Radar: analistas dizem que ação da Gerdau (GGBR4) está bem descontada; BCFF11 garante dividendos e Engie (EGIE3) pagará R$ 1 bilhão em proventos

Analistas do BB Investimentos afirmaram em relatório que os papéis da Gerdau (GGBR4) estão com 50% de desconto sobre o múltiplo histórico. Mantiveram assim recomendação de “compra”, com o preço-alvo de R$ 34.

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Esse desconto nas ações da Gerdau, junto com os bons fundamentos da siderúrgica, reforça a expectativa de espaço para valorização, diz o BB Investimentos.

No 3T22, o lucro líquido da Gerdau atingiu R$ 3 bilhões, 33,7% menor do que o que foi reportado em igual período do ano anterior. Outro ponto que chamou atenção dos especialistas: serão pagos R$ 3,6 bilhões de dividendos da Gerdau e juros sobre o capital próprio.

“A Gerdau reportou, mais uma vez, números robustos em seu resultado do 3T22 e acima de nossas estimativas”, descreveram os analistas.

Para eles, o cenário desafiador para o setor, combinando inflação, risco de recessão em grandes economias, continuidade do conflito na Ucrânia e desaceleração do ritmo de crescimento na China, levou a uma queda nos volumes de venda, receita líquida, Ebitda ajustado e lucro líquido na comparação trimestral.

Essas baixas já eram esperadas, detalha o BB-BI, mas os números apresentados foram mais fortes em comparação às demais siderúrgicas brasileiras.

“Mesmo diante das adversidades, a empresa entregou uma rentabilidade operacional satisfatória, puxada principalmente pela ON América do Norte, cuja margem EBITDA ajustada foi mantida no patamar recorde do 2T22, a despeito da queda de quase 12% t/t no volume de vendas”, completou.

Resultado do 3T22

A receita líquida do 3T22 da Gerdau foi de R$ 21,149 bilhões no trimestre, com 0,8% de queda em relação ao terceiro trimestre de 2021.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da Gerdau no 3T22 foi de R$ 5,369 bilhões, representando uma queda de 23,6% em relação ao 3T21.

Já a margem Ebitda ajustada foi de 25,4% no trimestre, representando uma retração de 7,6 pontos percentuais (p.p.) ante igual etapa do ano anterior.

O lucro bruto da companhia foi da cifra de R$ 4,738 bilhões, representando queda de 26,2% na base anual. Já a margem bruta da Gerdau fechou o trimestre em 22,4%, baixa de 7,7 p.p. ante a margem do 3T21.

O resultado financeiro foi de R$ 530 milhões negativos no 3T22, sendo 46,8% superior ao trimestre anterior. A gestão da companhia explicou essa oscilação por conta da apreciação do dólar ante o real.

As despesas gerais e administrativas da Gerdau foram de R$ 555 milhões no 3T22, representando um crescimento de 5,2% em relação ao mesmo período de 2021.

Cotação da Gerdau

As ações da Gerdau fecharam a segunda-feira (21) em alta de 0,91%, cotadas a R$ 30,10.

Além da Gerdau, confira outros destaques desta segunda-feira:

BCFF11 revela estratégia que manteve dividendos mesmo com 3 meses de deflação

  • A gestora do fundo imobiliário BCFF11 informou aos seus cotistas nesta última sexta-feira (18) sua estratégia para manter os dividendos do FII, mesmo com a deflação.
  • Com o IPCA em patamar negativo nos últimos meses, o BCFF11 prosseguiu com sua alocação com mais 50% de seu portfólio em FIIs de CRI e CRIs. Mesmo assim, os resultados recorrentes foram superiores à distribuição de rendimentos.
  • A gestora explicou que o impacto da deflação na receita recorrente do BCFF11 foi minimizada pelas alocações em ativos relacionados ao CDI. Durante o ano de 2022, esses investimentos representaram 70% das aquisições do FII.
  • Em novembro deste ano, os dividendos do BCFF11 foram de R$ 0,56 por cota, o mesmo valor praticado nos últimos 3 meses. Esse rendimento representa um dividend yield anualizado de 9,7%.
  • O resultado recorrente do fundo teve um valor menor em relação ao mês anterior, mas representou um aumento de 20% no patamar no mesmo período de 2021. A queda do resultado é reflexo da deflação do IPCA nos meses de agosto a setembro. Essa situação impactou diretamente os resultados do FII.
  • Porém, a gestora estima que esse impacto deva ser normalizado nos próximos meses com o retorno da inflação, que registrou aumento no mês de outubro de 0,59%.
  • Um fundo com desconto patrimonial
  • A gestora do BCFF11 disse que o fundo negocia com 12,0% de desconto patrimonial. Porém, há um “duplo desconto” quando comparado com o valor patrimonial dos FIIs que estão na carteira do fundo. Neste caso, o desconto chega a 26,6%.
  • Porém, como o BCFF11 possui 53% do seu portfólio investido em FIIs de CRI e CRIs e, na média, negocia com o preço da cota próximo ao valor patrimonial. Ou seja, o maior desconto do fundo está nas posições de FIIs de tijolo. Nas contas da gestora, há um deságio de 33,3% entre a cota a mercado do BCFF11 e a cota patrimonial dos FIIs de tijolo do seu portfólio.
  • Em relação aos investimentos do fundo, o BCFF11 teve ganho de capital com vendas de cotas de FIIs de CRI. Isso inclui a venda de parte da posição do HTMX11.
  • O FII segue vendendo algumas posições de ativos, ainda que tenha prejuízo. O objetivo é reinvestir os recursos desses desinvestimentos em “posições com maior potencial de retorno, tendo em vista o atual custo de oportunidade”, reforçou a gestora. Ou seja, o fundo quer aumentar o resultado recorrente para os próximos meses.
  • Por fim, o FII encerrou o mês com R$41,8 milhões em reservas, representando um total de R$1,66 por cota.
  • O FII BTG Pactual Fundo de Fundos Imobiliários (BCFF11) tem como objetivo a aquisição de cotas de outros FIIs, bem como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), e outros ativos com lastro no setor imobiliário.

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Engie (EGIE3) pagará R$ 1 bilhão em dividendos; veja valor por ação

  • A Engie (EGIE3) pagará cerca de R$ 1 bilhão em dividendos em dividendos aos seus acionistas, segundo aviso aos acionistas relevante divulgado nesta segunda-feira (21).
  • O valor dos proventos por ação da Engie será de R$ 1,28 que serão pagos no dia 12 de dezembro.
  • Os dividendos de EGIE3 são dividendos em duas partes, sendo R$ 577 milhões em Dividendos intercalares e R$ 472 milhões em Dividendos intercalares complementares.
  • No caso dos dividendos intercalares, serão pagos com base na posição acionária do dia 16 de agosto, ao passo que os dividendos complementares serão pagos com base na posição do dia 21 de novembro.
  • Ou seja, apenas os investidores com ações da Engie no pregão desta segunda (21) terão direito de receber os rendimentos complementares. A partir do dia 22, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
  • Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses representam 100% do lucro líquido distribuível no primeiro semestre deste ano.
  • Dividendos da Engie
  • Valor total: R$ 1.050.698.669,69 (R$ 1,05 bilhão)
  • Valor por ação: R$ 1,2877349527
  • Data de corte: 21 de novembro (complementares) e 16 de agosto (intercalares)
  • Data do pagamento: 12 de dezembro
  • Rendimento (dividend yield): 3,2%
  • No pregão desta segunda (21), a cotação das ações da Engie sobe 2%, cotada a R$ 40,45. No ano, o papel acumula alta de 6,3%.
  • Visão da XP sobre EGIE3
  • Atualmente os analistas da XP Investimentos mantém uma recomendação neutra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 49.
  • “Temos uma visão positiva da a estratégia de comercialização de energia otimizada da companhia, e da entrada da empresa no segmento de gás natural com a aquisição da TAG. No entanto, acreditamos que há oportunidades de maior retorno no setor elétrico e preferimos aguardar anúncios de próximas iniciativas de crescimento”, diz a casa.
  • Sobre o último resultado da companhia, os analistas destacaram ‘números sólidos’ com maior volume de energia vendida e preços médios mais elevados. A empresa teve lucro de R$ 710 milhões e R$ 1,66 bilhão de Ebitda ajustado, com margem de 60%.
  • Apesar dos números ficarem acima das projeções, a XP manteve optou por manter a cautela com os papéis da Engie.

Disney (DISB34) dispara com volta de Bob Iger ao comando da companhia

  • As ações da Disney (DISB34) cresceram nas bolsas de valores mundiais após o anúncio da volta de Bob Iger ao comando do conglomerado do Mickey Mouse. Nesta segunda (21), os BDRs, papéis da companhia na B3, registraram uma alta de 5,83% por volta das 17h30. Na bolsa de Nova York, a valorização foi de 5,73%.
  • Iger, de 71 anos, anunciou a sua aposentadoria no final do ano passado e, menos de um ano depois, retornou ao trabalho. Ele foi presidente da companhia durante 15 anos e, em seguida, ficou por dois anos no conselho da empresa.
  • Susan Arnold, atual presidente do conselho da Disney, disse em comunicado ao mercado que Iger irá liderar a empresa pelos próximos dois anos, com efeito imediato. “O conselho concluiu que, à medida que a Disney embarca em um momento cada vez mais complexo de transformação da indústria, Bob Iger está em uma posição única para liderar a empresa nesse período crucial”, destacou ela.
  • “Estou extremamente otimista com o futuro desta grande empresa e emocionado com o convite do conselho para retornar como seu CEO. A Disney e suas incomparáveis ​​marcas e franquias ocupam um lugar especial no coração de tantas pessoas ao redor do mundo, principalmente no coração de nossos funcionários, cuja dedicação a esta empresa e sua missão é uma inspiração”, afirmou Iger.
  • Iger na Disney
  • O executivo liderou a companhia durante aquisições importantes, como a Pixar Animation Studios, a 21st Century Fox e a Marvel Entertainment, iniciativas que fizeram com que o valor de mercado da gigante do entretenimento aumentasse em cinco vezes.
  • No entanto, neste ano, as ações da Disney derreteram mais de 40%. Nesse mesmo período, o índice Dow Jones caiu quase 7%.
  • Segundo a Reuters, a expectativa do mercado é de que Iger realize corte de custos e recupere a lucratividade da empresa. Especialistas acreditam que o principal alvo do novo CEO será o Disney+, streaming que o próprio Iger ajudou a lançar. No entanto, as perdas da unidade digital mais do que dobraram no último trimestre e chegam a marca de US$ 1,5 bilhão.

Minerva (BEEF3) faz oferta para comprar subsidiária uruguaia da NH Foods

  • Nesta segunda-feira (21), a Minerva (BEEF3) comunicou que realizou uma oferta não-vinculante para a compra da Breeders and Packers Uruguay (BPU), que pertence ao Nippon Ham Foods Group (NH Foods). A empresa não revelou o valor da operação.
  • A Minerva descreve a Breeders and Packers Uruguay como “um dos mais modernos frigoríficos de carne bovina da América do Sul”, e tem a capacidade de abate de 1.200 cabeças por dia.
  • Segundo a Minerva, a BPU utiliza “alta tecnologia no processo industrial, produz e exporta carne bovina do Uruguai com os mais altos índices de qualidade e segurança sanitária”.
  • ”A carne bovina uruguaia é reconhecida mundialmente por sua tradição e qualidade, acessando os principais e mais restritivos mercados no mundo, como o Japão, Coreia do Sul, China e Estados Unidos”, complementa a Minerva.
  • A empresa brasileira de carnes ressalta que o Uruguai aparece entre os dez maiores exportadores mundiais de carne bovina.
  • A Minerva comenta ainda que a iniciativa está alinhada à sua iniciativa de otimizar a diversificação geográfica, por meio de desenvolvimento de alianças e parcerias. A companhia afirmou em nota que pretende explorar oportunidades estratégicas em diversos países.
  • “Todos os movimentos da Minerva Foods primam pela disciplina financeira, preservando níveis confortáveis de alavancagem, buscando, ao mesmo tempo, maximizar a geração de valor para todos os acionistas”, finaliza.
  • A transação informada pela companhia brasileira está sujeita à finalização do processo de due diligence até o final deste ano, quando também se encerra o período de exclusividade da Minerva para a compra.
  • Cotação da Minerva nesta segunda-feira
  • Na primeira sessão desta semana, antes do comunicado divulgado pela Minerva, as ações da empresa brasileira fecharam em queda de 1,73%, a R$ 13,00. No pregão anterior, os ativos tinham apresentado elevação de 2,56%.
  • Apesar da baixa recente, os ativos da Minerva seguem em alta neste ano. Em 2023, a valorização acumulada chega a 27,77% na bolsa de valores brasileira. 

DEVA11: ‘o pior já passou’, afirma gestora sobre dividendos em baixa

  • O fundo imobiliário DEVA11 informou, nesta última sexta-feira (18), que o FII deve voltar à normalidade na sua distribuição de dividendos. Em virtude da deflação, o fundo de papel da Devant Asset pagou rendimentos menores no mês de novembro.
  • O fundo distribuiu um total de R$ 7,9 milhões referentes aos resultados de outubro. Deste modo, os dividendos do DEVA11 foram de R$ 0,56 por cota, o que resultou em um dividend yield de 0,62%, remuneração equivalente a 60,7% do CDI.
  • Os rendimentos tanto dos meses de setembro e outubro referem-se à parcela prefixada da carteira. A parcela da correção monetária foi praticamente nula, devido ao IPCA negativo no período.
  • Os índices inflacionários utilizados para cálculo dos dividendos foram os apurados em agosto e setembro, com deflação de -0,36% e -0,29%, respectivamente. Como o fundo tem proteção de 99% dos ativos contra deflação, a parte pós-fixada foi praticamente zerada no cálculo.
  • Com fim da deflação, os rendimentos do DEVA11 voltarão à normalidade
  • Porém, os cotistas do DEVA11 podem esperar rendimentos maiores nas próximas distribuições. Acima das expectativas do mercado, o IPCA de outubro avançou 0,59%, fechando o ciclo de deflação que teve duração de 3 meses.
  • Do ponto de vista dos dividendos, “é possível afirmar que mesmo observando a defasagem dos indicadores, o principal momento de redução do montante distribuído já passou”, afirma a gestora.
  • Neste caso, nos próximos meses, o DEVA11 voltará a contar com a correção positiva, retornando ao seu patamar normal de distribuição. Para o próximo rendimento, serão considerados os indicadores de setembro (-0,29%) e outubro (0,59%).
  • Um fundo com ativos high yield negociado com desconto
  • Além disso, a gestora destaca que o cenário de deflação ocorrido nos últimos meses pode ter sido uma oportunidade para os investidores de DEVA11. O fundo tem sido negociado no mercado secundário com cerca de 10% a 15% de desconto com relação ao valor patrimonial.
  • Em relação aos seus investimentos, o DEVA11 permanecerá com sua carteira com características high yield. A gestora diz acompanhar todos seus investimentos de maneira muito próxima, de forma a mitigar possíveis situações alarmantes que possam surgir.
  • A taxa média ponderada da carteira de CRI fechou em 10,41% + inflação, contando com ativos com robusta estrutura de garantias, garante a gestão do FII.
  • O Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11) tem como objetivo obter rendimentos e ganhos de capital de aplicações em ativos financeiros com lastro imobiliário, principalmente Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
  • Da Gerdau à DEVA11, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Isabella Taglapietra

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