Recorde do Bitcoin: a cripto vai continuar subindo? Especialistas projetam US$ 180 mil ainda em 2025
O Bitcoin iniciou esta semana renovando seu recorde histórico, após romper novas máximas na semana anterior. Na segunda-feira (14), a criptomoeda ultrapassou a marca de US$ 122 mil, impulsionada por fatores institucionais e avanços regulatórios nos Estados Unidos.

Os fortes ganhos da criptomoeda acontecem em um cenário de demanda crescente por parte de investidores institucionais. Além disso, outros fatores também estão contribuindo para o cenário de alta do Bitcoin. Entre eles, a Crypto Week, evento nos Estados Unidos com debates legislativos sobre o setor, também é apontada como um fator relevante para o desempenho da moeda.
Por que o Bitcoin está subindo?
A disparada na cotação do Bitcoin tem origem em fatores estruturais. Um dos principais motivos da alta é o volume crescente de investimentos institucionais. Segundo Francis Wagner, head de criptoativos da Hurst Capital, “o Bitcoin tem surpreendido o mercado ao romper sucessivas máximas históricas”, superando o PIB de países como Brasil e Canadá em valor de mercado.
Parte deste movimento vem dos ETFs. Em 2025, os fundos de índice de cripto registraram entradas líquidas de aproximadamente US$ 16 bilhões. Esse fluxo reduz a liquidez no mercado e pressiona os preços para cima.
Felipe Martorano, da Levante, destaca o papel do fundo IBIT da BlackRock, que se tornou o ETF mais rápido da história a alcançar US$ 80 bilhões sob gestão. “Esse desempenho reflete o amadurecimento do setor e a crescente aceitação do Bitcoin entre investidores institucionais”, afirmou.
Além disso, o cenário geopolítico global tem favorecido a narrativa do Bitcoin como reserva de valor, com conflitos regionais e incertezas econômicas aumentando a busca por ativos descentralizados.
O que é a Crypto Week?
A Crypto Week, que está acontecendo entre os dias 14 e 18 de julho nos Estados Unidos, é um evento que pode marcar uma virada regulatória para o setor de criptomoedas e que também está influenciando o bom desempenho do Bitcoin. Durante o período, a Câmara dos Representantes dos EUA debateu três projetos de lei fundamentais para o mercado: o GENIUS Act, o CLARITY Act e o Anti-CBDC Act.
O GENIUS Act regula o funcionamento das stablecoins, exigindo reservas líquidas e relatórios mensais. Já o CLARITY Act define a classificação dos ativos digitais, separando-os entre valores mobiliários (sob regulação da SEC) e commodities (sob a CFTC). O Anti-CBDC Act, por sua vez, proíbe a criação de moedas digitais de bancos centrais para uso em varejo.
Igor Carneiro, CEO da Vault Capital, destaca que “essa clareza legislativa destrava uma possibilidade antes distante, que é a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin nos Estados Unidos”.
A aprovação dos três projetos foi concluída no dia 16 de julho e pode gerar impacto direto na confiança do mercado. Para Wagner, “um ambiente regulatório previsível pode desbloquear bilhões em capital institucional, que hesitava devido à incerteza jurídica”.
O Bitcoin vai subir?
A trajetória de alta do Bitcoin pode ter continuidade nos próximos meses, segundo especialistas. O head de criptoativos da Hurst projeta que a criptomoeda pode atingir entre US$ 180 mil e US$ 200 mil até o fim de 2025, apoiada em três pilares: forte demanda institucional, avanços regulatórios e oferta limitada.
Martorano reforça esse cenário e aponta que o número de Bitcoins disponíveis nas exchanges continua diminuindo, o que limita a liquidez. Segundo ele, “a tendência de longo prazo segue estruturalmente positiva”, apesar da volatilidade no curto prazo.
O CEO da Vault Capital vai além e avalia que o Bitcoin já começa a se consolidar como ativo estratégico de governos. “Caso os Estados Unidos realmente comecem a comprar o ativo e se posicionar na sua reserva estratégica, acreditamos que o Bitcoin pode buscar os 180 mil dólares facilmente”.
Ainda assim, os especialistas reconhecem riscos. Entre os principais, estão o agravamento de tensões no Oriente Médio e possíveis decisões do Federal Reserve que possam afetar a atratividade de ativos de risco.
Por ora, no entanto, o desequilíbrio entre uma oferta cada vez menor e uma demanda institucional cada vez maior, sustenta a percepção de continuidade do movimento de alta do Bitcoin. Para Carneiro, a maior chance de um ciclo de baixa mais forte está projetada apenas para meados de 2026.