Para S&P, economia brasileira vive mescla de otimismo e ceticismo

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s Global Ratings (S&P) avalia que o momento econômico do Brasil vive uma mescla de otimismo e ceticismo com o governo. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

A S&P realizou uma conferência nesta terça (5) sobre perspectivas para notas de crédito globais. Para a agência, há ceticismo em torno da capacidade do governo de Jair Bolsonaro de implementar as reformas. Mas também existe a esperança de que a economia deslanche uma vez que elas forem colocadas em prática.

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De acordo com a S&P, há oportunidades com a inclinação mais pró-mercado convivendo com desafios antigos. Entre eles, uma necessidade de conciliação com o Congresso para a aprovação de projetos importantes, como a reforma da Previdência.

Para Joydeep Mukherji, diretor responsável pelas notas de crédito da América Latina, a capacidade de negociação do governo Bolsonaro e a implementação de medidas que gerem impacto no médio prazo (de três a cinco anos) são condições para um aumento do rating do Brasil. O País tem a nota BB-, que indica uma dificuldade de pagar sua dívida.

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“Temos alta esperança e ceticismo”, disse Mukherji. A equipe econômica e as medidas que aumentariam o papel do setor privado na economia agradam ao diretor. “Basicamente impulsionariam a taxa de crescimento do país. Isso levanta muita esperança. Mas é difícil de fazer, embora talvez seja mais fácil de fazer do que outros desafios, que têm a ver com finanças públicas”, afirmou.

Segundo ele, a mudança na nota de crédito leva em consideração dois fatores: a perspectiva de crescimento do país e o perfil da dívida.

“É aí que o ceticismo entra, porque não é fácil fazer uma reforma da Previdência em nenhum lugar do mundo. Pode ser fácil fazer uma reforma, mas essa reforma vai ser substancial o suficiente que vai dar não só benefícios no longo prazo, mas no médio prazo, nos próximos três a cinco anos?”, questionou.

 

Guilherme Caetano

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