Privatização dos Correios deve ser votada no Senado na próxima semana, diz coluna

Está marcada na agenda do Senado nesta semana a segunda audiência pública sobre a privatização dos Correios. O presidente da Comissão de Assuntos Econômico da Casa, Otto Alencar (PSD-BA), garantiu que, encerrada essa fase, pautará a votação do projeto. As informações foram divulgadas pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

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Segundo o jornalista, Otto vai apenas esperar o relator da privatização dos Correios Marcio Bittar apresentar seu relatório para em seguida iniciar a votação, que pode acontecer na semana que vem. Após essa fase o documento será levado ao plenário.

Ainda não há maioria suficiente no Senado para aprovar a desestatização. O governo tem trabalhado para virar o jogo e garantir a venda da estatal. Mas, segundo a coluna, o maior entrave é a pressão dos funcionários da empresa contra a privatização.

A Câmara dos Deputados aprovou, no início de agosto, o Projeto de Lei (PL) 521/21 que trata da privatização dos Correios. A proposta, encaminhada pelo governo em fevereiro, autoriza a exploração de todos os serviços postais pela iniciativa privada.

O texto-base da proposta da privatização dos Correios foi aprovado por 286 votos a favor, 173 contra e duas abstenções. A matéria causou controvérsia entre os parlamentares. A matéria seguiu para análise do Senado.

O texto do relator, deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA), diz que a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) será transformada em uma empresa de economia mista, chamada de Correios do Brasil, e modifica a função da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que também será responsável por regular os serviços postais.

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Correios precisam investir R$ 2,5 bi por ano para manter competitividade, diz Accenture

Os Correios precisariam investir aproximadamente R$ 2,5 bilhões por ano para se manterem competitivos em relação às empresas que também participam do mercado de entrega de encomendas, diz estudo realizado pela consultoria Accenture.

O Ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse em evento promovido pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) no início do mês que as outras empresas investem três vezes mais que a estatal por ano.

“Estamos em um momento que é a última janela para resolver o problema no Brasil em relação aos Correios”, disse ele. “Corremos o grande risco de chegar daqui um, dois, três anos, caso não seja possível aprovação do projeto de lei, de tentar buscar um novo player, tentar vender os Correios naquele momento e isso não ser mais possível. Exatamente porque o timing é muito importante”, afirmou.

Ele acrescentou que o trabalho desenvolvido pela empresa é “orgulho de todo o País”, mas que há agora a entrada de novos players que estão disputando mercado com os Correios na entrega de mercadorias. “Os números que estamos estudando são assustadores, porque essas empresas têm conseguido ganhar um market share que é dos Correios a cada ano. Em relação à encomenda, por exemplo, tivemos em torno de redução de market share de 10% a 20% por ano”, afirmou.

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Poliana Santos

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