Randon (RAPT3) lança empresa para produção de nanopartículas de nióbio

A Randon (RAPT3) e sua controlada Fras-le (FRAS3) lançaram oficialmente uma empresa dedicada a obter nanopartículas de nióbio, batizada de Nione. A empresa terá como foco o uso da tecnologia em materiais em indústrias como a siderúrgica e a automobilística.

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O nióbio, metal que nos últimos anos ganhou fama por causa das defesas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, tem sido uma aposta da indústria automotiva e poderá ser peça-chave na corrida pelos carros elétricos. O País responde hoje por 90% da produção de nióbio no mundo, com boa parte do volume concentrado na CBMM, que pertence à família Moreira Salles.

O material permite potencializar as características de outros insumos – provendo mais durabilidade e diminuindo o peso, algo relevante na medida em que se busca mais sustentabilidade da indústria automobilística. A patente relativa à obtenção das nanopartículas de nióbio já foi requerida pela Fras-le.

Vice-presidente do Grupo Randon e presidente da Fras-le, Sergio Carvalho aponta que o desenvolvimento desse novo produto começou em 2017, momento em que o grupo criou uma divisão dedicada a novas tecnologias. “Estávamos em busca de melhorar as propriedades mecânicas de uma determinada peça e descobrimos esse processo de manufatura, com benefícios em relação ao peso e à sustentabilidade”, diz.

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Segundo o executivo, um dos problemas do uso do nióbio era seu alto custo, o que inviabilizava seu uso em escala comercial – questão que pode ser resolvida com as nanopartículas. “Fizemos um tambor de freio com o uso de nióbio que melhorou a durabilidade em 40%, mas o preço também subiu 40%. Com a nanotecnologia, o custo subiu apenas um pouco, o que ajudou a equacionar o custo-benefício”, conta.

Randon fecha parceria com Weg (WEGE3)

A descoberta deve ser colocada em breve no mercado. Em parceria com a catarinense Weg (WEGE3), o grupo aplicou as nanopartículas de nióbio em tintas automotivas. Em testes, uma peça de revestimento à base dessa solução suportou a ação de agentes corrosivos por cerca de mil horas. Essa mesma tinta já foi utilizada para revestir os discos de freio, produto muito exportado aos EUA. Para Carvalho, o produto deverá ser bem recebido no mercado norte-americano por conta do elevado grau de corrosão nos veículos no inverno por conta da neve, por exemplo.

Os últimos anos têm sido de rápido crescimento da Randon. A empresa tem hoje 28 unidades produtivas, com produtos presentes em 100 países. Nos últimos cinco anos, a empresa fez 13 aquisições, com seu total de funcionários passando de 8 mil para 15 mil. Com a Nione, que acaba de ser lançada, a empresa já possui 40 CNPJs.

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Mas não é só a Randon que está de olho no material. Professor titular do departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Carlos Oliveira afirma que a maior demanda do nióbio vem dos aços especiais para a indústria automobilística. No entanto, o professor da UFMG afirma que há estudos para o uso do metal em outras indústrias, o que deve aumentar ainda mais a demanda pelo nióbio. Ele conta que a startup Nanonib, criada no parque tecnológico da UFMG, desenvolveu uma partícula que, a partir do nióbio, é capaz de eliminar o coronavírus – o produto aguarda liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

(Com informações da Agência Estado)

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Bruno Galvão

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