PicPay compra Guiabolso visando chegada do open banking

O PicPay anunciou, na manhã desta sexta-feira (23), a compra de 100% do Guiabolso, com o pagamento em dinheiro e ações. A fintech viu no portal de finanças pessoais uma forma de se expor ao open banking, que está em vias de entrar em vigor no Brasil.

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Recentemente, o PicPay atingiu a marca de 55 milhões de usuários. O desafio agora é rentabilizar a base de clientes, inclusive para que a abertura de capital no exterior seja factível. O Guiabolso chega com a função de ajudar nesse processo.

A pandemia fez com que a procura por soluções digitais no Brasil explodisse, colocando em evidência as duas empresas. Agora, de forma integrada, a ideia é se preparar para a chegada do open banking e competir no agressivo setor bancário e de pagamentos.

Empresa quer ser protagonista do open banking

Em entrevista à Reuters, o vice-presidente de serviços financeiros do PicPay, Eduardo Chedid, disse que a aquisição irá posicionar a fintech como “protagonista do open banking”.  A novidade teria sua segunda fase iniciada pelo Banco Central (BC) neste mês, mas foi adiada.

Os valores da transação não foram revelados. O executivo revelou à agência de notícias que os sócios fundadores do Guiabolso, Thiago Alvarez e Benjamin Gleason, assumirão uma participação minoritária no PicPay.

Alvarez será o diretor de open banking. Ele ajudou a construir, desde 2012, uma empresa que usa inteligência de dados para oferecer orientação financeira a aproximadamente de 6 milhões de usuários. Hoje, o Guiabolso também se aventura nos segmentos de crédito, seguros e investimentos pessoais.

Todos os cerca de 200 funcionários do Guiabolso serão integrados aos 3 mil colaboradores do PicPay. O negócio realça a agitação do segmento em meio às inovações conduzidas — ou autorizadas — pelo BC nos últimos anos.

No mês passado, a Goldman Sachs Asset Management investiu R$ 2,1 bilhões na fintech Meu Tudo. Em um outro espectro do mercado, ano passado o Nubank comprou a Easynvest, e já oferece produtos por meio da corretora.

IPO do PicPay fica para 2023

Recentemente, o PicPay adiou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos para 2022 ou 2023. Inicialmente, a ideia era abrir capital ainda neste ano, mas a companhia encontrou dificuldades para a listagem.

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Segundo a coluna Broadcast, não foi possível seguir na operação por conta da rigidez na governança corporativa. Os investidores norte-americanos pediram um desconto maior à empresa por conta de sua administração, diretamente ligada à J&F, dos irmãos Batista.

O valuation estimado da empresa teria caído de US$ 25 bilhões para menos de US$ 8 bilhões, uma baixa de quase 70%, de acordo com a coluna.

A meta da companhia é de alcançar 100 milhões de usuários até o fim do ano de 2023. Além de conseguir rentabilizar essa base, a maior necessidade da financeira é de caixa, já que o prejuízo foi de R$ 803 milhões no acumulado de 2020.

A fim de fomentar o curso de crescimento das operações, é esperado que a J&F faça um aporte de até R$ 3 bilhões no PicPay, possibilitando a concretização da abertura de capital.

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Jader Lazarini

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