Prio (PRIO3): com resultados financeiros no 4T23 abaixo das estimativas e do consenso, BBA vê ‘inquietações com a empresa’

Os resultados do quarto trimestre de 2024 (4T23) da Prio (PRIO3), divulgados na sexta-feira (08), foram alvo de uma análise mista por parte do Itaú BBA. Os analistas apontaram que o balanço financeiro ficou abaixo das estimativas do banco e do consenso do mercado, destacando inquietações sobre o desempenho da empresa.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

O lucro líquido da Prio foi de US$ 324,2 milhões (R$ 1,6 bilhão) no 4T23, revelando um aumento significativo de 71% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Nessa mesma base de comparação, a receita experimentou um crescimento expressivo de 274%, passando de US$ 184,5 milhões para US$ 690,6 milhões.

Quanto ao resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), a companhia chegou a alcançar US$ 509,3 milhões, refletindo um crescimento de 202% em relação aos US$ 168,7 milhões registrados no quarto trimestre de 2022 (4T22). Contudo, a margem Ebitda teve uma queda, passando de 97% para 80%.

Para os estrategistas do BBA, a contradição está entre o recorde de baixo custo de extração e o Ebitda ajustado da Prio abaixo das expectativas, com as despesas comerciais, especialmente ligadas ao aumento nas retiradas de petróleo usando a modalidade “entrega ao cliente”, sendo identificadas como uma das causas dessa discrepância.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

Prio: desafios

Trata-se de uma modalidade específica de retirada de petróleo na indústria, em que o produto é entregue diretamente ao cliente, muitas vezes em um acordo que visa obter melhores condições comerciais. Essa abordagem pode envolver termos específicos de entrega e impactar as despesas comerciais, conforme mencionado no relatório do Itaú BBA.

Outro ponto discutido no texto são as reservas 1P da Prio, revisadas para 537 mmbbl (milhões de barris), uma queda de 2%. Os analistas ressaltam a influência dos atrasos do ano anterior, projetando uma redução na produção e nos gastos de capital para 2024. “Apesar de implicar em um FCF (fluxo de caixa livre, na sigla em inglês) mais baixo em 2024, acreditamos que as cifras de produção e gastos de capital de 2024 já estão precificadas pelo mercado”, afirmam os especialistas.

Mesmo diante desses desafios, a equipe do Itaú BBA diz que a certificação lançada pela Prio é um indicador positivo do desempenho operacional. A perspectiva otimista se baseia na expectativa de uma reversão em 2025, com aumento previsto na produção e nos gastos de capital. Esses elementos, do ponto de vista do NPV (Valor Presente Líquido), são interpretados pelos estrategistas como fatores positivos para a empresa.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Murilo Melo

Compartilhe sua opinião