SUNO Invest: Investir no exterior evita volatilidade, diz Tiago Reis

O fundador da SUNO Research, Tiago Reis, abriu a segunda sessão da SUNO Invest, o evento dedicado a investidores realizado neste sábado (5) em São Paulo.

Tiago Reis, que falou sobre investimentos no exterior no SUNO Invest, salientou a importância de investir fora do Brasil. Segundo ele, existem várias razões, entre as quais, além da rentabilidade dos ativos oferecidos no mercado internacional, a diversificação da carteira e a proteção do portfólio da volatilidade da Bolsa de Valores no Brasil.

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“A Bolsa de Valores de São Paulo tem uma volatilidade muito maior do que a Bolsa de Nova York. Isso é comum em muitos países emergentes”, explicou Reis. Ele contou como começou a investir no exterior, a partir de 2011. “De 2003 até 2011 eu investi somente no Brasil. Isso por causa de limitações legais e também pelo chamado ‘home buy’. E isso foi muito bom, pois nesses anos o mercado brasileiro se valorizou muito mais do que o mercado no exterior. A partir de 2011 eu comecei a olhar lá fora, e foi muito bom também, pois daquele ano até hoje o mercado internacional foi muito melhor do que o Brasil”, explicou.

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Segundo Reis, os investidores brasileiros tem uma vantagem competitiva em relação aos investidores norte-americanos: “nós sabemos segurar mais o estresse”. “A Bolsa brasileira, desde sua criação em 1968 até hoje, teve uma rentabilidade superior à Bolsa de Nova York. Só que nós tivemos uma série de problemas ao longo desse anos que deixaram a Bolsa de São Paulo extremamente volátil. Então o investidor brasileiro é muito mais acostumado a esse estresse. Sabe gerenciar mais. Por isso, investindo no exterior, nos damos muito bem”, explicou Reis.

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Segundo o fundador da SUNO Research, esse é o caso da Petrobras. “A nossa petrolífera estatal foi o maior teste de stress do mundo. Uma tempestade perfeita de eventos negativos: influência política nefasta, corrupção, crise do mercado petrolífero internacional, etc… Mas mesmo com tudo isso, sobrevivemos, e a Petrobras hoje está perto de seu máximo na Bolsa”, explicou Reis, “por isso os brasileiros têm mais resiliência. Mas se os mesmos investidores da Petrobras nessa época tivessem investido parte de sua carteira no exterior, eles teriam amenizado as perdas com o efeito câmbio, já que o dólar se valorizou nos últimos anos, e também com os resultados positivos da Bolsa no exterior”.

Para ele, ações internacionais conseguem contrabalancear a volatilidade maior que há no Brasil. Isso por causa da volatilidade do Ibovespa, que é três vezes superior à do índice Dow Jones.

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Reis deu exemplos de casos recentes de fortes estresses na Bolsa no Brasil. Entre eles o dia da delação do Joesley Batista ou o dia da prisão do Michel Temer, quando o mercado fechou em forte queda e o dólar em forte alta. “E hoje tem muitas oportunidades e é muito mais fácil investir no exterior do que era há dez anos. Isso facilita muito quem quer investir lá fora. Há muito menos leis que impedem isso”, afirmou.

O fundador da SUNO Research também falou em sua palestra sobre as empresas nas quais ele prefere investir no exterior. “Eu procuro empresas que gerem caixa e que invistam em pesquisa e desenvolvimento. Empresas como Facebook, Apple, e outras. Mas há muitas outras oportunidades, como bancos de investimento”, explicou.

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“O importante é não atuar com o comportamento de manada. Não seguir a massa. Hoje vivemos em uma época de excesso de oferta de informações. As pessoas se assustam muito facilmente quando a mídia bate em cima de algumas empresas. É o caso do Facebook, recentemente. Entretanto, o dia em que a mídia esquece desses casos e passa para o próximo, as pessoas começam a olhar para os balanços dessas empresas. E aí que se fazem os melhores negócios”, concluiu sua fala no SUNO Invest.

Carlo Cauti

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