Ícone do site Suno Notícias

Radar: Hapvida (HAPV3) é rebaixada, Americanas (AMER3) perde R$ 8,37 bi em valor na Bolsa e crescem vendas do Iguatemi (IGTI11)

Hapvida (HAPV3): rebaixadas pelo Goldman Sachs. Foto: Site Hapvida/Reprodução

Clínica Hapvida (HAPV3). Foto: Site Hapvida - Reprodução

O rombo contábil revelado pelo ex-CEO Sergio Rial fez com que a Americanas (AMER3) perdesse hoje R$ 8,37 bilhões em valor de mercado na B3, a bolsa brasileira. Entre os fechamentos de quarta (11) e quinta (12), a varejista amargou um encolhimento de 77,33%.

Esses R$ 8,37 bilhões que a Americanas encolheu nesta quinta – segundo dados apurados pelo head comercial Einar Rivero – equivalem a um montante próximo ao valor de mercado da Minerva (BEEF3), de R$ 8,4 bilhões. A queda da Americanas na Bolsa ocorre um dia após a companhia divulgar que descobriu rombo de R$ 20 bi em seu balanço contábil.

Outros números astronômicos que chamam atenção depois que o Ibovespa fechou neste dia tenso com a baixa da Americanas na B3: o Magazine Luiza (MGLU3), que pode ter sido alvo da migração de investidores da concorrente, liderou altas no pregão, valorizando 5,28%, ganhando R$ 1,06 bilhão em valor de mercado.

Segundo as informações disponibilizadas pela B3 ao investidor, no pregão de ontem, a Americanas tinha um valor de mercado de R$ 10,8 bilhões (R$ 10.830.354,04) e foi para R$ 2,4 bi.

Na quarta, segundo o mapeamento do Status Invest, as ações da Americanas fecharam o dia sendo negociadas por R$ 12, em alta de 0,86%. Hoje, após diversos leilões ao longo do dia, os papéis fecharam sendo cotados em R$ 2,72, tombo de 77,33%.

O day after da revelação das “inconsistências contábeis” na Americanas também afetou o Ibovespa, que fechou em queda de 0,59%, aos 111.850 pontos,

Americanas: entenda o rombo de R$ 20 bilhões

Na quarta, a varejista divulgou um fato relevante no qual informou ao mercado que tinha identificado “inconsistências contábeis” estimadas no total de R$ 20 bilhões, com data-base em 30/09/2022. O montante apontado é maior que o valor de mercado da própria varejista na Bolsa, que até então era de R$ 10 bilhões.

Com esse escândalo em mãos, Sergio Rial deixou o comando da varejista menos de dez dias após ter assumido o posto. André Covre, então diretor de Relações com Investidores, também saiu da empresa.
João Guerra, que atuava como diretor de Recursos Humanos da Americanas, assumiu interinamente ambos os cargos.

As contas da Americanas são auditadas pela PwC. Questionada pela reportagem, a multinacional informou que “não comenta balanços auditados pela firma por questões de confidencialidade contratual”.

Nesta quinta, Rial liderou uma conferência com os acionistas da Americanas e destacou que a varejista precisará ser capitalizada. “Ninguém definiu o valor, até porque o número não foi auditado. Mas sabemos que não será uma capitalização de [apenas] milhões”, relatou ele.

O ex-CEO da Americanas reforçou que o 3G Capital, acionistas de referência da companhia, estão comprometidos com o negócio. “Mas eles não podem ser a solução por si só. ‘Me dá um cheque e tá resolvido’, não é assim”, comentou.

Fora da liderança da Americanas, o ex-Santander Brasil (SANB11) atuará como assessor do negócio e ajudará na apuração sobre o caso. Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu dois processos contra a empresa para investigar o caso.

Americanas vai falir?

Para os especialistas ouvidos pelo Suno Notícias, existe o risco de que a Americanas entre em recuperação judicial.

“É bastante possível que a companhia peça recuperação judicial se este cenário se concretizar, o que não seria uma novidade para empresas de varejo. Esta inconsistência de R$20 bilhões significa o dobro de valor de mercado da empresa, o que demonstra a gravidade da situação”, detalhou Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital e advogado especializado em compliance e governança corporativa.

José Daronco, analista da Suno Research, disse que dificilmente a empresa chegará ao ponto de quebrar. Porém, será necessário focar em um aumento de capital e na diluição de acionistas.

“Esse rombo pode resultar na provisão adicional dessa dívida para o banco, de ter de arranjar mais dinheiro para o pagamento. No entanto, não tem efeito sobre o caixa agora: deve se refletir no balanço e no caixa futuro, a depender do tamanho do problema”, explicou Daronco.

Em uma carta enviada aos colaboradores ainda na quarta (11), Rial reforçou que apoiará a reestruturação da empresa e tentou tranquiliza-los sobre o futuro da Americanas..

“Não faltarão aqueles que queiram maldizer, gerando dúvidas sobre o nosso futuro. É verdade que o impacto possa ser importante, mas acreditamos que untos, trabalhando no resultado do dia a dia, focando na construção de um grande trimestre em 2023, garantiremos os próximos trimestres”, destacou o agora ex-CEO da Americanas.

Além da Americanas, confira outros destaques desta quinta-feira:

Iguatemi (IGTI11): vendas totais crescem 10,7% e atingem R$ 5,3 bilhões no 4T22

Hapvida (HAPV3): Goldman Sachs segue analistas de bancos e rebaixa ação; preço-alvo é cortado

ANP nega pedido da Petrobras (PETR4) para retomar produção do Polo Bahia Terra

Conselho da Sabesp (SBSP3) elege André Salcedo como diretor-presidente da companhia

BTG Pactual (BPAC11) puxa queda de ‘bancos do varejo’ no Ibovespa após escândalo da Americanas (AMER3)

Da Americanas ao Bradesco, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Sair da versão mobile