Superciclo de commodities? Investidores e analistas divergem

Com os preços das commodities em franca valorização, há uma discussão entre investidores e analistas se os preços vão se sustentar no longo prazo. O barril de petróleo Brent subiu 82% nos últimos cinco meses, o cobre está no patamar mais elevado desde 2011 e desde 2014 os alimentos não estavam tão caros.

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Especialistas do mercado afirmam que as commodities estão em um superciclo, período onde os preços de gado, grãos, metais, gás e petróleo avançam por anos — por vezes décadas. Alguns reafirmam que esse período de forte valorização dos produtos é uma oportunidade aos investidores de longo prazo.

Analistas do setor, contudo, se mostram com um pé atrás frente a essa concepção. E a resposta está no aspecto macroeconômico mudial.

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Para eles, esse movimento ocorre apenas quando uma grande economia, como Estados Unidos ou China, passa por um processo de forte industrialização ou urbanização, demandando mais materiais básicos do que os estocados. Esse gatilho, para alguns analistas, não está presente neste momento.

A veloz recuperação na economia global em 2021 e 2022 vai sustentar a procura pelas matérias-primas, mas além disso, o consumo desses insumos — sobretudo o petróleo — deve cair. Após um período de forte ganho, a tendência é que os investidores procurem alternativas mais baratas, o que acaba arrefecendo os preços.

Economistas afirmam que grande parte da alta das commodities pode ser atribuída ao efeito de rali do mercado desde o ano passado, impulsionado pela liquidez abundante nos mercados internacionais. O dinheiro mais acessível e barato fez com que os ativos de risco, como o mercado de ações e até o Bitcoin, se recuperassem das perdas causadas pela pandemia.

Especialistas ainda ressaltam que a incerteza é ainda maior no que se refere ao petróleo. Nos próximos anos, a tendência de mudança para uma energia limpa certamente será acentuada.

Por enquanto, os preços do mercado ainda são sustentados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e Rússia, que renovam cortes na produção do insumo, e a recuperação na demanda da China e Índia após a pandemia.

Commodities são destaque no Brasil em 2020

O agronegócio brasileiro cresceu 24,3% em 2020, e responde por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do País, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

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Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil pode se tornar o maior exportador de grãos do mundo em até cinco anos, ultrapassando os Estados Unidos.

O norte-americanos exportaram 138 milhões de toneladas ao longo do ano passado. O Brasil vem logo atrás, em segundo lugar, com 122 milhões de toneladas. Até 2050 a produção brasileira de grãos poderá superar 500 milhões de toneladas, sendo ainda mais importante para a segurança alimentar do mundo, diz a empresa.

O avanço das commodities tem colaborado para as empresas ligadas ao setor. Empresas como PetroRio (PRIO3), Usiminas (USIM5) e Vale (VALE3) estão próximas de suas máximas históricas por conta da guinada dos preços das matérias-primas.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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Jader Lazarini

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