Eletrobras (ELET3): preço de venda é 15 vezes menor que concorrentes, estima instituto

Levantamento feito pelo Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina) defende que o preço de US$ 10 bilhões estipulado para a venda da estatal Eletrobras (ELET3) é 15 vezes menor que seus pares estrangeiros. O levantamento foi feito com números da empresa alemã de dados Statista.

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De acordo com o Ilumina, a primeira colocada na lista sobre valor de mercado da Statista é a NextEra, nos Estados Unidos, avaliada em US$ 146 bilhões, e que atua principalmente na Flórida, com população de 21.538.187 habitantes (2020), com 58 gigawatts (GW) de capacidade de geração, empregando 14,9 mil funcionários.

“Enquanto isso, a Eletrobras tem 50 GW de capacidade de geração, opera com apenas 12,5 mil funcionários e atende uma área equivalente a mais de 40 Flóridas, com uma população dez vezes maior”, destaca o Ilumina.

Outra comparação que chama a atenção, segundo Roberto D’Araújo, diretor da Ilumina, se refere à décima colocada no ranking da Statista, a inglesa National Grid, que, sem parque de geração, tendo apenas transmissão, tem valor de mercado de US$ 44,3 bilhões, quatro vezes mais do que a Eletrobras.

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“Isso sem contar com sequer uma usina, apenas linhas de transmissão. Já a sua equivalente brasileira (Eletrobras) possui 49 usinas hidrelétricas, 10 termelétricas a gás, óleo e carvão, 43 usinas eólicas e uma solar”, destaca o diretor.

O Ilumina vem desde o início do processo de capitalização alertando para o baixo preço de venda, que nesta terça será julgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A própria área técnica do TCU, segundo fontes, identificou a subavaliação do preço da Eletrobras. De acordo com o Ministério da Economia, o preço de venda da empresa seria de R$ 60 bilhões.

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A desestatização da Eletrobras se arrasta por anos e ganhou forma no governo Michel Temer, pelas mãos do ex-presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, hoje presidente da Vibra (ex-BR Distribuidora). A previsão do atual governo é que a estatal faça uma capitalização na B3 em abril, da qual não participa para ter sua participação diluída e abrindo espaço para a entrada da iniciativa privada na companhia.

TCU voltará a discutir privatização da Eletrobras hoje

O TCU (Tribunal de Contas da União) voltará a discutir nesta terça-feira (15) o processo de privatização da Eletrobras, em sessão marcada às 16h, com a pauta única da privatização da estatal.

A análise já deveria ter sido realizada, com a data original em 15 de dezembro do ano passado. O ministro Vital do Rêgo pediu vistas, ou seja, um prazo maior de análise, e o acordo foi de 60 dias. O período de recesso de final de ano não entrava na conta.

Na época, o relator do processo, Aroldo Cedraz, afirmou que era necessário fazer diversos ajustes na modelagem do leilão da estatal.

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De acordo com Cedraz, as inconsistências dos estudos enviados pelo governo são:

  • Falta de informações para precificação da Eletrobras;
  • Ausência de estudos sobre garantias físicas das usinas hidrelétricas pertencentes à Eletrobras;
  • Falha na condução da audiência pública que colheu aprimoramentos para a desestatização da Eletrobras;
  • Os R$ 23 bilhões arrecadados com a privatização não causarão ônus aos consumidores com parcela de recursos destinados à CDE.

Mas, com a intenção de não atrasar a venda das ações, os ministros fizeram um acordo para que o governo continuasse com os trâmites da privatização da Eletrobras, com a especificação de que seriam válidos apenas depois do aval da corte de contas.

(Com informações da Agência Estado)

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Bruno Galvão

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