CEO da Ser Educacional (SEER3) espera “grande captação” de alunos em 2022

A Ser Educacional (SEER3) teve captação recorde de alunos no terceiro trimestre deste ano e a expectativa é de que em 2022 a companhia volte a captar “muito bem”. Na análise do CEO da Ser, Jânyo Diniz, o pior já passou e os alunos já postergaram demais a decisão de estudar.

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Para o CEO da Ser, a pandemia foi um momento difícil para empresa, com queda na captação de alunos e aumento de evasão. Mas com a retomada da economia e o avanço da vacinação, o estudante não deve esperar mais, pois sabe que isso pode comprometer seu desenvolvimento profissional.

“Os alunos já postergaram demais a decisão de estudar. Alguns estão esperando há um ano e meio, e isso tem reflexo negativo na vida profissional, até porque quem tem formação acaba competindo por melhores cargos na empresa”, disse Jânyo Diniz em entrevista exclusiva ao Suno Notícias.

A companhia captou 53,1 mil alunos de graduação e pós-graduação no período de julho a setembro deste ano, volume de 29,4% maior em relação com o terceiro trimestre de 2020. Essa foi a maior captação da Ser Educacional em um período de três meses na história.

Isso era esperado pelo CEO, mas não pelo mercado, visto que a reação foi uma disparada de 9,5% do preço da ação, sendo negociada a R$ 12,42. Naquele dia, as ações de outras empresas do setor, como Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3), também deram um salto.

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Com essa realidade, a companhia está otimista com a captação para o próximo ano. “A expectativa é de que a gente volte a captar muito bem no próximo ano, isso é muito simples porque o investimento em educação se paga, os números demonstram isso. Os alunos que têm graduação acabam se desenvolvendo profissionalmente muito melhor do que aqueles que não têm.”

Nível de desemprego seria entrave, mas por enquanto não preocupa

O único impasse para o otimismo da empresa seria se o nível de desemprego fosse muito alto. No entanto, Diniz descarta essa possibilidade por acreditar que o pior já passou.

“O maior receio que temos é se a economia fosse muito mal, aí infelizmente não há o que fazer porque o aluno precisa pagar a mensalidade. Só se o nível de desemprego subir muito, que é algum risco e aí não teria uma retomada significativa de matrículas. Mas a gente não acredita que isso vai acontecer até porque já passamos pelo pior e a retomada agora me parece bastante natural e normal.”

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Além disso, a pandemia aumentou o interesse dos alunos por cursos da área da saúde, conforme o levantamento da Faculdade Israelita de Ciência da Saúde Albert Einstein. O curso de Enfermagem, oferecido em São Paulo, teve aumento de 209% no total de inscritos na seleção de 2021, em relação a 2020. Esse panorama é observado em todo o Brasil, e por esse motivo a Ser tem feito bastante investimentos no setor.

Em abril deste ano, a companhia anunciou a compra da Unifasb, faculdade da Bahia, por R$ 210 milhões. Desde 2020, esta é a terceira aquisição da Ser com foco em vagas do curso de Medicina. Além da Unifasb, a empresa adquiriu a Unifacimed‌ ‌e a Unesc, ambas em Rondônia.

“A nossa base de alunos em medicina tem crescido bastante e com isso estamos fazendo grandes investimentos e aquisições. Estamos fortalecendo mais a nossa área de saúde, estamos trabalhando muito forte no crescimento dos nossos produtos digitais”, disse o CEO.

Papel da empresa sofreu devido à pandemia, diz diretor de RI da Ser Educacional

Já na análise do diretor de relações com investidores, Rodrigo Alves, os papéis da empresa sofreram com o impacto da pandemia, que gerou muitas dúvidas no mercado sobre o processo de retenção e captação de alunos. Além do cenário pandêmico em 2020, este ano também ficou incerto para o investidor com as notícias sobre a segunda onda da covid.

Para se ter uma base, antes da pandemia ser anunciada no Brasil, em fevereiro do ano passado, a companhia chegou a ser negociada na Bolsa a R$ 32,45. Agora, as ações são cotadas a R$ 13,00.

Foto: Status Invest
Foto: Status Invest

Alves avalia que o setor de educação na bolsa está em processo de recuperação e a percepção é que as empresas são outras após a pandemia, o que gera desafios ao investidor.

“O que a gente percebe é que o setor traz um desafio adicional para o investidor porque ele está investindo em um negócio que está passando por uma transição grande. O impacto da pandemia fará com que as empresas sejam bem diferentes daqui para frente”, disse o diretor.

Segundo ele, a Ser Educacional fez uma transformação grande durante a pandemia, que permitir que a empresa entre em 2022 “bem preparada para uma nova etapa”.

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Poliana Santos

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