Recessão atingirá um a cada três países em 2023, diz diretora do FMI

Em meio a um cenário de escalada de juros pelos bancos centrais ao redor do globo, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse que as estimativas da entidade são de que um terço da economia global entre em recessão no ano de 2023.

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A diretora do FMI comentou o panorama em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (6), destacando que serão dois trimestres de contração econômica entre este ano e 2023.

Com os temores de recessão, a última estimativa do FMI é de que o crescimento econômico global seja de 2,9% em 2023 – projeção que era maior em meses anteriores, mas foi sucessivamente cortada.

Já na semana que vem o FMI divulgará novas projeções sobre o crescimento econômico mundial.

“É mais provável que as coisas piorem antes de melhorar”, disse Georgieva. “Os riscos de recessão vêm aumentando consecutivamente e estamos em um período de fragilidade econômica histórica”.

Dentre os principais pontos para a concretização desse cenário, a diretora do FMI destaca:

  • Guerra na Ucrânia
  • Pressão inflacionária
  • Alta dos preços de energia

Além disso, Georgieva destacou que a condução da política monetária, no momento, é crucial.

“Não aumentar o suficiente [as taxas básicas de juros] faria com que a inflação global se tornasse desancorada, algo que exigiria que os juros futuros subam em patamares muito maiores. Isso causaria grandes danos ao crescimento econômico e à população”, disse Georgieva durante a coletiva.

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No momento, o Federal Reserve (Fed) tem reiterado sua postura hawkish – de manter juros altos para combater a inflação – em discursos recentes.

Jerome Powell, presidente da autoridade monetária americana, chegou a dizer que ‘eventuais erros na condução da política monetária’ poderiam ‘causar uma dor muito grande’ durante o simpósio de Jackson Hole.

Ao mesmo tempo, a Europa mostrou uma inflação recorde nas leituras recentes, forçando Banco Central da Europa (BCE) a subir os juros básicos de zero para 0,75% ao ano – algo que não era feito desde 1999.

Em julho, a autoridade monetária em questão havia subido os juros de um patamar negativo de -0,5% para zero.

Apesar do temor de recessão, condução é ‘complicada’

Mesmo que o cenário de contração na economia esteja no radar, Kristalina Georgieva disse, na coletiva, que reconhece a dificuldade dos banqueiros centrais em ajustar os juros no momento, dada a crise global.

A diretora do FMI disse que se os juros ‘subirem demais’, o resultado pode ser uma recessão ainda mais prolongada. Contudo, fez questão de destacar que subir os juros em patamares menores ou mantê-los nos patamares atuais apresentam riscos ainda maiores.

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Eduardo Vargas

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