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Por que a Ambev (ABEV3) não paga dividendos? Especialista responde

A maior produtora de cervejas do Brasil, a Ambev (ABEV3), cumpre anualmente com o seu dever de pagamentos de juros sobre capital próprio.

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Em 2022, os JCP da Ambev somaram um montante líquido de R$ 12 bilhões (R$ 0,6479 por ação) e em 2023, de R$ 10 bilhões (R$ 0,6206 por ação).

Antes disso, os últimos pagamentos de dividendos da Ambev aconteceram em 2021 e em 2018.

Tales Barros, especialista em Renda Variável da Status Invest Assessoria, explica que esses pagamentos distanciados e menos frequentes do que muitos investidores estão acostumados acontece porque a tese de dividendos se baseia em empresas muito grandes, “maiores ainda que a Ambev, que optam pelo pagamentos aos acionistas deixando a ação mais atraente.”

“Como o setor de alimentos e bebidas é diferente de commodities, como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) que tem um passado de boas pagadoras de dividendos, o segmento da Ambev está em constante evolução e expansão em termos de linhas de negócios,” pontua Barros.

O especialista contrapõe que, devido à intensa competitividade do setor ao qual a companhia está inserida, as ações ABEV3 acabam tendo pouco espaço para pagar dividendos. “Isso prescreve um investimento maior em linhas de produtos, caso da linha premium da Ambev“, explica.

O comportamento da Ambev é parecido com o de companhias como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), de setores de consumo cíclico. A distribuição dos rendimentos mais limitadas aos pagamentos obrigatórios é “um padrão para este tipo de empresas, diferente do setor financeiro ou de commodities, por exemplo”, justifica o especialista do Status Invest Assessoria.

Na própria página de Relações com Investidores da Ambev, a companhia defende o pagamento de JCP como equivalentes ao de dividendos “do ponto de vista econômico, mas são uma maneira de minimizar a incidência de impostos ao distribuir os lucros aos acionistas, por serem dedutíveis para fins de imposto de renda até certo limite, na forma estabelecida nas leis tributárias brasileiras.”

Ações ABEV3 ainda podem crescer

De acordo com Barros, ainda é possível haver um gatilho nas ações da Ambev. Para isso, deve-se aguardar uma consolidação do cenário interno, ainda em recuperação, que pdoerá impactar todo o mercado acionário.

Além disso, caso o ritmo de cortes da taxa Selic seja mantido, a empresa impactada pela inflação poderá ter alguma melhora.

“Como gatilho, eu vejo um setor bastante consolidado e essa posição vai bastante de estratégia de investidor para investidor, não dá para cravar que ela já chegou num platô de seu preço atual. O que eu vejo atualmente é que ela tem pouco espaço, no curto prazo, para assumir que está descontada”, afirma Talles Barros, da Status Invest Assessoria.

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Investimentos da Ambev: Para onde o lucro é convertido?

Um exemplo de investimentos da Ambev (ABEV3) está no recente anúncio da marca, de aplicar R$ 150 milhões na sua fábrica de cervejas em Anápolis (GO), a Cebrasa.

O investimento será para ampliar a capacidade de produção de rótulos premium de cervejas da Ambev, como Spaten, Corona, Stella Artois e Original.

Desde o ano passado, a Ambev vem investindo mais de R$ 1 bilhão nas suas operações ao redor do Brasil, em estados como Maranhão, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, Goiás e Paraná. Os investimentos são para aumento de capacidade de produção de garrafas, bebidas premium e refrigerantes.

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Camila Paim

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