocia a uma taxa interna de retorno (TIR) justa de 7,0% e não vemos catalisadores operacionais de curto prazo que possam desencadear uma reclassificação das ações”, diz relatório do banco. O preço-alvo é de R$ 36,80.

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Resultado de TAEE11 no 4T21

Conforme o balanço da Taesa, a companhia registrou lucro líquido consolidado de R$ 423,1 milhões no quarto trimestre de 2021. Esse valor é equivalente a queda de 43,6% na comparação com o mesmo período em 2020.

No acumulado anual, foram R$ 2,21 bilhões de lucro, queda de 2,2%, em relação ao ano de 2020, quando havia registrado R$ 2,26 bilhões. Segundo a transmissora de energia, o resultado seu deu pelos seguintes motivos:

  • Menores investimentos nos empreendimentos em construção com impacto negativo na margem de implementação de infraestrutura;
  • IGP-M menor registrado entre os períodos comparados, que afetou negativamente a receita de correção monetária e a equivalência patrimonial;
  • Aumento das despesas financeiras líquidas resultado do aumento do CDI e do IPCA e do maior volume de dívida líquida entre os períodos comparados.

Já a receita líquida da Taesa totalizou R$ 550,9 milhões, aumento de 43,8% no quarto trimestre. Já em 2021, a receita somou R$ 1,8 bilhões, ante R$ 1,5 bilhão registrado no ano anterior.

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Eduardo Vargas

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