Quem ganhou e quem perdeu na B3 em 2025: BTG (BPAC11) e Itaú (ITUB4) sobem, PETR4 fica para trás

Enquanto o investidor acompanhava o sobe e desce diário das ações, a B3 desenhava em 2025 um retrato mais definitivo sobre quem realmente ganhou e quem perdeu espaço no mercado. A variação do valor de mercado das empresas listadas mostra, em reais, como o mercado precificou cada companhia ao longo do ano, revelando a criação e a perda de riqueza para os acionistas.

Levantamento da consultoria Elos Ayta, com dados até 23 de dezembro, evidencia um cenário bastante desigual na Bolsa brasileira. Bancos concentraram ganhos bilionários, enquanto algumas companhias de grande peso ficaram para trás, influenciando de forma relevante o desempenho agregado do mercado.

É importante lembrar que o valor de mercado funciona como uma fotografia tirada em uma data específica. Diferentemente da variação do preço das ações, ajustada por dividendos e juros sobre capital próprio, ele mostra o volume absoluto de riqueza criado ou reduzido ao longo do período, o que ajuda a dimensionar o tamanho das apostas feitas pelos investidores na B3.

Bancos puxam a criação de valor na B3 em 2025

Entre as maiores altas de valor de mercado do ano, o setor bancário se destaca com folga. Das cinco empresas que mais ganharam capitalização em 2025, três são instituições financeiras, sinalizando uma valorização consistente do setor ao longo do período.

Segundo a Elos Ayta, o BTG Pactual (BPAC11) lidera o ranking, com um aumento de R$ 150,4 bilhões em valor de mercado. Na sequência aparece o Itaú Unibanco (ITUB4), que adicionou R$ 131,1 bilhões à sua capitalização. A Vale (VALE3) completa o pódio, com ganho de R$ 78,3 bilhões.

A lista das maiores altas ainda inclui Bradesco (BBDC4)Axia EnergiaSantander Brasil (SANB11)Sabesp (SBSP3)Rede D’Or (RDOR3)Itaúsa (ITSA4) e Telefônica Brasil (VIVT3), mostrando que a criação de valor esteve concentrada em empresas grandes, líquidas e com forte presença nos índices da B3.

Variação do valor de mercado das empresas listadas na B3 em 2025, com dados até 23 de dezembro, segundo levantamento da Elos Ayta.
Variação do valor de mercado das empresas listadas na B3 em 2025, com dados até 23 de dezembro, segundo levantamento da Elos Ayta

Estatais concentram perdas e pesam no mercado

No outro extremo do ranking, as maiores perdas de valor de mercado chamam atenção pelo peso de companhias específicas. A Petrobras (PETR4) lidera as quedas em 2025, com uma redução de R$ 87,0 bilhões em valor de mercado até 23 de dezembro.

Outro destaque negativo é o Banco do Brasil (BBAS3), que perdeu R$ 13,8 bilhões no mesmo período. Juntas, as duas estatais acumulam uma queda de R$ 100,8 bilhões, valor superior à soma das perdas das outras oito empresas que aparecem entre as maiores quedas do ano.

O dado ajuda a dimensionar como empresas de controle estatal, pela escala e relevância nos índices da B3, exercem impacto desproporcional sobre a perda de valor no mercado acionário.

Além delas, aparecem entre as maiores quedas nomes como Ambipar (AMBP3)Weg (WEGE3)Raízen (RAIZ4)Suzano (SUZB3)Hapvida NotreDame Intermédica (HAPV3)Natura (NTCO3)Energisa MT e Rumo (RAIL3), indicando que o movimento negativo não ficou restrito a um único setor.

Assimetria setorial marcou a Bolsa em 2025

Outro ponto que chama atenção no levantamento da Elos Ayta é a assimetria dentro de alguns setores. Três segmentos aparecem simultaneamente entre as maiores altas e quedas de valor de mercado ao longo do ano.

Em água e saneamento, a Sabesp (SBSP3) figura entre as maiores criadoras de valor, enquanto a Ambipar (AMBP3)aparece entre as maiores perdas. Em energia elétrica, a Axia Energia se destaca entre as altas, ao passo que a Energisa MT aparece do lado negativo. Já nos serviços médico hospitalares, a Rede D’Or (RDOR3) figura entre os ganhos, enquanto a Hapvida (HAPV3) aparece entre as quedas.

Os dados mostram que a criação ou perda de valor na B3 em 2025 esteve longe de ser homogênea. Mais do que acompanhar índices, observar a variação do valor de mercado ajuda a entender como diferentes empresas e setores foram precificados pelos investidores ao longo do ano.

Maíra Telles

Compartilhe sua opinião