Radar: Petrobras (PETR4) recupera R$ 439 mi, IRB (IRBR3) tem preço-alvo cortado, Cielo (CIEL3) cai 7,7% na bolsa após 3T22

A Petrobras (PETR4) informou, nesta terça-feira (1º), que recuperou R$ 439 milhões ao longo do último trimestre por meio de acordos de leniência. Os valores foram recebidos de empresas, como Camargo Corrêa, Novonor (anteriormente Odebrecht) e SBM, bem como acordo de colaboração de Pedro Barusco.

A maior parte desse montante vem da Camargo, que devolveu R$ 235 milhões a petroleira. A SBM repassou R$ 113,7 milhões, enquanto a Novonor pagou R$ 71,3 milhões.

Os ressarcimentos são em razão da condição de vítima da Petrobras nos crimes investigados no âmbito da Operação Lava Jato. A Petrobras afirma que tem adotado as medidas cabíveis em busca do adequado ressarcimento dos prejuízos que lhe foram causados.

Com essas devoluções, a Petrobras soma a recuperação de mais de R$ 6,7 bilhões em acordos de colaboração, leniência e repatriações. Os termos foram celebrados com o Ministério Público Federal (MPF), assim como com a Controladoria Geral da União (CGU) e Advocacia Geral da União (AGU).

Além da Petrobras, confira outros destaques desta quinta-feira:

Genial corta preço-alvo de IRB Brasil (IRBR3)

  • Em documento publicado hoje, a Genial Investimentos reviu o preço-alvo da IRB Brasil (IRBR3) de R$ 1,20 para R$ 0,99. A corretora também manteve a recomendação de venda para as ações da resseguradora.
  • A decisão veio depois de uma análise do relatório publicado pela companhia no último dia 20 de outubro, que mostrou um prejuízo líquido de R$ 164,5 mi, acumulando R$ 224 milhões nos dois primeiros meses do 3T22.
  • “Achávamos que o 3T22 poderia vir com uma melhora nos resultados do IRB já que seu maior cliente, a BB Seguridade (BBSE3), havia reportado uma melhora substancial no seguro agrícola no 2T22. Mas, após esses comunicados, ficou claro que a situação continua bem desafiadora para o IRB e o processo de recuperação deverá acontecer gradualmente”, comenta o relatório.
  • Para o balanço trimestral, a Genial espera um prejuízo de R$ 297 milhões, melhora de 21% ante o 2T22 e piora de 90% na comparação anual. A casa de análise estima que o índice de sinistralidade ficará em 121%, melhora de 3,2 p.p e piora de 1,7 p.p na comparação anual.

Cielo (CIEL3) cai 7,7% no dia

  • Depois da apresentação do balanço trimestral, as ações da Cielo (CIEL3) caíram 7,7%, para R$ 5,49. Esse desempenho foi registrado mesmo os resultados tendo sido bem recebidos pelo mercado.
  • Nos últimos três pregões, os papéis da financeira chegaram a subir 10% e já soma 154% no acumulado do ano, figurando os melhores desempenhos do Ibovespa.
  • O balanço da Cielo (CIEL3) reportou R$ 422 milhões de lucro- alta de 100% no ano- e R$ 653 milhões de resultados financeiros -queda de 147,9% no acumulado de doze meses.

Gestora do MXRF11 vê panorama promissor para 2023

  • Também nesta terça, A XP Asset, gestora do Maxi Renda FII (MXRF11), se mostrou otimista com o rumo dos fundos imobiliários para 2023. Os gestores explicaram que, mesmo com a taxa Selic no patamar de 13,75%, o setor imobiliário tem bastante espaço para crescimento sustentável, considerando o déficit habitacional no Brasil de quase 6 milhões de moradias.]
  • Para a gestão, as expectativas de redução da inflação para os anos de 2023 e 2024 e a real possibilidade de novos cortes da taxa básica de juros representam boas perspectivas para o setor imobiliário.
  • No balanço do terceiro trimestre, o fundo MXRF11 teve uma valorização média de R$ 0,329 por cota. Já dividendos foram de R$ 0,33 por papel no trimestre, uma alta superior a 3% nos últimos três meses.
  • Além disso, o fundo acumulou uma reserva de correção monetária de R$ 38,08 milhões, equivalente a 0,172 por cota, que deve ser distribuída aos cotistas em forma de rendimentos.

Empresas do grupo JBS (JBSS3) firmam contrato de financiamento de US$ 1,5 bilhão

  • A JBS (JBSS3) anunciou, nesta terça-feira (1º), que empresas do grupo fecharam um contrato de financiamento sindicalizado no valor de US$ 1,5 bilhão. O acordo foi feito com o canadense Bank of Montreal, com vencimento para cinco anos.
  • Segundo fato relevante publicado pela companhia, o montante será destinado a quitar um financiamento anterior feito em 2018. Na época, o valor envolvido na operação foi de US$ 900 milhões, de acordo com o documento.
  • O contrato em questão foi firmado pelas empresas JBS USA Lux S.A., JBS USA Food Company, JBS Australia Pty Limited e JBS Food Canada ULC junto ao Royal Bank of Canada. O vencimento original do título está marcado para 2023.
  • A operação de crédito sindicalizado no exterior se difere da emissão de títulos de dívida, por exemplo, por ter prazos mais curtos de pagamentos – normalmente, até cinco anos. Empresas como Embraer (EMBR3) e Banco Pan (BPAN4) recorreram à solução nos últimos meses.
  • Está marcada para quinta-feira da semana que vem, dia 10, a divulgação do balanço trimestral do grupo JBS. A expectativa do mercado é de que o desempenho de companhias frigoríficas seja aquém do registrado no ano passado e até no trimestre anterior.
  • Para a Genial Investimentos, no entanto, a diversificação da JBS deve proporcionar uma volatilidade menor para os resultados da companhia.
  • Mesmo que o principal driver de suas operações seja no mercado dos Estados Unidos, a presença da empresa no Brasil, Austrália, Europa — além de exposição a diversas outras nações — “resultará em números ainda expressivos para o maior frigorífico do mundo”.
  • As ações da JBS terminaram esta terça-feira (1º) cotadas em R$ 24,90, praticamente no mesmo resultado da segunda. No acumulado do mês de outubro, os papéis tiveram variação negativa de 3,34% e de 30% no comparativo de seis meses.
  • A Genial mantém posição de compra para a JBS, com preço-alvo em R$ 50, visando um potencial de valorização na casa de 100%.

Mercado Livre (MELI34) altera prazo de entrega de produtos com bloqueios nas rodovias

  • O Mercado Livre (MELI34), plataforma de comércio eletrônico, alterou o prazo de entrega de produtos em algumas localidades, como conduta preventiva em razão da imprevisibilidade dos protestos contra o resultado das urnas nesta eleição presidencial de 2022, na qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso. Os manifestantes bloquearam rodovias federais em mais de 240 pontos e questionam a derrota do presidente Jair Bolsonaro. As informações são do jornal Valor Econômico.
  • Ao Valor, o Mercado Livre informou em nota que, “diante da necessidade de novos ajustes, vai comunicar seus clientes sobre a eventual ampliação do período de entrega. A empresa reforça o compromisso com seus usuários e com o cumprimento dos prazos anunciados, que garantem a qualidade dos serviços e o envio mais rápido do Brasil”.
  • A Polícia Rodoviária Federal (PRF) liberou 419 bloqueios nas estradas do país e aplicou 438 autuações, até o início da noite desta terça-feira (1º), segundo informações publicadas no Twitter do órgão. Mesmo assim, ainda de acordo com a PRF, no momento, havia interdições ou bloqueios em 20 estados.

CSN (CSNA3) tem resultado pressionado, dizem analistas

  • A CSN (CSNA3) divulgou resultados do terceiro trimestre nesta segunda (31). Os números vieram conforme as expectativas do mercado. Mas, na interpretação de analistas do BTG Pactual, os indicadores operacionais reportados tiveram algumas pontos negativos
  • Entre agosto e setembro, a CSN registrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,7 bilhões. A cifra ficou 17% abaixo em relação ao trimestre anterior, mas de acordo com a previsão de analistas do BTG.
  • A casa informa que o Ebitda da CSN foi afetado negativamente pela queda dos preços do minério de ferro e do aço doméstico.
  • “As bases de custo permanecem infladas (por exemplo, o carvão metalúrgico) e estão se ajustando em um ritmo defasado em relação ao faturamento (preços em queda e volumes abaixo da média)”, explicam os analistas.
  • A casa informa que, separadamente, a CSN entregou fluxo de caixa para o acionista relevante de R$ 3,16 bilhões no trimestre. Apesar disso, os analistas citam que grande parte desse resultado veio de ganhos de capital de giro não recorrentes, “o que reduz nosso entusiasmo”.
  • O BTG ainda cita que a administração está anunciando outro corte em sua meta de volumes de minério de ferro para este ano (de cerca de 37Mt para 34Mt), e revisando para baixo sua projeção para capex da CSN (de R$ 4,1 bilhões para R$ 3 bilhões).
  • Com relação ao endividamento, a CSN também aumentou sua meta de alavancagem, de 1,75x para 1,95x, “o que ainda está razoavelmente contida, mas coloca a empresa em uma posição diferente em relação aos pares globais novamente – a empresa tende a ser penalizada pelos investidores, em nossa opinião”.
  • Diante do ambiente macro em deterioração, alavancagem crescente e problemas operacionais recorrentes, os analistas do BTG observam maior/melhor valor em outras áreas de sua cobertura

M. Dias Branco (MDIA3) faz primeira aquisição internacional

  • A M. Dias Branco (MDIA3), que domina o comércio de massas e biscoitos no Brasil, começou a sua expansão internacional comprando a marca uruguaia Alimentos Las Acacias. A nova empresa do portfólio tem faturamento anual superior a R$ 120 milhões e margem Ebitda de 14%.
  • Segundo Gustavo Lopes Theodozio, vice-presidente de Controladoria, Investimentos e Relações com investidores esse é o “primeiro passo” da companhia em sua estratégia de internacionalização. Hoje, a atuação da empresa em mais de 40 países se dá por meio de exportação de produtos.
  • “O Uruguai estava nos nossos planos porque, em um processo de expansão, é natural procurar oportunidades em países próximos, depois marcas fortes, empresas com agregação de valor e margens boas. Além disso, é uma cultura diferente, um idioma diferente, ou seja, o primeiro passo para atender um novo consumidor, numa outra língua, que vai habilitar a companhia a seguir com seu plano de expansão”, disse Theodozio.
  • A assinatura do contrato de aquisição foi feita na segunda, e a integração das marcas já começa na quarta. A operação não precisará de aprovação do órgão regulador uruguaio porque, entre outros fatores, esta é a primeira aquisição da M. Dias no país.
  • “A M. Dias tem capacidade de investimento muito maior do que a Las Acacias, de aumentar a produção no Uruguai, o portfólio de produtos. Sem dúvida, com potencial da M. Dias, seu conhecimento do setor e da cadeia de trigo, a empresa poderá, com novos investimentos, expandir no mercado uruguaio”, afirmou Theodozio.

Da Petrobras à M.Dias Branco, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Wesley Santana

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