Selic a 13,25% deve impulsionar Ibovespa, real e fundos imobiliários, dizem especialistas

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu hoje (2) a nova taxa de juros do Brasil. A expectativa era de que houvesse corte dos atuais 13,75% ao ano da Selic, mas o mercado divergia da magnitude do corte e sua velocidade na próximas reuniões.

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Dito isto, a partir da decisão, que deve marcar a primeira queda da Selic em dois anos, tanto a macroeconomia quanto os investimentos de renda fixa e renda variável são impactados.

Antonio van Moorsel, estrategista-chefe da Acqua Vero Investimentos, apontou que a redução da taxa básica de juros tende a incitar o consumo, pois o crédito se torna mais barato.

Com isso, diz ele, os consumidores têm condições favoráveis para adquirir aquilo que desejam, como eletrodomésticos e veículos, o que deve impactar positivamente a bolsa de valores e seu principal índice, o Ibovespa – muitos fundos de ações e multimercado investem nesses ativos.

Para Bruno Musa, economista e sócio da Acqua Vero Investimentos, o corte da Selic pode impulsionar o crédito, mas precisa vir acompanhada de reformas importantes, como uma melhor definição do novo arcabouço fiscal.

“A dívida brasileira continuará crescendo e o país ainda não possui nem uma alíquota em relação à reforma tributária”, destacou.

Musa, no entanto, aponta que em um primeiro momento o custo do crédito não deve sofrer grandes alterações.

“A redução da Selic já está precificada. O crédito deve continuar alto por conta de diversos fatores externos, como legislação e pouca concorrência dos bancos, que deixam o capital centralizado. A queda dos juros pode até gerar uma sensação de melhoria no curto prazo, por conta da injeção de crédito subsidiado pelo governo, mas traz consequências de médio e longo prazo”, afirma.

Entre as empresas, as do setor de exportação podem ser afetadas negativamente, pois com juros baixos a injeção de capital é maior do exterior, fazendo o dólar cair.

“Partindo desse movimento, devemos observar empresas como Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), que exportam quase tudo o que é produzido. Além delas, estão Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), que vendem muito, o que pode compensar um pouco uma possível queda”, diz o especialista.

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Fundos imobiliários e a Selic

Uma das classes de ativos que deve se beneficiar com a queda da Selic é a de fundos imobiliários.

Gabriel Barbosa, sócio da TRX Investimentos e gestor do TRXF11, comenta que o mercado de fundos imobiliários está ansioso por esse momento e já vinha se antecipando.

“Quando olhamos a performance dos últimos 4 meses, estamos falando de uma valorização de 15,8% do IFIX, o que é bem relevante para esse modelo de fundo, e mostra que o setor já está se preparando para esse movimento de corte de juros, que deve se iniciar nesta semana”, explica.

Na perspectiva do gestor, os fundos de tijolo, classe que mais sofreu com a escalada dos juros, devem voltar a ganhar protagonismo.

“Os fundos de papel performaram muito bem nesse período de alta, pois conseguiram repassar os dividendos. Com esse movimento da Selic, acreditamos que o protagonismo passe para o tijolo, que tem um grande potencial nesse ciclo de corte, com a valorização das cotas da B3”, explicou.

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Allan Ravagnani

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