SUNO Invest: Guilherme Affonso Ferreira fala sobre mercado financeiro nacional

O investidor Guilherme Affonso Ferreira, um dos maiores gestores de fundos do Brasil e sócio-fundador da Teorema Capital, discursou neste sábado (6) sobre o panorama econômico nacional durante o SUNO Invest.

Guilherme Affonso Ferreira é um dos principais investidores da Bolsa brasileira. Foi membro do conselho de administração e acionista relevante do Unibanco entre 1984 e 2008, período em que obteve um rendimento anual composto em dólar de cerca de 70%.

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“Normalmente a população tem comportamento de manada. Quando as notícias ficam boas, todo o mundo fica eufórico e começa comprar. Quando, ao contrário, tem notícias ruins, as pessoas começas a ficar amedrontadas e começam a vender em massa”, explicou Ferreira, salientando os riscos para os fundos de investimento. Segundo ele, esse comportamento de massa dos investidores é “multiplicador dos efeitos no mercado, para cima e para baixo”.

“Não podemos entender a Bolsa como uma coisa monolítica. A Bolsa de Valores são muitas empresas e muitas pessoas. Cada uma vai ter um comportamento, cada uma vai ter uma história”, salientou o investidor.

Segundo Ferreira, o trade na Bolsa de Valores no Brasil vai crescer. “O Brasil é subtratado. E a participação de investidores deve ser crescente. A B3 tem sido muito cutucada em relação a isso: conversar com seus clientes, apresentar propostas, etc. Ela está sendo muito participativa”, explicou o investidor.

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Experiência no exterior

Ferreira relatou sobre sua experiência de investimentos na Bolsa de Valores nos Estados Unidos. Ele falou sobre as oportunidades existentes no exterior, mas também sobre a dificuldade que os investidores estrangeiros têm de entender e individuar em tempo essas oportunidades.

O investidor explicou que entrou nos Estados Unidos em 2010, quando o país enfrentava sua pior crise econômica dos últimos 50 anos, enquanto o Brasil estava em seu melhor momento dos últimos 50 anos. O câmbio entre dólar e real também naquele momento estava favorável para o Brasil. “Fizemos uma carteira muito conservadora, e mesmo assim foi um sucesso estrondoso”, disse Ferreira.

Entretanto, hoje ele tem outra opinião sobre o mercado dos EUA. “A Bolsa dos EUA hoje está cara, e considero que o dólar também está alto demais. Por isso decidi sair das posições nos Estados Unidos”, disse.

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Capital humano é tudo

Segundo o investidor, o que faz um diferencial em uma empresa é o capital humano. Contando de sua experiência como conselheiro da Petrobras, ele salientou como o corpo técnico da estatal petrolífera era “de primeiríssima qualidade”. “Foi somente mudar de rumo na diretoria da Petrobras, especialmente com o Pedro Parente, e foram feitas coisas maravilhosas”, afirmou Ferreira.

Para ele, “com gente boa se faz tudo”. “Gente boa deveria ser o critério básico de escolha das empresas. É isso que faz a diferença. Por isso precisamos saber o que as pessoas fazem, de onde elas vêm, etc”, explicou o investidor no SUNO Invest.

Carlo Cauti

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