Sanepar (SAPR11): regulação setorial faz XP rebaixar recomendação

Em meio aos reajustes de tarifas de serviços menores do que o esperado, as perspectivas de analistas do mercado sobre o futuro da Sanepar (SAPR11) estão em xeque. Na noite da última quinta-feira (28), a XP Investimentos rebaixou a recomendação para as ações da empresa de compra para neutro.

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Antes, o preço-alvo da corretora era de R$ 30 por unit, passando a ser de R$ 24,50 com as mudanças no cenário para a Sanepar. Segundo os analistas, a cautela com os papéis da companhia também passa pelos cálculos preliminares do 2º processo de revisão tarifária, com um resultado inicial previsto de -2,58% nas tarifas.

De acordo com Gabriel Francisco e Maira Maldonado, responsáveis pelo acompanhamento da empresa de saneamento do Paraná, os anúncios tarifários são “muito negativos” para a companhia, a ponto de justificar o desconto encontrado nas ações em relação a seus pares do segmento.

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“A nosso ver, os anúncios resumem o enorme grau de incertezas e a precariedade do ambiente regulatório que a Sanepar está inserida, e que tornaram praticamente inviável qualquer tese de investimentos nas ações. Por este motivo que rebaixamos as ações”, disseram os especialistas.

AGEPAR pode — indiretamente — beneficiar a Sanepar

Os analistas informaram que, na visão deles, pode-se dizer que o tombo de 19% das ações após os anúncios já foram precificados nas ações. Inclusive, até existe uma chance de valorização dos papéis.

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Os cenários positivos foram observados nas diversas possibilidades simuladas do 2º processo de revisão tarifária (que efetivamente estabelece a metodologia para a realização dos reajustes), o qual ocorrerá até o dia 17 de fevereiro, com a implementação em maio de 2021. E é neste momento que entra a Agência Reguladora do Paraná (AGEPAR).

“O fato de diversos problemas que identificamos no processo de revisão tarifária da Sanepar poderem ainda ser endereçados pela AGEPAR é o principal motivo pelo qual não rebaixamos a recomendação das ações da companhia para venda”, disse a XP.

Os especialistas, contudo, fazem questão de deixar claro que a “importância de se aprimorar os termos da 2ª revisão tarifária da Sanepar vai muito além dos interesses de acionistas e do mercado financeiro”. Para eles, a Sanepar quer atingir o objetivo de universalização do saneamento até 2033, conforme exigido pelo Novo Marco Regulatório do Sanemanto, aprovado em 2020.

Para isso, a empresa precisaria investir R$ 21,5 bilhões, e isso demandaria um ajuste de tarifas ao ano (acima da inflação do período) de mais de 2,5%, até 2033.

Por volta das 12h55 desta sexta-feira, as ações da Sanepar era negociadas a R$ 22,06 na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com uma baixa de 0,18%. Ao mesmo tempo, o Ibovespa caía 1,66%.

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Jader Lazarini

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