SulAmérica (SULA11) ou Rede D’Or (RDOR3)? Genial diz que empresas do setor de saúde vão brilhar no 3T21

A Genial Investimentos divulgou nesta quinta-feira (28) seu relatório de prévia de resultados do setor de saúde no terceiro trimestre de 2021. Segundo os especialistas, prestadoras de serviços de saúde como Fleury (FLRY3) e Rede D’Or (RDOR3) serão as empresas com destaque no período. Operadoras e administradoras de planos saúde, a exemplo de Qualicorp (QUAL3), SulAmérica (SULA11), Notre Dame Intermédica (GNDI3) e Hapvida (HAPV3), não devem se sair tão bem.

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De acordo com a análise da Genial, o resultado do setor de saúde será afetado pela “forte segunda onda de Covid-19 neste ano, somada à normalização da demanda por procedimentos eletivos, reprimida durante a primeira onda em 2020”.

A Genial destaca que os reajustes dos planos de saúde ocorrem geralmente no terceiro trimestre e geram um movimento de sazonalidade nas receitas das operadoras. “Para esses planos, o acumulo gerou um reajuste substancial de 23% no ano, o que deve provocar uma leve contração do número de clientes no período (churn). Entre as nossas coberturas, esperamos que a Qualicorp seja a mais impactada nesse aspecto de churning”.

As expectativas da Genial são mais conservadoras se comparadas com as do mercado no geral. Veja a previsão da Genial para cada empresa:

  • Qualicorp : lucro líquido de R$ 137 milhões
  • Intermédica: lucro líquido de R$ 77 milhões
  • Rede D’Or: lucro líquido de R$ 461 milhões
  • Fleury : lucro líquido de R$ 90 milhões
  • Hapvida : lucro líquido de R$ 187 milhões
  • SulAmérica: lucro líquido de R$ 72 milhões

Rede D’or: compras fortalecem aquisições

Em relação à Qualicorp, a análise diz que a expectativa é negativa em lucro e EBITDA. O reajuste nos planos de saúde coletivos implica um impacto negativo para a carteira total de clientes, que deve continuar retraindo no trimestre. “Apesar de ainda não ser observável neste ano devido à elevada evasão dos planos (churn), vemos a mudança de postura da companhia como um fator positivo”, dizem os especialistas.

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“Mesmo com mais um trimestre negativo, a normalização dos reajustes no ano que vem deve ajudar a reduzir o churn, ajudando o maior crescimento da carteira de clientes e justificando a nossa manutenção da nossa recomendação de COMPRAR.”

A indicação é de compra, com preço-alvo de R$ 34.

Para a Rede D’Or, as aquisições dos hospitais de Santa Emília e Santa Helena, que adicionaram mais 240 leitos para o portfólio da companhia, deixaram as projeções da Genial positivas. O relatório afirma esperar expansão da receita.

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“Neste trimestre, o aumento da taxa de juros deve impactar as despesas financeiras da companhia, tendo efeito negativo no lucro. Mas estamos otimistas com o EBITDA, considerando a expansão da receita pelas aquisições e continuidade da alta demanda em função do represamento de procedimentos eletivos. Por terem margens mais altas mitigam parte do efeito da inclusão das adquiridas no resultado.”

A recomendação é de compra, ao preço-alvo de R$ 80,00.

Sobre a Intermédica, o relatório observa: “Estamos pessimistas com relação ao resultado do 3T21 de Intermédica em função da expectativa de alta sinistralidade decorrente da volta de demanda de procedimentos eletivos e custos médicos represados.” O próximo grande evento para a empresa será a fusão com a Hapvida.

O relatório complementa que “mesmo esperando uma possível reversão do prejuízo do 2T21, a expectativa de lucros ainda pressionados justificam as nossas perspectivas pontualmente ainda negativas para 3T21”.

Mesmo assim, a indicação é de compra, com preço-alvo de R$ 81,50.

Já para a Fleury os especialistas dizem que a retomada de procedimentos eletivos deverá gerar uma expansão da margem EBITDA pela diluição dos custos fixos, e a aquisição da clínica de oftalmologia Moacyr, do Centro de Infusões do Pacaembu (CIP) e da clínica de ortopedia Vita, devem impulsionar o crescimento inorgânico da receita. No entanto, o EBITDA deve recuar na comparação anual.

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“Ainda veremos custos não recorrentes prejudicando o lucro da companhia, em decorrência de custos extraordinários para lidar com problemas de segurança cibernética e com a reestruturação do corpo executivo. Em linhas gerais estamos com um viés positivo para o resultado do 3T21 de Fleury com expectativas de crescimento orgânico e inorgânico das receitas e melhora de margens t/t.”

A indicação é de manter, a preço-alvo de R$ 29.

SulAmérica e Hapvida: cenário desafiador

Para a Hapvida, relatório espera queda de lucro da ordem de 30% na comparação trimestral e de 50% na anual. Conforme argumenta, 40% de sua receita está atrelada aos planos de saúde, que sofreram reajustes que devem impactar negativamente a companhia.

“Contudo, em função do reajuste não impactar a totalidade do trimestre e da entrada de 125k vidas da operadora Premium Saúde nos resultados, esperamos uma receita crescente t/t. Mesmo assim, com a alta sinistralidade da carteira adquirida, a conjuntura não nos deixa muito otimistas com o resultado de Hapvida no 3T21, que devem se normalizar a partir do 4T21 e em 2022.”

A recomendação é de compra, a preço-alvo de R$ 18,00. A análise se diz pessimista com o resultado do terceiro semestre da SulAmérica devido à alta da sinistralidade e a demanda represada dos procedimentos eletivos e gastos ainda altos com a Covid, resquícios do segundo trimestre. A expectativa é de que a sinistralidade venha maior que a do primeiro trimestre, mas abaixo do segundo, o que resultaria um crescimento de lucro t/t e queda a/a.

“Tendo em vista a alta sinistralidade e resultado comprimido no curto prazo, somado a um ambiente competitivo mais desafiador, mudamos a nossa recomendação para a ação de COMPRAR para MANTER”. A Genial define a ação da SulAmérica a preço-alvo de R$ 39,50.

Bruno Galvão

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