Raízen (RAIZ4) levanta R$ 6,9 bilhão em maior IPO do ano; saiba como

O total de R$ 6,9 bilhões da oferta representa o lote principal e o suplementar. O lote adicional não chegou a vender.

A Raízen (RAIZ4) , joint venture entre Cosan (CSAN3) e Shell (RDSA32), concluiu a maior abertura de capital do ano, até o momento.

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Superando o mercado volátil e ganhando força com o discurso de transição energética, a Raízen atraiu grandes fundos de investimento e conseguiu levantar R$ 6,9 bilhões em caixa, informaram fontes de mercado ao Estadão.

A empresa fará amanhã sua estreia na bolsa de valores brasileira valendo R$ 76 bilhões e já posicionada entre as empresas mais valiosas da B3, sendo a maior do setor de energia. O IPO faz parte dos planos da Cosan, que vale R$ 48 bilhões na Bolsa, de listar suas subsidiárias e destravar o valor da companhia.

A ação RAIZ4 da produtora de açúcar e etanol e distribuidora de combustíveis ficou precificada em R$ 7,40, no piso da chamada faixa indicativa de preço, que ia até R$ 9,60.

A demanda chegou a R$ 30 bilhões, sendo R$ 14 bilhões apenas de pessoas físicas, apurou a reportagem. O total de R$ 6,9 bilhões da oferta representa o lote principal e o suplementar. O lote adicional não chegou a vender.

Valor da Raízen

A Raízen, com faturamento de R$ 115 bilhões, tem seu controle dividido igualitariamente entre a Cosan e a Shell. Valendo cerca de 60% a mais do que a Cosan na Bolsa, a expectativa agora é de que os investidores enxerguem valor na empresa – o que poderá influenciar positivamente a ação da própria Cosan, que já registra tendência positiva, com valorização de 38% neste ano.

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Para conseguir lançar sua oferta, a sucroalcooleira teve de reduzir suas ambições e acabou diminuindo o valor de seu IPO, que vinha sendo inicialmente posicionado em R$ 13 bilhões.

A aposta dos investidores foi no processo de transição energética, com o maior foco em produção de energia de fontes renováveis. E a Raízen deixa esse ponto bastante claro no prospecto da oferta, destacando no documento que 80% dos recursos que entrarem no caixa irão para a construção de novas plantas para a expansão da produção de produtos renováveis e capacidade de comercialização.

Nessa jornada para aumentar seu cardápio de produtos mais sustentáveis, o principal foco é o etanol de segunda geração (E2G), feito a partir da palha e do bagaço da cana – opção capaz de aumentar a produção em 50% usando a mesma área de plantio. A demanda pelo produto tem crescido principalmente pelo viés da redução das emissões de gases de efeito estufa.

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“Acreditamos que a Raízen está muito bem posicionada para aproveitar o crescimento do mercado de renováveis e deve ampliar sua liderança mundial ao implementar projetos que trarão melhores margens operacionais e um caminho de crescimento sustentável”, disseram em relatório Felipe Ruppenthal e Lucas Chaves, da casa de análise Eleven.

Apesar do olhar positivo, eles destacam que um resultado nesse processo deve ser de longo prazo. Os analistas apontam que serão necessários pesados investimentos em fábricas e uma execução acelerada para alcançar o objetivo de 20 plantas de etanol de segunda geração em 2032 – hoje, há apenas uma.

Distribuição de combustíveis

Em distribuição de combustíveis, o trabalho tem sido na direção de se posicionar melhor no mercado, que é bastante competitivo. Conforme o último boletim da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a BR Distribuidora tem cerca de 23% de participação, seguida de perto pela Raízen, licenciada da marca Shell (20,5%) e pela Ipiranga (19,3%). A Cosan licenciou, em 2021, a marca Shell por mais 13 anos.

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Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Redação Suno Notícias

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